Acompanhado por multidão, Papa chega no Brasil e discursa ao lado da presidente

Mundo Lusíada
Com Rádio Vaticano e agencias

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O avião da Alitália que transportou o Papa Francisco ao Rio de Janeiro aterrissou às 15h45min no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, 17 minutos antes do previsto. O Papa Francisco foi saudado, junto à escada do avião, pela Presidente Dilma Roussef, de quem recebeu flores, seguido dos comprimentos das autoridades locais.

Entre eles, o Vice-Presidente da República, Michel Temer, o Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o Prefeito Eduardo Paes, o Presidente da CNBB, Cardeal Raimundo Damasceno Assis e o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. Um grupo de crianças cantou para o Papa o Hino da Jornada.

O Papa dispensou o papamóvel neste primeiro trajeto, e fez um giro pela cidade num Fiat cor prata, sendo escoltado por três automóveis da segurança e oito batedores em motocicleta. Em algumas partes do trajeto, o carro do Papa viu-se em meio a um engarrafamento, sendo envolvido completamente pela população que tentava tocar o Pontífice ou apenas seu carro, dando trabalho à segurança. Nestas ocasiões, o Papa beijou algumas crianças.

Nas proximidades da Catedral do Rio, o Papa trocou o Fiat pelo papamóvel, sendo acompanhado por uma multidão ao longo de todo o trajeto. Na Cinelândia, nas proximidades da Catedral do Rio, retornou ao carro de passeio, seguindo até um helicóptero que partiu ao Palácio Guanabara, onde se encontrou com a presidente.

Após a execução dos hinos do Estado da Cidade do Vaticano e do Brasil, a presidente Dilma fez o seu discurso, ressaltando o compromisso do governo no combate à pobreza e destacando a parceria com as Pastorais da Igreja Católica.

Em seguida, o Papa Francisco iniciou o seu discurso, em português, ressaltando que a Providência o quis conduzir na sua primeira viagem internacional à sua amada América Latina, precisamente ao Brasil. Pediu “licença para entrar no coração dos brasileiros”, e foi interrompido por aplausos. “Aprendi que para ter acesso ao povo brasileiro, é preciso ingressar pelo portal do seu imenso coração; por isso permitam-me que nesta hora eu possa bater delicadamente a esta porta. Peço licença para entrar e transcorrer esta semana com vocês. Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo! Venho em seu Nome, para alimentar a chama de amor fraterno que arde em cada coração; e desejo que chegue a todos e a cada um a minha saudação: A paz de Cristo esteja com vocês”.

Papamovel_RJO Papa ainda se dirigiu aos seus irmãos no Episcopado, “sobre quem pousa a tarefa de guiar o Rebanho de Deus neste imenso País, e às suas amadas Igrejas Particulares. Esta minha visita outra coisa não quer senão continuar a missão pastoral própria do Bispo de Roma de confirmar os seus irmãos na Fé em Cristo, de animá-los a testemunhar as razões da Esperança que d’Ele vem e de incentivá-los a oferecer a todos as inesgotáveis riquezas do seu amor”.

O Papa observou que a sua presença no Brasil transcende as fronteiras do país, pois veio para a Jornada Mundial da Juventude: “Vim para encontrar os jovens que vieram de todo o mundo, atraídos pelos braços abertos do Cristo Redentor. Eles querem aconchegar-se no seu abraço para, junto de seu coração, ouvir de novo o seu potente e claro chamado: ‘Ide e fazei discípulos entre todas as nações’”.

Citou os jovens como o futuro, falando não só aos jovens mas também para suas famílias. “Os pais costumam dizer por aqui: os filhos são a menina dos nossos olhos. Que bela expressão da sabedoria brasileira que aplica aos jovens a imagem da pupila dos olhos, janela pela qual entra a luz regalando-nos o milagre da visão! O que vai ser de nós, se não tomarmos conta dos nossos olhos? Como haveremos de seguir em frente? O meu auspício é que, nesta semana, cada um de nós se deixe interpelar por esta desafiadora pergunta”.

O Papa ressaltou que a juventude “é a janela pela qual o futuro entra no mundo” e, por isso, impõe grandes desafios. Ao concluir, pediu a todos a “delicadeza da atenção e, se possível, a necessária empatia para estabelecer um diálogo de amigos. Nesta hora, os braços do Papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira, na sua complexa riqueza humana, cultural e religiosa. Desde a Amazônia até os pampas, dos sertões até o Pantanal, dos vilarejos até as metrópoles, ninguém se sinta excluído do afeto do Papa. Depois de amanhã, se Deus quiser, tenho em mente recordar-lhes todos a Nossa Senhora Aparecida, invocando sua proteção materna sobre seus lares e famílias. Desde já a todos abençôo. Obrigado pelo acolhimento”.

Presidência

Segundo a presidente, a presença do pontífice no país é uma oportunidade para reforçar o diálogo com a Santa Sé e os valores que o Brasil compartilha. “Nós lutamos contra um inimigo comum: a desigualdade em todas as suas formas”, destacou a presidente em seu discurso. Dilma ressaltou que o Estado brasileiro convive com a diferença e acolhe todas as religiões.

No discurso, a presidente também ressaltou a “estratégia de superação da desigualdade”, implantada no Brasil com as políticas de distribuição de renda e redução da pobreza e disse acreditar que a Igreja pode ser uma parceira para levar as boas experiências para outros países. Segundo ela, neste processo, o governo tem contado com a parceria com a Igreja: “As pastorais católicas têm sido importantes parceiras da autoridade brasileira na promoção da defesa dos direitos da criança e do adolescente”.

Depois de amanhã, o Papa Francisco segue para Aparecida do Norte, para realização de uma missa no Santuário Nacional de Fátima, no interior de São Paulo, acompanhado por uma multidão. No dia 23, o pontífice não tem agendado compromissos oficiais.

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