PSD quer nacionalidade portuguesa sem depender da idade do reconhecimento da paternidade

Da Redação
Com Lusa

O PSD apresentou um projeto de lei para retirar da Lei da Nacionalidade o artigo que obriga ao reconhecimento da paternidade antes de os filhos atingirem a maioridade para estes poderem aceder à nacionalidade portuguesa.

Em causa está o artigo 14.º da Lei n.º 37/81, de 3 de outubro, que o PSD pretende ver revogado, e que determina que “só a filiação estabelecida durante a menoridade produz efeitos relativamente à nacionalidade”.

Para o PSD, esta é uma situação que “vem criar casos de enorme injustiça para muitas pessoas cujos progenitores, pelas mais variadas razões, só reconheceram a respetiva paternidade na sua idade adulta”.

A ser aprovada, esta será a décima alteração à Lei n.º 37/81, de 3 de outubro, que aprova a Lei da Nacionalidade.

O PSD considera que as alterações efetuadas à lei “foram alargando os direitos dos lusodescendentes, reconhecendo a sua enorme importância para a presença de Portugal no mundo”.

E recordou que “o acesso dos netos de portugueses à nacionalidade originária dos seus ascendentes e a simplificação da aquisição da nacionalidade por parte dos cônjuges de cidadãos nacionais são exemplos desse estreitamento de relações entre Portugal e a sua impressionante diáspora, cujo valor estratégico é por demais evidente”.

“É muito claro que o nosso futuro passa cada vez mais pela mobilização dos milhões de pessoas que existem no Mundo com origem portuguesa, ampliando assim as oportunidades, os mercados e o capital de influência do nosso país”, lê-se nos motivos expostos pelo PSD para justificar a iniciativa legislativa.

Nesta terça-feira, o deputado do PS Paulo, eleito pelo círculo da emigração, declarou que junto a colega Romualda Fernandes, acompanha a questão desde início da legislatura, e “caminhamos para uma solução, trazendo igualdade e justiça para todos estes cidadãos” declarou pelas redes sociais.

Já ano passado, o deputado falou ao Mundo Lusíada que chegou a levantar a questão durante o processo legislativo de alteração da lei, mas a argumentação não foi aceita.

Na época, uma “carta aberta” dirigida aos deputados da Assembleia da República Portuguesa, após as últimas alterações da Lei da Nacionalidade, que alargaram a aquisição da nacionalidade portuguesa, criticava uma “evidente injustiça imposta pelo artigo 14 da atual Lei da Nacionalidade”, que não permite a aquisição da nacionalidade portuguesa aos filhos e netos reconhecidos na maioridade.

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