Despesa do Estado português em 30 milhões de euros para Jornada Mundial Juventude

Da Redação com Lusa

A despesa do Estado com a organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, em agosto, será de 30 milhões de euros, segundo uma nota emitida hoje pelo Governo português.

As responsabilidades e compromissos assumidos pelo Estado na Jornada Mundial da Juventude poderão ir “até aos 21,8 milhões de euros”, refere a nota enviada à Lusa pelo Gabinete da Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares.

A este montante somam-se 8,2 milhões de euros de um contrato “adjudicado pela IP (Infraestruturas de Portugal) para a deslocação do terminal de contentores”.

“Total da despesa do Estado: 30 ME”, sem ser aqui considerado o imposto sobre o valor acrescentado (IVA), já que este reverte a favor do Estado, diz o Governo na nota, onde acrescenta que “o Estado participará também através do apoio, nomeadamente, na área da saúde, segurança, socorro e mobilidade”.

Os 21,8 milhões de euros referidos englobam “o conjunto de encargos assumidos” pelo Estado, incluindo os montantes relacionados com a unidade de missão, a aquisição das torres multimédia, instalações sanitárias, transmissão televisiva, abastecimento de água, ponte militar, promoção do país no estrangeiro, centro de comando e segurança, centro de apoio à imprensa nacional e internacional”, detalha o ministério de Ana Catarina Mendes.

Já os 8,2 milhões de euros resultam do contrato para a deslocação do terminal de contentores, “no âmbito da requalificação, valorização ambiental e fruição da zona ribeirinha do parque da Bobadela”, refere ainda.

Estes valores hoje divulgados veem corrigir as estimativas feitas pelo Governo em outubro e que apontavam para um gasto na ordem dos 36,5 milhões de euros na Jornada Mundial da Juventude.

A realização da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa terá um custo de pelo menos 161 milhões de euros, segundo as estimativas apresentadas pela Igreja Católica, pelo Governo e pelos municípios de Lisboa e Loures.

Os custos da JMJ têm estado em destaque esta semana depois de ser conhecido que a construção do altar-palco do espaço do Parque Tejo (com nove metros de altura e capacidade para 2.000 pessoas), a cargo do município da capital, foi adjudicada à Mota-Engil por 4,24 milhões de euros (mais IVA), somando-se ainda a esse valor 1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura.

As principais cerimônias vão ter lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

Ainda em julho, a Câmara de Lisboa anunciou em comunicado a sua disponibilidade para investir “até 35 milhões de euros na exigente criação de condições para os diferentes eventos” integrados na JMJ, um valor confirmado esta semana pelo presidente da autarquia, Carlos Moedas (PSD).

Na sequência da polêmica, o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 e coordenador geral do Comité Organizador Local, Américo Aguiar (bispo auxiliar de Lisboa), adiantou na quinta-feira que o orçamento da Igreja ainda não está fechado e será divulgado nos próximos dias, tendo já um valor provisório superior a 80 milhões de euros.

O memorando de entendimento prevê que a Igreja assuma a responsabilidade e custos de tudo o que diga respeito ao acolhimento dos peregrinos, explicou o coordenador do evento, referindo que, “no fim, assumirá os prejuízos”, se houver. Eventuais lucros serão entregues às autarquias de Lisboa e Loures para projetos relacionados com a juventude.

​​​​​​​A JMJ é o maior encontro de jovens católicos de todo o mundo com o Papa, que acontece a cada dois ou três anos, entre julho e agosto.

Este ano realiza-se em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: