Violas de arame de Portugal e do Brasil se encontram em aldeia de Odemira

Da Redação com Lusa

Concertos, oficinas e conversas em mesas-redondas são destaques da programação da 9.ª edição do Encontro de Violas de Arame, que vai decorrer, no fim de semana, no interior do concelho de Odemira (Beja).

A iniciativa, que inclui o 6.º Encontro de Tocadores de Viola Campaniça, vai decorrer, no sábado e no domingo, na aldeia de São Martinho das Amoreiras e é promovida pelo Centro de Valorização da Viola Campaniça e do Cante de Improviso (CVVCCI).

Ao longo dos dois dias, tocadores das violas campaniça (Baixo Alentejo), braguesa (Minho), beiroa (Beira Baixa), amarantina (Amarante) e caipira (Brasil) vão passar pela Casa do Povo, pela Taberna do Lagar e pelo salão de festas da aldeia.

“Pretende-se que esta seja uma ação importante de resgate e dignificação da cultura regional, destinada a todos os músicos, etnógrafos e curiosos que manifestem interesse pela música tradicional”, anunciou o CVVCCI, em comunicado enviado à agência Lusa.

A sessão de abertura do 9.º Encontro de Violas de Arame está agendada para as 14:00 de sábado, seguindo-se a inauguração de uma exposição de cordofones.

O programa do primeiro dia inclui ainda uma mesa-redonda sobre violas de arame, com os tocadores Pedro Mestre, Carlos Loução, José Diogo Bento, David Pereira, José Barros, Ricardo Fonseca, Fernando Denghi, Eduardo Costa e Hélio Monteiro.

Para a noite de sábado está igualmente previsto, a partir das 21:00, um espetáculo com cante a despique e baldão e a atuação dos grupos de viola campaniça do CVVCCI e Violas Encantadas.

No domingo, pelas 14:30, tem lugar uma mesa-redonda, com os professores Manuel Morais e Domingos Morais, assim como com o doutorando em Etnomusicologia Carlos Balbino, seguindo-se, às 17:30, um concerto com os grupos Campaniça Trio e Ao Canto da Beira.

O 9.ª edição do Encontro de Violas de Arame tem os apoios da Câmara de Odemira, Junta de Freguesia de São Martinho das Amoreiras, Casa do Povo de São Martinho das Amoreiras, Associação de Desenvolvimento de Amoreiras-Gare, associação A Terra e Direção Regional da Cultura do Alentejo.

Típica do Baixo Alentejo, nomeadamente nos concelhos de Castro Verde, Odemira e Ourique, a viola campaniça é considera “a maior das violas portuguesas”, possuindo cinco ordens de cordas, tocada de dedilhado apenas com o polegar.

No final dos anos 80 do século passado chegaram a existir apenas dois tocadores de viola campaniça, Manuel Bento e o seu tio, Francisco António, naturais da Aldeia Nova, no concelho de Ourique.

Desde então, a construção e toque deste instrumento tem vindo a ser dinamizada, sobretudo nos concelhos de Castro Verde e Odemira, existindo atualmente dezenas de tocadores.

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