A medalha da Ordem do Mérito Infante Dom Henrique, a ‘Comenda da Casa de Portugal’ foi oferecida aos portugueses Antonio Carlos Castanheira, Benjamin Sequeira Barreira, Carlos Alberto Carrilho, Fernando Prado Ferreira e Manuel Magno Alves.
Por Mundo Lusíada
Por ocasião das comemorações de 87 anos da Casa de Portugal, foi outorgada a Medalha da Ordem do Mérito Infante Dom Henrique, a “Comenda da Casa”, aos portugueses Antonio Carlos Castanheira, Benjamin Sequeira Barreira, Carlos Bittencourt e Manuel Magno Alves, além do luso-descendente Fernando Prado Ferreira, pelas suas ações em prol da comunidade luso-brasileira.
Na abertura do evento, um concerto de guitarras portuguesas com Wallace Oliveira e Sérgio Borges foi elogiada pelos presentes. Após o momento de descontração, Ricardo Magalhães deu início ao protocolo, chamando o presidente Antonio dos Ramos para abrir o evento e falar um pouco da história da Casa de Portugal.
O presidente também anunciou que os espaços da casa passaram a ter nomes de grandes figuras da cultura portuguesa. “Lado direito do 4º andar, onde nos encontramos, passa a chamar-se ESPAÇO JOSE SARAMAGO, o lado esquerdo ESPAÇO EÇA DE QUEIRÓZ, o lado direito do 3º andar, passa a chamar-se BIBLIOTECA FERNANDO PESSOA, com um acervo de quatorze mil livros e zona de leitura, e o lado esquerdo BIBLIOTECA LUIZ VAZ DE CAMÕES com um acervo de quinze mil livros, palco para concertos de música e cantos, palestras, etc, e um auditório de 120 lugares, o lado direito do 2º andar passa a chamar-se ESPAÇO CAMILO CASTELO BRANCO, o lado esquerdo ESPAÇO MIGUEL TORGA, a Galeria de Artes passa a chamar-se GALERIA DE ARTES PAULA REGO E MARIA HELENA VIEIRA DA SILVA, duas grandes pintoras portuguesas, o salão principal, com capacidade para 1300 pessoas sentadas, passa a chamar-se ESPAÇO CARLOS DO CARMO E AMÁLIA RODRIGUES e o subsolo com uma arquitetura digna de ser vista e apreciada, onde se realiza o tradicional almoço das quintas, que existe há 72 anos, passa a chamar-se RESTAURANTE SABORES DE PORTUGAL”, anunciou o Comendador Ramos.
O presidente também falou um pouco da história da Casa dizendo que “Foi fundada em 13 de julho de 1935, com objetivo de representar todos os portugueses, e seus descendentes presentes em São Paulo” completando que a iniciativa na época contou com representantes de associações regionais existentes, de forma a representar todo Portugal.
A comenda da Casa de Portugal, que homenageia personalidades que contribuíram para a promoção e valorização da presença portuguesa no Brasil, tem homenageado desde 1944 uma média de duas pessoas por ano, o que mostra que tem sido “valorizada pelas sucessivas diretorias” defendeu o presidente.
Em sua fala, o Cônsul Geral em SP, Jorge Longa Marques disse aos presentes sentir-se em família. “A Casa de Portugal é uma casa de amigos, e também uma casa de família, em que eu me sinto bem” disse citando a presença da sua esposa Daniela. “Tenho prazer de vir aqui quase todas as semanas, é um privilégio, e sempre sou bem tratado, como todos”. Ainda, elogiou os músicos do concerto desta noite, Wallace e Sérgio, citando ser simbólico do que é ser Portugal. “Portugal é um país que respeita suas tradições, sem nunca deixar de olhar para a frente, para o futuro, e acho que Wallace e Sérgio e o trabalho que eles tem vindo a desenvolver representa muito bem isso”, elogiou.
