Comunidade de Campinas realizou festa da uva como nas vindimas em Portugal

Por Odair Sene

Normalmente nas casas regionais pela comunidade luso brasileira, as vindimas são realizadas entre fevereiro e abril (algumas até no mês de maio). A vindima é uma das épocas mais esperadas no ano, o evento une convívio e partilha de bons momentos com muita música, dança, alegria e descontração entre os participantes.

São festas concorridas com parreira montada no palco, colheita das uvas, a tradicional pisa em barril, muita música folclórica com tocata a todo vapor, toalhas forrando o chão onde se acomoda vários alimentos como os pães, os enchidos, os folares, queijos, vinhos, entre outras coisas (partilhadas à mão).

Na cidade de Campinas (grande São Paulo) a atual gestão da presidente Ana Cristina Calvinho decorou o palco mas evitou a colheita e pisa das uvas no local, mas teve total sentido de uma “festa da vindima”.

Sobre a época, a direção mudou algumas datas tradicionais da agenda luso brasileira adaptando para a agenda lá de Portugal.

Sendo assim a casa passou a promover eventos, como “Dia das Mães, “Magusto” (a festa da castanha), “Dia dos Pais”, “Vindima” e vários outros como na agenda de Portugal, nas épocas tradicionais de lá e não de cá. Sendo assim, a tradicional “festa da vindima” aconteceu na Casa de Portugal no dia 17 de setembro, com ótimo público (250 pessoas) e animadíssima apresentação do Rancho Folclórico da entidade que está aos cuidados da folclorista Andreia Gomes. No cardápio o destaque para o elogiado “Bacalhau na Brasa” que dispensa comentários (já que se tornou um dos maiores cartões de visita da casa).

Ao Mundo Lusíada a presidente explicou que a casa tem feito eventos muito concorridos, tem promovido a cultura portuguesa na região e promover uma agenda adaptada às datas comemorativas de lá é o objetivo.

“Algumas não são possíveis, como a ‘Festa da Primavera’ que será ajustada para a época da primavera no Brasil. Hoje temos a festa da vindima, porque as vindimas são agora e vamos ter nosso “Magusto” em novembro como comemoramos em Portugal, com castanha assada e vinho novo”, explicou ela dizendo que o trabalho tem sido muito gratificante.

A presidente trouxe produtos feitos em sua casa como o pão recheado, por exemplo, e tem tido uma aceitação muito grande.

“Eu gosto de fazer, de cozinhar, me dedico 100% à Casa de Portugal como sendo a minha casa”, disse a “engajada” dirigente que nesta noite (por convite da Andréia Gomes) se trajou como uma verdadeira folclorista e esteve acompanhando os componentes no palco, não nas danças, mas literalmente como uma componente.

“Nós queremos um Rancho bom, mas entes de tudo com amizade reinando porque assim a cultura portuguesa reina. Hoje entrei nos ensaios e adorei”, disse ela valorizando o prazer de estar participando da cultura e em companhia de vários componentes de outros grupos que ajudaram a casa, assim como o pessoal do Arouca, da Provedoria, do Consulado, do Conselho, e vários presidentes de outras casas.

Oscar Ferrão (Provedoria), Claudio Elias e o Cônsul Adjunto Jorge Longa Marques, na Casa de Portugal Campinas Foto Odair Sene.

 Apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros

A presidente Ana Calvinho esteve recentemente numa reunião no Consulado Geral de Portugal em SP para discutir sobre o recente apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros para projetos culturais apresentados pelas associações.

“Hoje a Casa de Portugal vive desses eventos, paga as contas através dos eventos que faz”, disse comentando que o telhado da entidade – por exemplo – foi todo trocado, isso tem custo elevado, os recursos vem dos eventos, então será muito importante a ajuda vinda do Governo.

“Vamos poder investir mais no próprio folclore, nos trajes, na propagação da cultura e promoção de Portugal. Por isso já fizemos a inscrição no Consulado, já temos o projeto, isso pode ser encaminhado até o final do ano, mas já em outubro vão abrir as candidaturas”, disse a presidente Ana que pretende investir para além do folclore, do espaço kids, e da promoção, também na culinária e numa futura “biblioteca” que deverá enriquecer a entidade culturalmente.

“Queremos proporcionar às pessoas para virem aqui e encontrarem uma biblioteca, um espaço cultural, um espaço onde podemos mostrar o mapa do nosso Portugal, mostrar qual é nossa capital, nossa língua, nossa cultura”, referiu ela.

 

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