Presidente moçambicano considera eleição de Bolsonaro “forte testemunho de confiança” do povo

Da Redação
Com Agencias

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, defendeu que a eleição de Jair Bolsonaro para Presidente do Brasil, no domingo, é um “forte testemunho da confiança que o povo brasileiro deposita na sua visão e habilidades para liderar” o país.

“A vossa eleição é um forte testemunho da confiança que o povo brasileiro deposita na visão e habilidades para liderar o Brasil”, lê-se num comunicado da Presidência da República de Moçambique distribuído dia 29 à imprensa, sobre a eleição do candidato da extrema-direita brasileira, divulgado pela Lusa.

Para o chefe de Estado moçambicano, Jair Bolsonaro é eleito num momento em que o povo brasileiro enfrenta enormes desafios.

“Estamos confiantes de que a nossa cooperação será consolidada com base nos valores fundamentais compartilhados no seio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e no desejo mútuo do alcance das metas preconizadas, rumo à construção de uma comunidade mais unida e fortalecida”, concluiu o Presidente moçambicano, destacando as “excelentes relações de amizade e cooperação” entre Brasil e Moçambique.

Também dia 29, o secretário do Departamento de Estados norte-americarno, Mike Pompeo, telefonou para Bolsonaro (PSL). Na conversa, Pompeu parabenizou Bolsonaro pela vitória nas eleições e reforçou o interesse em estreitar a parceria com o Brasil com respeito à democracia e visando o desenvolvimento econômico e a preservação dos direitos humanos.

Em nota, divulgada no site do Departamento de Estado norte-americano, a porta-voz Heather Nauert sintetizou a conversa entre Pompeo e Bolsonaro. Segundo ela, ambos concordaram que as preocupações humanitárias com a Venezuela e o combate aos crimes transnacionais têm de ser prioridades, segundo Agencia Brasil.

“Eles [Pompeo e Bolsonaro] discutiram a colaboração em questões prioritárias de política externa, incluindo a Venezuela, combatendo o crime transnacional e formas de fortalecer os laços econômicos entre os Estados Unidos e o Brasil, as duas maiores economias do Hemisfério Ocidental.”

De Brasília

Os presidentes do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), divulgaram nota para parabenizar o presidente eleito. Eunício defendeu a “reconciliação nacional” e Maia disse esperar responsabilidade dos eleitos em unificar o país.

“Como cidadão, acredito que o futuro gestor dos destinos políticos do país busque desde já uma reconciliação nacional, com base no respeito à Constituição, às diferenças e aos direitos fundamentais da população”, afirmou Eunício, que também desejou a Bolsonaro “um mandato consonante com as expectativas do povo e com a Constituição Federal”.

Em seu Twitter, Maia, reeleito deputado federal, disse que “todos nós temos a responsabilidade em unificar o país e trabalhar para melhorar a vida de todos os brasileiros”.

Human Rights

A organização internacional Human Rights Watch (HRW), de defesa dos direitos humanos, afirmou que “monitorará de perto” o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. “A Human Rights Watch acompanhará de perto a retórica e as ações do governo de Bolsonaro”, disse José Miguel Vivanco, diretor das Américas da Human Rights Watch, em nota divulgada após o anúncio do resultado das eleições.

“Continuaremos fazendo nosso trabalho rigoroso e independente de investigação e pressão por mudanças de políticas públicas, como temos feito nas últimas décadas, na defesa dos direitos humanos de todos os cidadãos brasileiros, independentemente de gênero, orientação sexual, raça, filiações políticas ou crenças religiosas”, disse o diretor da HRW em nota.

Segundo Miguel Vivanco, o Poder Judiciário brasileiro e outras instituições democráticas devem reagir diante de quaisquer sinais de violação a direitos fundamentais eventualmente vindos do novo governo. “O Brasil tem juízes independentes, promotores e defensores públicos dedicados, jornalistas corajosos e uma sociedade civil vibrante”, afirmou Vivanco. “A Human Rights Watch se unirá a eles na resistência contra qualquer tentativa de erodir os direitos e as instituições democráticas que o Brasil construiu com tanto esforço nas últimas três décadas.”

O candidato do Partido Social Liberal (PSL, de extrema-direita), Jair Messias Bolsonaro, 63 anos, capitão do Exército brasileiro reformado, foi eleito no domingo, na segunda volta das eleições presidenciais, o 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,13% dos votos.

De acordo com dados do Supremo Tribunal Eleitoral brasileiro, Fernando Haddad, candidato do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), conquistou 44,9% dos votos, e a abstenção foi de 21% de um total de mais de 147,3 milhões de eleitores inscritos.

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