Neste dia 21, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a coragem do Papa Francisco em defesa da dignidade humana e recordou-o como um “amigo tardio mas intenso” de Portugal.
O chefe de Estado falava no Palácio de Belém, em Lisboa, numa declaração ao país sobre o Papa Francisco, que morreu hoje, aos 88 anos, após 12 anos de pontificado.
“Foi talvez a mais corajosa voz de entre os líderes espirituais dos últimos 12 anos na defesa de dignidade humana, da paz, da justiça, da liberdade, da igualdade, da fraternidade, do diálogo entre culturas e civilizações, da preferência pelos deserdados das periferias, pelos mais pobres”, afirmou o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que o Papa Francisco “era o chefe de Estado sucessor da primeira entidade universal” que reconheceu a independência de Portugal, em 1179, “há quase oito séculos e meio”.
Recordando-o como “amigo tardio mas intenso de Portugal”, o Presidente da República salientou as suas duas visitas ao país, em 2017 por ocasião do centenário de Fátima, e na Jornada Mundial de Juventude, em 2023.
Desses e de outros encontros, em 2016, 2019 e 2021, disse que guarda “a humildade do pároco nunca rendido às vestes do bispo, do cardeal, do papa, simples, aberto, generoso, compreensivo, solidário”.
“Em nome de todos os portugueses, crentes e não crentes, concordantes ou discordantes, agradeço a Francisco o carinho que devotou a Portugal, mas sobretudo a sua presença ao lado dos que morrem vítimas das diárias negações dos direitos humanos, dos abusos e das prepotências de toda a natureza, das migrações e refúgios forçados, da primazia da guerra e do injusto esmagamento de pessoas, povos e legítimos sonhos de futuro”, acrescentou.
ONU
Também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lamentou hoje a morte do Papa Francisco, que recordou como “um mensageiro da esperança, humildade e humanidade”.
“Junto-me ao mundo para lamentar o falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco, mensageiro da esperança, da humildade e da humanidade”, afirmou num comunicado, no qual sublinha que o pontífice “foi uma voz transcendental em defesa da paz, da dignidade humana e da justiça social”.
Na nota, o secretário-geral da ONU sublinhou que Francisco “deixa um legado de fé, serviço e compaixão para todos, especialmente para aqueles que estão marginalizados ou presos pelos horrores do conflito”.
“Foi um homem de fé para todas as fés, trabalhando com pessoas de todas as fés e origens para iluminar um caminho a seguir”, acrescentou.
Morte
O Papa Francisco morreu devido a um acidente vascular cerebral (AVC), anunciou hoje o Vaticano.
O AVC, ou derrame cerebral, conduziu a um coma e a uma insuficiência cardíaca irreversível, segundo a certidão de óbito publicada ao final da tarde de hoje pela Santa Sé.
“A morte foi confirmada por registo electrocardio-terapêutico”, indica o documento, assinado pelo diretor do Departamento de Saúde e Higiene do Vaticano, professor Andrea Arcangeli.
O Papa Francisco, 88 anos, morreu hoje às 07:35 locais (06:35 em Lisboa) na residência na Casa Santa Marta, na Cidade do Vaticano.