Com desemprego em baixa, Portugal destaca inclusão de estrangeiros no mercado de trabalho

Ministra do setor ressalta grande oportunidade de circulação de talentos entre nações de língua oficial portuguesa.

 

Da Redação com ONUNews

 

A ministra portuguesa do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, participa na 62ª Sessão da Comissão para o Desenvolvimento Social da ONU em Nova Iorque.

Falando à ONU News, a representante destacou haver espaço no seu país para implementar novas formas de trabalho e partilhar competências com nações lusófonas. Portugal teve a segunda taxa anual mais baixa de desemprego dos últimos 12 anos.

720 mil trabalhadores estrangeiros em 2023
“Nós tínhamos previsto 6,7% de taxa desemprego e ficou em 6,6% de taxa de desemprego. É particularmente relevante num contexto em que temos uma incerteza internacional a acontecer. Mas que o emprego em Portugal tem sido praticamente um grande motor de resistência, mas também de crescimento da economia. É particularmente interessante olhar para os números, porque não é só a taxa de desemprego, historicamente, como estamos com o recorde do número de pessoas a trabalhar em Portugal.”

Ao ressaltar o aumento de trabalhadores estrangeiros para um máximo histórico, a ministra destacou a esperança de novo impulso em formas de cooperação em favor de talentos no espaço lusófono.

“Nós, em 2023, ultrapassamos pela primeira vez os 5 milhões de trabalhadores em Portugal a trabalhar. Isso significa mais 1,2 milhão de pessoas do que tínhamos há oito anos e com um forte contributo nomeadamente de estrangeiros. Nós olhamos para a evolução dos estrangeiros a trabalhar em Portugal. Passamos de cerca de 150 mil trabalhadores estrangeiros a trabalhar, e a fazerem parte formalmente da segurança social, para cerca de 720 mil trabalhadores em 2023. Destes 720 mil trabalhadores, para percebermos um bocadinho aqui a dimensão, cerca de 300 mil são oriundos da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa. Isto mostra bem a ligação entre os países e a grande oportunidade de circulação de talentos. O talento é o maior ativo da língua portuguesa.”

No evento, a representante destacou que nações lusófonas têm a capacidade de ser o exemplo de parcerias de Cooperação Norte-Sul para investimento numa formação orientada para áreas inovadoras promovendo a circulação de talentos.

Parcerias com países lusófonos
Ana Medes Godinho participou recentemente no lançamento do Acelerador Global das Nações Unidas sobre o Trabalho e Proteção Social em Cabo Verde.

Ela destacou que a parceria de investimento na formação é essencial para nações como Portugal, onde a digitalização, o turismo, a transição ambiental, a tecnologia e a construção civil são áreas prioritárias, tal como em Cabo Verde.

“Estamos a fazer uma parceria neste centro de excelência que está a acontecer em Cabo Verde, no fundo assumindo que é assim que os dois países ganham e que isso tem a ver com o nosso objetivo de alargar este tipo de cooperação aos vários países da Cplp. Aliás, já estamos neste momento com parcerias na formação nomeadamente com Moçambique e em Timor-Leste, procurando trabalhar e identificar com cada um dos países as áreas-chave que cada um considera nesta parceria conjunta.”

Portugal vê o tipo de parceria como foco para debates na Cúpula Social a ser realizada em 2025, promovendo “formas diferentes de olhar para a cooperação com maior inclusão” de estrangeiros.

 

 

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