Da Redação com Lusa
O primeiro-ministro português, António Costa, e o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, tiveram neste dia 02 encontros privados com o Papa Francisco, na Nunciatura Apostólica, em Lisboa.
O primeiro a chegar foi Santos Silva, que esteve reunido com o Papa durante cerca de 15 minutos, naquela que é a embaixada do Vaticano em Lisboa.
António Costa, que chegou ao local às 16:30 acompanhado pela mulher, Fernanda Tadeu, esteve reunido durante 30 minutos, tendo oferecido ao Papa Francisco uma escultura de São Francisco de Assis, da autoria de José Franco, a “obra completa do Padre Manuel Antunes” e o livro “Santuário Marianos – Portugal”, coordenado por José Sá Fernandes, responsável pelo grupo de projeto para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Já o Papa ofereceu a António Costa um tríptico de medalhas papais referente ao décimo ano do seu pontificado e livros religiosos, segundo fonte do governo português.
À saída, nenhuma das duas figuras do Estado prestou qualquer declaração à comunicação social.
Antes do encontro, e após ter marcado presença na cerimônia que decorreu no Centro Cultural de Belém esta manhã – na qual o líder da Igreja Católica discursou -, António Costa publicou uma mensagem na rede social Twitter, na qual dizia ser “uma enorme alegria” receber o Papa Francisco em Portugal, qualificando-o como “uma referência para crentes e não crentes”.
“A sua presença e a de milhares de jovens em Portugal para a JMJ é sinônimo de esperança nos valores da humanidade, da igualdade, da solidariedade e da paz”, escreveu.
Quanto a Santos Silva, publicou no Twitter que apresentou cumprimentos ao Papa “em nome do parlamento”, num “caloroso encontro” em que falaram “sobre a liberdade religiosa e a importância do diálogo com os jovens”.
Tanto António Costa como Santos Silva divulgaram na mesma rede social fotografias do encontro com o Papa na Nunciatura.
O Papa chegou quarta-feira de manhã a Lisboa para participar na JMJ, que termina no domingo. Francisco irá ainda ao Santuário de Fátima, no sábado de manhã.
O Papa já esteve ainda no Palácio de Belém, com o Presidente da República, e teve depois um encontro com autoridades, sociedade civil e corpo diplomático, no Centro Cultural de Belém (CCB).
Ao início da tarde, o Papa foi para a Nunciatura (a embaixada do Vaticano em Lisboa), onde teve encontros com o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e com António Costa.
Francisco voltou à tarde à zona de Belém, ao Mosteiro dos Jerónimos, para uma missa com membros do clero, como bispos, diáconos e padres da Igreja Católica.
Durante a JMJ, Francisco participará ainda em encontros com jovens, estudantes, bispos, representantes de centros de assistência sócio-caritativa e de confissões religiosas radicadas em Portugal.
Oliveira
Já em Cascais, neste dia 03, o Papa Francisco assinou uma bola de trapos e regou uma oliveira, símbolos da instituição Scholas Occurrentes, que fundou há mais de 20 anos em Buenos Aires.
Um voluntário da instituição explicou à agência Lusa que a bola de trapos representa o regresso às origens, às crianças de rua, que estão no centro do projeto da Scholas Occurrentes, que promove a educação para a cidadania e a inclusão.
A bola foi feita com os panos usados por algumas das 3.000 pessoas que, nos últimos três meses, pintaram um mural de 3,5 quilômetros que o Papa percorreu hoje e no qual deixou também a sua marca.
A oliveira, símbolo da paz, está representada no logótipo da Scholas e é plantada sempre que se abre uma sede no mundo.
Em Cascais, a oliveira está no pátio da antiga escola Conde Ferreira, sede da Scholas Portugal desde a sua criação, em 2019.
Após percorrer os 3,5 quilómetros do mural colocado ao longo da estrada, onde foi saudado por milhares de pessoas que acenavam à sua passagem, o Papa chegou às 10:40 à sede da instituição em Cascais.
Recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, Francisco foi acolhido por voluntários da Scholas numa sala onde todas as paredes e o teto estavam cobertos por um mural colorido pintado por jovens.
No interior, o Papa fez a última pincelada do mural, um círculo verde aberto, usando um pincel ligado à realidade virtual para iniciar uma nova obra digital e reunir as diferentes comunidades das Scholas de todo o mundo.
Sobre a pintura na sala, declarou: “É uma Capela Sistina pintada por vocês”.
Aos jovens, representantes das Scholas de todo o mundo, o Papa Francisco disse que uma vida sem crises é assética e sem sabor, e que só em conjunto estas crises se ultrapassam.
Após ouvir testemunhos de jovens, incluindo de um muçulmano da Guiné-Bissau, Francisco frisou que “há que assumir as crises e resolvê-las”, o que se faz “raramente a sós”.
Pouco mais de meia-hora depois de chegar, o Papa saiu ao som da música Recado, cantada pela fadista Cuca Roseta.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para esta JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica.
Assim, o Santo Padre pincela o mural de 3,5 km, intitulado “Vida entre muros”. Um gesto simbólico de bênção ao projeto de inclusão entre as escolas.#Lisboa2023 🇵🇹#FranciscoemLisboa pic.twitter.com/2eSkGFYGR2
— JMJ Lisboa 2023 (@jmj_pt) August 3, 2023