Proibida circulação na Área Metropolitana de Lisboa ao fim de semana

Mundo Lusíada com Lusa

Neste dia 17, o Governo português decidiu proibir a circulação de e para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) aos fins de semana, a partir das 15:00 de sexta-feira, devido à subida dos casos de covid-19 neste território.

No final da reunião do Conselho de Ministros hoje realizada, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, afirmou que “as restrições de circulação de e para a AML aplicam-se a partir das 15:00” de sexta-feira e pretendem que “a elevada incidência [de covid-19] que se faz sentir nesta região não se transporte para fora dela”.

A ministra destacou que esta é uma medida nova de controle da pandemia, que “não é fácil nem desejada por ninguém, mas que é necessária” para conter o agravamento da incidência da doença nesta região, sobretudo com a prevalência da variante “delta” do coronavírus.

Além de Lisboa – e do caso específico de Sesimbra -, estão atualmente sem avançar nas medidas de abertura por terem mais de 240 casos por 100 mil habitantes (ou 120 nos concelhos de baixa densidade), os municípios de Albufeira, Arruda dos Vinhos, Braga, Cascais, Loulé, Odemira, Sertã e Sintra.

Apesar de terem avançado no desconfinamento, estão em estado de alerta os municípios de Alcochete, Águeda, Almada, Amadora, Barreiro, Grândola, Lagos, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Sardoal, Seixal, Setúbal, Sines, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira, 14 dos quais na AML.

Variante em Lisboa

A ministra da Saúde, Marta Temido, disse que os hospitais da região de Lisboa já foram colocados de prevenção, face ao aumento do número de casos de infecção na região da capital.

“A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo colocou os hospitais de prevenção, para a eventual necessidade de aumentar o número de camas de cuidados intensivos nos próximos dias”, disse a ministra aos jornalistas, em Lisboa.

Marta Temido salientou que o aumento de infecções acontece sobretudo em pessoas mais jovens, nas quais a doença de covid-19 tende a ser menos agressiva, enquanto a população idosa está mais protegida com o processo de vacinação, mas acrescentou que há agora uma variante da doença “muito mais transmissível”, pelo que é natural que “o número desses casos que precise de internamento e que possa ter um desfecho fatal também possa crescer”.

A ministra frisou que não é neste momento “grande fator de preocupação” a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde, sendo sim a saúde individual e da população mais afetada, até porque não se conhecem ainda totalmente as consequências da doença no médio e longo prazo.

“Estamos a aguardar que o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge complete nos próximos dias mais sequenciações, para identificar por completo aquilo que é a presença da variante Delta, mas temos de ter particular atenção porque tudo leva a crer que estamos com uma prevalência elevada”, alertou a responsável, advertindo também que para essa variante a vacina é “menos efetiva”, sobretudo a vacina AstraZeneca com apenas uma dose.

É preciso agora, disse Marta Temido, “ganhar tempo”, para que o processo de vacinação avance, sobretudo a segunda dose da AstraZeneca, e para que a vacina faça efeito. E é preciso haver “contenção” na AML, aumentar as testagens e diminuir os contatos.

Marta Temido admite que a variante Delta ainda não seja dominante em Lisboa, mas diz que as análises mostram que há “um fenômeno novo”, diferente da chamada variante britânica.

“Tudo leva a crer que o fenômeno do número de casos que estamos a assistir tem provavelmente outra natureza que não apenas estarmos num processo de desconfinanamento. Num processo de desconfinamento o aumento de casos é expectável, mas não com esta rapidez”, disse.

Portugal registou nas últimas 24 horas 1.233 novos casos confirmados de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 e mais duas pessoas morreram com covid-19, com mais 13 pessoas internadas, segundo a Direção-Geral da Saúde.

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