Solenidade marca centenário da Escola Portuguesa de Santos

Da Redação

O centenário da Escola Portuguesa de Santos foi celebrado na tarde desta terça-feira (5), em solenidade na Sala Princesa Isabel, no Paço Municipal, com a presença do cônsul geral de Portugal em São Paulo, embaixador Paulo Jorge Nascimento, que visitou a unidade pela manhã.

A escola, que recebe subvenção da Prefeitura, atende 120 crianças, de três a seis anos, moradoras dos bairros Paquetá, Vila Nova, Mercado, Centro e Monte Serrat.

Para simbolizar os 100 anos, completados em 24 de julho último, o prefeito Rogério Santos entregou uma placa comemorativa à diretora da escola, Maria Regina Prieto.

“Essa parceria da Prefeitura com a Escola Portuguesa tem rendido frutos muito bons e os frutos estão aqui: crianças lindas de olhares curiosos”, disse o chefe do Executivo, referindo-se aos alunos que estavam na solenidade, da qual também participaram integrantes da comunidade portuguesa e autoridades

O presidente da entidade, José Augusto do Rosário, falou sobre o sentido do trabalho desenvolvido pela instituição. “Ali, as crianças dão primeiros passos para a vida social e recebem uma dose excepcional de amor e carinho. Entendemos que nessa fase da vida é que se deve plantar a semente do amor nos seus coraçõezinhos”.

Na sede da escola, o Cônsul Geral Dr. Jorge Nascimento esteve presente, juntamente com o cônsul Adjunto, Dr. Jorge Longa Marques, e foram recepcionadas pelas crianças que cantaram o Hino Nacional de Portugal.

Instalada em prédio próprio no número 79 da Rua Sete de Setembro, na Vila Nova, em Santos, a escola possui quatro salas de aula, uma sala de informática, uma brinquedoteca, um pátio que também funciona como refeitório das crianças, uma cozinha, um parque infantil (que em breve será reformado), uma biblioteca em construção, banheiros adaptados para os pequenos, além das dependências administrativas e pedagógicas.

Para manter toda essa estrutura, a escola conta com equipe de 16 profissionais: uma diretora, uma coordenadora pedagógica, oito professoras (duas por sala), uma nutricionista, duas cozinheiras, duas funcionárias na secretaria e uma nos serviços gerais.

“A manutenção da Escola Portuguesa é feita coma a contribuição de padrinhos, muitos deles da comunidade portuguesa, que contribuem com 30% das despesas. A Prefeitura de Santos prove uma subvenção que representa 40%, os 30% restantes são apurados através de eventos promovidos pela Escola: almoços, jantares, festas como o “Dia de Portugal”, para suprir e complementar a necessidade financeira”, declarou ao Mundo Lusíada o presidente Augusto do Rosário, no início das comemorações do centenário.

Revitalização na agenda

Em Santos, o cônsul e adjunto visitaram a Fundação Lusíada, onde reuniram com os membros da diretoria da instituição que gere, entre outros, a Faculdade de Ciências Médicas de Santos. Seguiram para almoço no Centro Cultural Português, juntamente com os comendadores Vasco Monteiro e José Duarte Alves, bem como membros da diretoria do CCP, além de visitar o hospital da Beneficência Portuguesa de Santos, onde assinou livro de visitas inaugurado por Dom Pedro II, em 1875.

Durante sua visita ao litoral paulista, o cônsul-geral conheceu ainda um projeto de revitalização da Rua República Portuguesa, na Vila Mathias, apresentado pela Prefeitura, uma via que tem esse nome desde o século 18.

Para a execução das obras, a Administração Municipal pleiteou R$ 2,5 milhões junto ao governo do Estado, por meio do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos (Dadetur). A expectativa é de que o convênio seja firmado até o fim deste ano, com licitação encerrada no primeiro semestre de 2022 e intervenções concluídas nos seis meses seguintes.

Com 150 metros de extensão, a via possui referências arquitetônicas referentes à colonização portuguesa, com sobrados geminados, de dois pavimentos, providos de detalhes preservados desde o século 20. Para recuperação das fachadas dessas edificações, a Prefeitura está buscando parcerias com a iniciativa privada.

“A proposta é criar dois largos nos extremos da via, atendendo e valorizando as identidades portuguesa e africana. Além disso, pretendemos atender às expectativas da comunidade da Igreja Santa Bakhita” disse Secretário de Desenvolvimento Urbano, Glaucus Farinello.

Entre as novidades propostas, ele destaca “postes republicanos, adornados com floreiras, inseridos em pisos em mosaico português, e um monumento alusivo à colônia”, detalhando ainda que “no largo oposto, que remete a influência africana, haverá cores mais vibrantes e desenhos característicos”.

“Parece muito importante para revitalização daquele espaço público, trazendo vida para a população. E é uma forma de combater a desertificação da Cidade e de gerar empregos e riqueza. Ficamos felizes porque é numa rua que tem o nome de República Portuguesa, com características arquitetônicas que remetem muito a Portugal. Mas, antes de tudo, é superimportante para Santos” declarou cônsul português.

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