Jorge Marques declarou que a Casa de Portugal tem um papel importante na comunidade, assim como outras entidades em outros estados, e casas regionais também. “Temos felizmente uma comunidade muito grande, somos a maior comunidade [estrangeira] de todo este país maravilhoso que é o Brasil” segundo ele, o que é uma maior responsabilidade também. “Somos muitos e temos o dever de fazer muito também”.
Finalmente citou os homenageados da noite como “amigos”, pelos quais tem grande estima. “Vocês não estão apenas sendo homenageados, mas estão também sendo imbuídos de uma responsabilidade de representação muito grande, e não seriam escolhidos para esta honraria se não merecessem. São pessoas importantes para a nossa comunidade em diferentes setores, que representam de certa forma essa mistura entre o respeito pela tradição e a vontade de fazer mais e melhor”. Ao encerrar citou que o Brasil o acolheu, e sua família, de forma “magnífica”, o que grande parte das pessoas presentes nesta noite também vivenciaram, por terem sido acolhidos neste país “mais tempo do que eu”.
Os Homenageados
Terminada a parte da abertura, se seguiu com as homenagens. O primeiro a ser anunciado foi Antonio Carlos Castanheira pai de cinco filhos, empresário do ramo de seguros, e presidente da Associação Portuguesa de Desportos. Castanheira lembrou de seu saudoso pai Ernesto Castanheira, que o ensinou “honestidade” e o amor pela Portuguesa de Desportos, além de agradecer a esposa Camila e seus filhos.
Benjamim Sequeira Barreira, foi outro anunciado. Empresário dono da IMOBS Empreendimentos Imobiliários e Alves Barreiras Advogados, entre outras empresas, está na superintendência da Associação Comercial na Mooca, é vice-presidente do Conselho do Grupo São Cristóvão, além de conselheiro do Grupo Trasmontano também.
Benjamin Barreira declarou que sentiu-se em Portugal nesta noite, rodeado de amigos que sempre o apoiou. “Faz 50 anos que frequento esta casa, mais de 50 anos” disse relatando que chegou no Brasil com cinco anos de idade, lembrou dos avós, agradeceu a família e brindou as “coisas bonitas” da vida.
Também homenageado nesta noite, Carlos Alberto Bittencourt Machado Carrilho, nascido em Sousel, Alto Alentejo, imigrou para o Brasil aos 26 anos em 1985. É empresário dono de restaurantes como “A Bela Sintra”, “Trindade”, “Chiado” e “Dois Rios” (este em Campos do Jordão). Casado com a Cheff Patrícia Bittencourt, pai de dois filhos, disse que estar na Casa de Portugal é uma volta às origens, “emoção pura”. “Eu cheguei em 85 com uma mão na frente e outra atrás, hoje graças ao trabalho e receptividade deste país maravilhoso, consegui singrar, formar uma família”.
Fernando Prado Ferreira, outro homenageado, é Mestre em Direito, sócio da Pinheiro Neto Advogados, membro da Ordem dos Advogados do Brasil e da Ordem de Portugal também, já presidiu a Câmara Portuguesa de Comércio, membro de várias associações. Trabalhou por oito anos na Câmara Portuguesa, no mesmo edifício da Casa de Portugal, que pode reviver.
Fechando a entrega das Comendas, Manuel Magno Alves, natural de Oura, concelho de Chaves, Trás-os-Montes, iniciou carreira profissional em São Paulo em 1962. Instalou seu escritório de advocacia, Magno Advogados Associados, é presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira, foi presidente da Secção São Paulo do PSD, partido que ainda participa, é membro do Conselho da Câmara Portuguesa. Em seu agradecimento, Magno disse que a homenagem traz maior responsabilidade, e defendeu união da comunidade como “obrigação”. “O recebimento desta comenda é motivo que me faz sim ter a esperança de que novas coisas virão, porque todos os homenageados nesta noite, tenha certeza, poderão e deverão ‘brigar’ mais para que nossa comunidade cresça e possa ser representativa dentro do nosso Portugal”.