Covid-19: Alívio de restrições será “progressivo, gradual, cauteloso” segundo Governo

Da Redação com Lusa

Neste dia 15, o secretário Adjunto e da Saúde de Portugal disse que é de esperar “alívio nas restrições” impostas pela pandemia de covid-19, mas que esse alívio será “progressivo, gradual, cauteloso”.

À saída de uma sessão no Infarmed, em Lisboa, António Lacerda Sales notou que os indicadores, “quer ao nível da incidência, quer ao nível do índice de transmissibilidade, quer ao nível da pressão sobre os serviços de saúde, são bons”.

“São bons indicadores, que nos dão algum otimismo, alguma confiança, alguma tranquilidade, para podermos acreditar que, sim, vamos ter alívio nas restrições”, reconheceu, frisando que há que “ouvir os peritos” na quarta-feira.

Simultaneamente, assinalou, ainda há “alguns indicadores” que “preocupam, nomeadamente o número de mortes por milhão de habitantes”, e que impõem “uma ponderação” entre “a ciência e o bom senso”.

Sobre a testagem, Lacerda Sales acredita que deve ser também avaliada pelos peritos nesta quarta-feira e que “poderá haver algumas novidades, nomeadamente no tipo de testagem, na forma como se deve aliviar algumas restrições”.

O secretário de Estado entende que deve manter-se uma testagem “seletiva, dirigida, nomeadamente a grupos mais vulneráveis”.

A diretora-geral da Saúde, que participou na mesma sessão, corroborou o trio “progressivo, gradual, cauteloso” enunciado pelo secretário de Estado e sublinhou o “indicador de gravidade, o da mortalidade por milhão de habitantes”.

“Não podemos, de maneira nenhuma, ter sobressaltos nesta descida. Queremos chegar à primavera e aos meses mais quentes numa fase de recuperação”, frisou. “Temos de o fazer de forma gradual e segura”, realçou Graça Freitas, acrescentando que “os peritos estão a equacionar medidas” para os dois tipos principais de doentes, com ou sem sintomas.

Sobre eventuais alterações ao plano de vacinação, Graça Freitas disse que “está tudo planeado” e que “o Ministério da Saúde tem esse plano, que tem estado a ser discutido”, sendo que vários aspetos “são ponderados”, entre os quais “a quantidade de pessoas que, estando a recuperar da doença, não tem critérios de elegibilidade” para a vacinação.

A diretora-geral da Saúde não se quis “pronunciar” sobre uma eventual quarta dose da vacina. “É muito prematuro. É melhor pensarmos que temos que terminar agora o reforço daqueles que ainda precisam de fazer o reforço, continuar a vacinar aqueles que entram de novo no sistema com o seu esquema de vacinação primário e continuar a projetar os meses futuros”, contrapôs.

“Vamos ter que ter muita calma, agora e no futuro”, apelou, recordando que “é um vírus novo e ainda é muito recente” e que os países que já aliviaram mais “em qualquer momento podem ter que inverter essas medidas”.

Situação

Portugal registra uma “redução acentuada do perigo pandêmico”, indica o relatório do grupo de acompanhamento da pandemia do Instituto Superior Técnico (IST), que recomenda que as “medidas em vigor sejam reduzidas de forma quase total”.

“A redução atual [de casos positivos] não se deve às medidas em vigor – que tiveram um efeito muito efetivo no passado – mas sim à saturação de contágios e esgotamento de suscetíveis” de contrair a infeção, adianta o relatório.

Estes especialistas reafirmam que, “entre vacinação e infeção, depois do final de fevereiro, toda a população terá alguma imunidade ao vírus” que causa a covid-19.

Perante isso, a “manutenção das medidas apenas tem efeitos marginais neste momento”, sublinha o relatório.

De acordo com os dados de hoje, o indicador de avaliação da pandemia (IAP) elaborado pelo IST e pela Ordem dos Médicos (OM) – que combina a incidência, a transmissibilidade, a letalidade e a hospitalização em enfermaria e em cuidados intensivos – atingiu o pico desta vaga em 24 de janeiro, com 105.8 pontos, acima do limiar de 100 pontos considerado o nível crítico.

Na fase atual com a redução desses parâmetros, o IST e a OM preveem uma “franca descida” dos internamentos em enfermaria nos próximos 15 dias, assim como uma tendência de redução do número de doentes em cuidados intensivos.

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