Luso-descendente assume diretoria de fundação no Rio

Por Igor Lopes

AlcineliAlmeida_FundacaoLeaoXIIIAos 55 anos de idade, Alcineli Almeida é uma luso-descendente determinada, que não mede esforços para levar a cabo os seus projetos. Dona de uma persistência ímpar, esta responsável é hoje diretora de Promoção Social da Região Metropolitana da Fundação Leão XIII, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro. Uma das suas funções é amparar os desprotegidos, ajudar no resgate da cidadania e promover o bem-estar social. Alcineli, que ocupa o cargo desde abril de 2013, conta que, nesse período, já vivenciou muitas situações de ajuda ao próximo, como em casos de tragédias, onde cidadãos ficam à beira de um “colapso social”, dada a destruição de bens materiais ou, mesmo, quando alguém perde a vida. Em termos acadêmicos, esta responsável é ainda professora de uma universidade carioca, que promove o curso “Promoção da Saúde do Idoso através do Cuidado”. Em entrevista exclusiva ao Mundo Lusíada, a diretora, que diz estar “pronta para mais esse desafio”, explica que uma das lutas da entidade é dar isenção de taxas para a população obter documentação.

Mundo Lusíada (ML): Fale um pouco dos principais obstáculos que enfrenta nessa sua caminhada na Fundação?

Alcineli Almeida (AA): Ainda estou em processo de conhecimento e avaliação das necessidades apresentadas pelos Centros Sociais, que fazem parte da Diretoria de Promoção Social da Região Metropolitana, que conta com 44 centros no Grande Rio, Niterói e São Gonçalo, os quais visito e realizo reuniões frequentes, para buscar melhorias na infraestrutura, nas condições de trabalho e atendimento à população, e cuido também do retorno de projetos em todos os nossos Centros Sociais com atividades para as comunidades locais. Mas hoje, na maioria dos Centros Sociais, o trabalho desenvolvido é o de fornecer à população isenção para documentação e vale social. Sob a minha gestão, nesta diretoria, estão sete funcionários, somente na sede, sem contar seis coordenadores de Pólo de Articulação Regional e 44 chefes de centros sociais. Ao todo, são 239 funcionários, incluindo aí os da diretoria.

ML: Que avaliação faz da sua atuação?

AA: Acredito ainda ser cedo para avaliar o trabalho como um todo, mas existe um avanço com as propostas colocadas pela equipe, com a qual conto para inovar, sem esquecer, é claro, de manter o que deu certo até agora. Para mim é um novo desafio estar à frente desta diretoria da Fundação Leão XIII, que participa de projetos como o “Novo Olhar” e o “Resgatando Cidadania”, que são executados e coordenados pela instituição e que atendem um grande número de pessoas no Estado do Rio de Janeiro, com exames oftalmológicos, doação de óculos e cirurgia de catarata, isenção de pagamento de taxas para documentação, prevenção na área da saúde e estética.

ML: Qual é o papel da Fundação na sociedade do Rio atualmente?

AA: O papel da Fundação Leão XIII é promover a cidadania através de seu atendimento diário, principalmente ajudando no direito básico da população que necessita de documentação e, muitas vezes, não tem acesso ou recursos.

ML: Levando em conta a sua formação e percurso profissional, como acha que a experiência pode ajudar no desempenho das suas funções?

AA: Sou graduada em Psicologia, Bacharel em Psicologia, Pós-Graduada em Psicopedagogia Clínica e Geriatria e Gerontologia. Acredito que a minha formação pode contribuir na busca por melhores condições, por levar em conta as histórias de vida e necessidades pontuais da população, em conjunto com a proposta de trabalho da Fundação Leão XIII.

ML: No tocante ao enfrentamento da pobreza e risco social, coordenação e execução de programas e projetos sociais, em consonância com a Política de Assistência Social, acha que a Fundação está no caminho certo?

AA: Com o desenvolvimento dos Projetos Sociais já citados, como o “Novo Olhar” e o “Resgatando Cidadania”, acredito que a Fundação colabora efetivamente para a melhoria da vida das pessoas que apresentam dificuldades no âmbito social.

ML: Como é a sua rotina na Fundação e em que momentos sente que o trabalho está sendo bem realizado?

AA: Num dia normal de trabalho, existe a rotina que é implementada para que as necessidades sejam supridas administrativamente, tanto na sede quanto nas unidades, ou na melhor forma de atender o público que nos procura, pois, muitas vezes, os serviços solicitados não são realizados pela Fundação Leão XIII, mas temos a preocupação em fazer o encaminhamento ou a indicação adequados. Em algumas ocasiões, a Fundação também está presente, como, por exemplo, em tragédias, onde encontramos cidadãos desesperados por muitas vezes perder o pouco que possuem, e, o pior, a perda de entes queridos, o que torna a situação mais crítica e sofrida. Nestes momentos, a Fundação atua não só fornecendo isenção de taxas cartoriais para obtenção de documentos, mas também com a presença da equipe da instituição, levando conforto, orientação e ajudando a amenizar o sofrimento.

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