“Apagão” afeta Portugal de norte a sul, ministro admite que pode ser ciberataque

Utentes do Metro de Lisboa encontraram a Estação da Expo fechada devido ao apagão que afeta Portugal de Norte a Sul e outros países europeus, em Lisboa, 28 de abril de 2025. O Governo criou um grupo de trabalho para acompanhar o apagão que afeta Portugal de Norte a Sul e outros países europeus e aponta que o problema “terá tido origem” fora de Portugal. MIGUEL A. LOPES/LUSA

Uma falha de eletricidade nesta segunda-feira afetou pelas 11:30 várias regiões de Portugal, segundo relatos feitos à agência Lusa. A falha afetou várias cidades, de norte a sul do país, desconhecendo-se ainda as causas das mesma.

 A REN – Redes Energéticas Nacionais confirmou um corte maciço no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e parte do território francês e avançou que estão a ser ativados os planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia.

 A ANA acionou os geradores de emergência, após um corte de energia a nível geral, possibilitando o essencial da operação no Porto e em Faro, mas Lisboa com mais limitações, disse à Lusa fonte oficial da gestora aeroportuária.

“Os aeroportos da ANA acionaram os geradores de emergência o que para já possibilita a manutenção do essencial da operação aeroportuária nos aeroportos do Porto e de Faro. Em Lisboa a operação está a decorrer mas com limitações. Até ao momento, não se registram impactos nos Aeroportos da Madeira e dos Açores”, avançou a ANA.

Ataque

 O ministro Adjunto e da Coesão Territorial admitiu hoje que o apagão energético que afeta Portugal possa ser devido a um ciberataque, adiantando que está também a afetar Espanha, França e Alemanha.

Em declarações à RTP 3, Manuel Castro Almeida, questionado sobre a possibilidade de se tratar de um ciberataque, respondeu que “há essa possibilidade, mas não está confirmada”.

“Há essa possibilidade, de facto”, referiu o ministro, salientando que tinha ainda pouca informação e que a que dispunha não era confirmada.

“Sei que abrange vários países da Europa – Portugal, Espanha, França e Alemanha e creio que também Marrocos”, referiu Castro Almeida, para quem em causa está uma “coisa em grande escala que, pela dimensão que tem, é compatível com um ciberataque”,

“Mas é uma informação não confirmada”, reiterou.

 O Governo criou um grupo de trabalho para acompanhar o apagão que afeta Portugal e outros países europeus e aponta que o problema “terá tido origem” fora de Portugal.

“Terá sido, aparentemente, um problema na rede de transporte, cuja razão ainda está a ser identificada, aparentemente, em Espanha”, disse à Lusa o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

O ministro disse ainda que o Governo está a trabalhar, em conjunto com agentes públicos e privados, para “o mais rapidamente possível” retomar a situação de normalidade no fornecimento de energia, embora sem apontar prazo.

“O Governo está a trabalhar em conjunto num grupo de acompanhamento que foi imediatamente acionado. Trata-se de um problema de interrupção de energia que estará a afetar muitos países da Europa, terá tido origem na rede de transporte e é um problema de origem exterior a Portugal”, afirmou.

A primeira prioridade do Governo é, “em conjunto com as várias autoridades nacionais e as empresas prestadoras dos serviços essenciais”, assegurar “uma retoma o mais rápida possível do fornecimento de energia elétrica em Portugal”.

“Segundo, assegurar a continuidade ou a mínima disrupção possível nos serviços públicos, em particular nos mais essenciais e nas infraestruturas críticas. Estamos, obviamente, em contacto com todos estes serviços e entidades que as coordenam”, afirmou.

Finalmente, prosseguiu Leitão Amaro, o Governo está também empenhado em “garantir a ordem pública”.

“Estamos a trabalhar em conjunto desde o primeiro segundo, e estamos confiantes que, com a cooperação de todos – agentes públicos e privados e Governo – consigamos o mais rápido possível retomar a normalidade na vida dos portugueses para um fenómeno que não é nacional”, assegurou.

Questionado se o Governo tem conhecimento de problemas concretos, o ministro da Presidência afirmou que “há disrupção de alguns serviços e perturbação na vida de várias pessoas”.

“Nós estamos focados nos serviços mais essenciais: assegurar a segurança nos aeroportos, assegurar a continuidade dos serviços de saúde, também as restantes vias e redes de transportes”, disse.

Leitão Amaro admite que há desenvolvimentos “a cada segundo” e serão feitas atualizações ao longo do dia.

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