Adesão à greve de professores no distrito de Lisboa é “superior a 90%”

Da Redação com Lusa

Nesta segunda-feira, o secretário-geral da Fenprof disse que a adesão à greve de professores no distrito de Lisboa é “superior a 90%”, com muitas escolas fechadas, e acusou as autoridades de enviarem inspetores aos estabelecimentos pela manhã.

Em declarações aos jornalistas numa concentração no Rossio, em Lisboa, Mário Nogueira fez um balanço do primeiro dia da greve promovida pela Federação Nacional de Professores (Fenprof) e outras sete organizações sindicais, pedindo para que, nos próximos dias, a adesão continue a aumentar.

Centenas de professores de escolas do distrito de Lisboa estavam concentradas pelas 11:00 no Rossio, munidos de cartazes onde a palavra respeito era a mais lida.

A greve de professores por distritos, convocada por uma plataforma de oito organizações sindicais, começou neste dia 16 e prolonga-se por 18 dias.

Depois do primeiro dia em Lisboa, a paralisação prossegue em Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, terminando no Porto no dia 08 de fevereiro.

Esta greve realiza-se ao mesmo tempo em que decorrem outras duas paralisações: uma greve por tempo indeterminado, convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP), que se iniciou em 09 de dezembro e vai manter-se, pelo menos, até ao final do mês, e uma greve parcial ao primeiro tempo de aulas convocada pelo Sindicato Independente de Professores e Educação (SIPE), que deverá prolongar-se até fevereiro.

Os professores contestam algumas das propostas apresentadas pelo Ministério da Educação no âmbito da negociação da revisão do regime de mobilidade e recrutamento de pessoal docente, mas reivindicam também soluções para problemas mais antigos, relacionados com a carreira docente, condições de trabalho e salariais.

Marcha

Antes, no dia 14, mais de 20 mil pessoas, segundo números da polícia, iniciaram uma marcha da Praça do Marquês de Pombal para a Praça do Comércio, em Lisboa, em defesa da escola pública, iniciativa convocada pelo sindicato STOP.

“Ministro, escuta, a escola está em luta”, “não à municipalização” e “unidos pela educação” foram algumas das palavras de ordem dos professores.

Paulo Brasil, professor de inglês há mais de 30 anos em Setúbal, disse à Lusa que o descontentamento “é cada vez maior”, lamentando que “as atuais condições de trabalho não façam uma escola pública de qualidade”. “Não se consegue chegar às necessidades de todos os alunos”, disse.

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