Cerca de 250 mil pessoas foram à Basílica de São Pedro, em Roma, para se despedirem do Papa Francisco, cuja urna está exposta junto ao altar, anunciou hoje a Santa Sé.
“Desde a manhã de quarta-feira, 23 de abril, às 11:00, até às 19:00 de hoje, cerca de 250 mil pessoas deslocaram-se à Basílica de São Pedro para prestar homenagem ao Papa Francisco”.
Até esta manhã, tinham passado pelo local 128 mil pessoas, segundo a contabilidade do Vaticano, mas durante o dia, a circunstância de a Itália celebrar um feriado e de a Igreja Católica comemorar o início do Jubileu dos Jovens, o número quase duplicou.
Durante todo o dia foram visíveis as multidões em redor da Praça de São Pedro, com muitos jovens, em particular, e estarem horas nas filas para verem o Papa uma última vez.
Às 19:00 locais (18:00 em Lisboa), as portas da Basílica de São Pedro fecharam-se para uma cerimónia privada de encerramento da urna, antes do funeral e do enterro previstos para sábado.
O Papa Francisco morreu na segunda-feira aos 88 anos, após 12 anos de pontificado. Nascido em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e o primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.
A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano.
O funeral está marcado para as 10:00 locais (09:00 de Lisboa) de sábado, co a presença de dezenas de chefes de estado.
Portugal decretou três dias de luto nacional.
Comitiva portuguesa
O Presidente de Portugal afirmou hoje, à chegada a Roma, que o Papa Francisco “deixou um traço único que vai durar muito tempo” e considerou que isso “torna muito difícil a escolha do sucessor”.
À RTP, o chefe de Estado português afirmou que o Papa, mesmo “doente nos últimos dois meses e meio”, exercia “em plenitude” as suas funções, e “deixou um traço único, único, que vai durar muito tempo e que torna muito difícil naturalmente a escolha do sucessor”.
Marcelo Rebelo de Sousa disse sentir “desgosto” pela morte do Papa, sentimento que considera que irá perdurar “durante um tempo, porque é de facto uma grande, grande perda, mesmo pessoal, mas sobretudo a nível nacional, de relações com Portugal”.
O Presidente português defendeu que o líder da Igreja Católica era “muito inspirador”, pelo que o destacou no discurso da sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974, que decorreu na Assembleia da República esta manhã.
“Muito inspirador, de tal maneira que eu hoje, no discurso do 25 de Abril, não apenas citei o Papa, como todo o discurso é pensado em cima do pensamento, da mensagem, da obra, da vida do Papa, e depois a aplicação à realidade internacional e nacional. Teve um influencia decisiva”, indicou.
Questionado se acredita que o próximo Papa possa ser um dos quatro cardeais portugueses que vão participar no conclave, o chefe de Estado afirmou que “é impossível dizer, pela natureza das coisas”.
Marcelo Rebelo de Sousa chegou ao hotel onde vai ficar hospedado na capital italiana, acompanhado pelo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.
Também o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o “número dois” do Governo, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, viajaram hoje para Roma para participarem no sábado no funeral do Papa.
Já em Roma, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e uma comitiva brasileira desembarcaram, nesta sexta-feira (25), em Roma, para participar do funeral. Além da primeira-dama, Janja Lula da Silva, um grupo de 18 autoridades, entre eles, quatro ministros e 12 parlamentares, acompanha o presidente.
O corpo do #PapaFrancisco foi transladado da Casa Santa Marta à Basílica de São Pedro. Cerca de vinte mil pessoas se reuniram ao longo do trajeto e saudaram a passagem com longos aplausos, demonstrando respeito e admiraçãohttps://t.co/N4wf6GtNnz pic.twitter.com/GaiWiW556u
— Vatican News (@vaticannews_pt) April 23, 2025