Sede de Portugal na Copa, Campinas amplia ações contra surto de dengue

Secretário de saúde informa que casos começam a diminuir e prevê situação tranquila durante a Copa.

 

Ações contra dengue em Campinas. Foto Fernanda Sunega
Ações contra dengue em Campinas. Foto Fernanda Sunega

Da Redação

Diante da maior epidemia de dengue de sua história, Campinas, a 100 km de São Paulo, ampliou as ações de combate à doença e, segundo a secretaria de Saúde do município, os resultados já começaram a aparecer. A cidade, escolhida como Centro de Treinamento pelas seleções de Portugal e Nigéria, vê o surto “arrefecer”, nas palavras do secretário Carmino Antonio de Souza.

“Ainda temos focos mais intensos, mas globalmente vivemos um momento menos aflitivo”, afirmou. “Esperamos chegar à Copa com a situação controlada, teremos um índice de transmissão muito reduzido se comparado a hoje”, completou.

Os dados atualizados em 8 de maio apontam o registro de 21.967 casos de dengue desde o início do ano – o pico, de acordo com o secretário, se deu durante a semana da Páscoa. As ações de controle foram intensificadas desde então: já foram recolhidos mais de 100 mil toneladas de lixo, 25 quilômetros de margens de riachos que cortam a cidade foram limpos e 120 mil imóveis receberam a visita de agentes da prefeitura.

“O Exército tem nos ajudado em algumas ações, principalmente no trabalho de selagem de caixas d’água. Além disso, os governos estadual e federal e a imprensa têm nos ajudado na comunicação e conscientização, para que cada cidadão cuide de suas casas”, disse Souza. A cidade também conta com oito veículos e cem homens para nebulização. Para assistência à população, foram criadas equipes próprias para atendimento nos postos de saúde e hospitais.

Em 2013, Campinas registrou cerca de seis mil casos de dengue. A cidade aponta o verão atípico, de temperaturas mais altas que o normal e chuvas abaixo da média, além do reaparecimento do tipo 1 da doença, que há 20 anos não circulava no município, como as causas da explosão de registros.

Na Copa do Mundo

Entre as regiões que serão utilizadas pelas seleções durante o Mundial, a do Jardim Eulina, no norte de Campinas, é que atrai mais atenção. É lá que Cristiano Ronaldo e seus companheiros vão se preparar para o torneiro, no Centro de Treinamento da Ponte Preta.

“Não é um ponto de grande concentração de casos, mas intensificamos cuidados locais. Nesta semana, três caminhões estão na região para remoção de lixo e 40 homens estão em campo para nebulização”, explicou o secretário. “O hotel onde Portugal se hospedará e os arredores foram inspecionados e está em ordem”, acrescentou.

Para a Nigéria a situação é menos preocupante. A seleção africana se concentrará na parte central de Campinas, onde a taxa de transmissão é consideravelmente menor. O estádio Brinco de Ouro da Princesa, onde serão os treinos, fica próximo ao hotel e também não é foco da dengue. “Tudo está sendo varrido, mas não há concentração”, afirmou Souza.

A cidade mantém contato com os departamentos médicos da FIFA, do Comitê Organizador Local (COL) e das federações dos dois países. No mês passado, técnicos do Ministério da Saúde estiveram em Campinas para avaliar a epidemia e recomendaram ao município a manutenção das medidas adotadas para o atendimento da população e a intensificação das ações de prevenção e controle da doença nas áreas mais críticas, bem como ações de comunicação para conscientização da população.

O Ministério da Saúde informou que foi preparada uma campanha publicitária com a participação do capitão da seleção pentacampeã do mundo de futebol, Cafu. Nas peças, ele alerta a população sobre a importância de eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypt.

O panorama em cidades próximas, que também serão base de equipes no Mundial, não é alarmante. Itu, que receberá as seleções de Japão e Rússia, registrou apenas 14 casos neste ano, de acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura. Em Sorocaba, onde estarão concentrados os atletas da Argélia, são 103 registros – bem abaixo dos 569 do mesmo período de 2013.

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