Tripulantes da TAP mantêm greve entre 25 e 31 de janeiro

Da Redação com Lusa

Nesta quinta-feira os associados do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil rejeitaram, em assembleia-geral, a proposta da TAP e decidiram manter o pré-aviso de greve entre os dias 25 e 31 de janeiro, segundo fonte oficial.

Os tripulantes, reunidos em assembleia-geral desde cerca das 10:00 num hotel, em Lisboa, rejeitaram, pela segunda vez, uma proposta da TAP, que ia ao encontro de 12 das 14 reivindicações do SNPVAC, na tentativa de evitar uma nova greve de sete dias, depois de uma paralisação de dois dias, em dezembro, ter tido um impacto de cerca de oito milhões de euros na companhia aérea.

À entrada para a reunião, o presidente do sindicato tinha dito que era “muito provável” que os tripulantes decidissem manter o pré-aviso de greve.

CEO da Tap

Ouvida no Parlamento no dia 18, a presidente executiva da TAP considerou ter condições para se manter no cargo e revelou que a companhia aérea já foi contactada pela Inspeção-Geral de Finanças e pela CMVM sobre o processo de indenização de Alexandra Reis.

“Tenho condições para ser CEO da TAP porque temos agido de boa-fé, completamente de boa-fé ao contratarmos aconselhamento jurídico [externo] e pedirmos a autorização [para a indemnização]”, declarou Christine Ourmières-Widener no parlamento.

A presidente executiva da TAP falava na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, numa audição requerida pelo Chega, para prestar esclarecimentos sobre a indenização de 500.000 euros à antiga administradora Alexandra Reis, que foi também presidente da NAV e secretária de Estado do Tesouro.

Depois de ter sido questionada pelo deputado do PSD Hugo Carneiro, Christine Ourmières-Widener confirmou que a TAP já foi contactada pela Inspeção-Geral das Finanças (IGF) e pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) sobre o processo.

“Iremos entregar toda a informação de forma transparente. Fomos contactados por todas as entidades. O processo está em curso e as nossas equipes estão a assegurar-se de que fornecemos informação transparente”, referiu.

A presidente executiva da TAP sublinhou que aquelas entidades têm “feito perguntas”, já tendo havido uma “segunda ronda de questões”, e a TAP está “a trabalhar” e irá “fazer tudo ao seu alcance” para dar “informação à medida” que é solicitada.

E revelou que o seu contrato prevê um bônus caso o plano de reestruturação seja “plenamente cumprido”, mas foi omissa quanto ao seu valor. “Eu tenho um bônus se o plano de reestruturação for cumprido, plenamente cumprido. Estamos a falar de um horizonte até 2025 – é a estrutura do meu contrato – mas ainda falta muito tempo. É algo que requer, como podem imaginar, resiliência e visa assegurar [que o plano de reestruturação] é o principal foco deste cargo”.

Após perguntas da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua sobre o seu salário, Ourmières-Widener confirmou que o seu rendimento é de 504 mil euros anuais, mas ressalvou que esse valor é “37% inferior” ao do seu antecessor.

A presidente da TAP reconheceu que, para muita gente, o valor da sua remuneração pode ser considerado “muito dinheiro”, mas assegurou que a sua equipa executiva está a “tentar fazer tudo” para garantir que a companhia tem um “grande futuro”.

“Tenho muito orgulho em ser CEO desta companhia. É um trabalho muito difícil e acho que tento, todos os dias, assegurar-me de que o meu salário é consistente com as tarefas que me são exigidas”, sublinhou.

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