Foram mais de mil ocorrências esta madrugada, mais de 30% no distrito de Lisboa

Mundo Lusíada com Lusa

A Proteção Civil registrou hoje mais de mil ocorrências, sobretudo relativas a inundações, com mais de 30% no distrito de Lisboa, atualmente sob aviso vermelho devido à chuva intensa.

“Neste momento, em acumulado, temos 1.064 ocorrências e mais de 30% (328) no distrito de Lisboa”, disse à Lusa o comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

A maioria das ocorrências é registrada em “edificado inundado, transbordo de linhas de água, em Loures, Algés, com 449 inundações” assinaladas até agora, indicou.

O comandante adiantou que este “número significativo de ocorrências” em Lisboa “tende a aumentar”, dado que o distrito se encontra sob aviso vermelho para precipitação pelo menos até às 07:00.

A Proteção Civil tinha alertado na segunda-feira para nova possibilidade de inundações e aumento dos caudais dos rios nos distritos de Leiria, Setúbal, Lisboa, Évora, Santarém e Portalegre, que estarão em alerta laranja (o segundo mais grave de uma escala de quatro) devido às previsões de chuva persistente e forte.

Algés

A Baixa de Algés, no concelho de Oeiras, está nesta manhã “intransitável” devido às fortes chuvas registadas durante a noite, anunciou o município, no distrito de Lisboa.

Estão também intransitáveis “a Avenida Marginal entre o Dafundo e Algés, a estrada 117, que liga Queluz de Baixo a Carnaxide, e a EN250 entre Barcarena e Queijas”, indica o município numa nota.

Já na noite de segunda-feira a autarquia tinha anunciado o encerramento do Passeio Marítimo de Algés “por questões de segurança”, devido ao mau tempo, incluindo a agitação marítima.

A Proteção Civil nacional apelou hoje de manhã aos cidadãos para restringirem ao máximo as deslocações por causa do mau tempo, que provocou durante a noite 275 ocorrências nos distritos de Lisboa e Setúbal e deverá manter-se até quarta-feira.

A circulação em várias vias e troços das linhas ferroviárias do Norte, Sintra e de Cascais está suspensa devido ao mau tempo que está a afetar o distrito de Lisboa com chuvas fortes, segundo a Infraestruturas de Portugal (IP).

Deslize de terra

Um deslize de terras em Santa Clara, em Lisboa, está hoje a impedir moradores de sair de casa, segundo o presidente do município, acrescentando que, devido ao mau tempo, cabe a cada escola decidir se deve ou não abrir.

Em declarações à CNN Portugal pelas 08:45, Carlos Moedas explicou que o deslize de terras “está a impedir 10 pessoas de sair de casa” na Azinhaga da Torrinha, bairro da freguesia de Santa Clara, assegurando que estão meios de socorro no local.

Depois de as fortes chuvas registadas durante a noite terem provocado muitas inundações na via pública, o autarca de Lisboa disse ainda que cabe a cada escola decidir se tem condições para abrir, de acordo com a presença ou ausência de funcionários.

“Muitas escolas são de proximidade e penso que cabe a cada uma decidir se tem pessoal ou não”, indicou. O Ministério da Educação já remeteu para cada escola a decisão de suspender as aulas.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa reforçou o pedido para que as pessoas evitem entrar na cidade, acrescentando que estão “todas as equipes na rua” para atender às ocorrências provocadas pelo mau tempo, numa altura em que a cidade está em alerta vermelho.

“A meio da noite, quase que não havia sinais do que ia acontecer”, afirmou, referindo-se à dimensão dos estragos e indicando mais de 300 ocorrências no total desde a madrugada.

O autarca de Lisboa indicou que “o nível de chuva foi muito parecido” com o registrado há uma semana, com as estações meteorológicas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) em Lisboa a revelarem valores de precipitação superiores a 20 milímetros por hora entre as 04:00 e as 07:00.

“Esta semana tínhamos mais pessoas preparadas”, referiu à CNN Portugal, numa alusão à “experiência” da semana anterior.

Em Alcântara, 16 pessoas foram retiradas das habitações e outras seis de um supermercado na sequência de inundações provocadas pelo mau tempo, disse à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia, Davide Amado, com apenas uma pessoa transportada ao hospital por precaução.

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