Obras em Castro Daire geram polémica entre autarquia e comerciantes

A Associação Comercial e Industrial de Castro Daire (ACICD) fez uma vigília à luz de velas, na noite de segunda-feira, em frente à Câmara Municipal daquele concelho. Em causa está o atraso no final das obras no centro da vila.

Ígor Lopes (Portugal) – De acordo com o presidente da ACICD, José Lemos, a vigília teve o objectivo de mostrar a insatisfação dos comerciantes locais com o atraso no final das obras na rua principal de Castro Daire.

“Estas obras tiveram início em Janeiro do ano passado e o prazo para a sua conclusão não foi cumprido, o que tem causado prejuízos aos comerciantes de Castro Daire. Por isso, decidimos fazer esta vigília. Mesmo assim, contámos com pouco mais de 100 participantes, já que os restantes comerciantes tiveram receio de represarias. (…) Temos consciência de que as obras são uma mais-valia para esta vila, entretanto, queremos que as obras terminem o mais rápido possível”, comentou José Lemos.

Através de um caderno reivindicativo, entre outros aspectos, a Associação exige que haja uma mudança no ritmo da obra, no sentido de garantir a sua conclusão no próximo mês de Junho. A acessibilidade do trânsito automóvel, dos autocarros de turismo e do transporte colectivo ao centro da vila é outra das preocupações destes responsáveis, bem como a definição de medidas que diminuam os prejuízos dos comerciantes.

Por seu turno, a presidente da Câmara de Castro Daire, Eulália Teixeira, mostrou-se surpresa com a manifestação.

“Causa-me estranheza que os comerciantes e o presidente da Associação, que estiveram comigo numa reunião no dia 15 de Fevereiro para debater estes problemas em relação às obras da rua principal, tenham feito esta acção às escondidas. Na minha opinião, esta manifestação tem algumas razões que somente o tempo irá trazer ao entendimento dos munícipes. (…) Há sempre quem não goste de largar o comboio da campanha eleitoral”.

Entretanto, José Lemos nega que haja objectivos políticos em meio a este protesto. “Não há qualquer intenção política em relação à nossa manifestação. Se houvesse alguma pretensão, este acto teria sido levado a cabo no período das eleições”, frisou.

Em tom de protesto, algumas lojas do comércio tradicional colocaram faixas pretas em sinal de luto pelos prejuízos causados com o decorrer das intervenções naquela zona.

“Se tudo correr bem, no Verão as obras terão um bom desenvolvimento”, garantiu Eulália Teixeira. "Penso que vale a pena este sacrifício, pois vamos ter um espaço que vai engrandecer a vila" finalizou a autarca.

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