Da Redação com Lusa
Neste dia 20, o Presidente da República considerou os danos na embaixada portuguesa em Kiev provocados por ataques russos constituem um precedente de violação do direito internacional perante o qual Portugal se viu obrigado a reagir com firmeza.
“Portugal não tinha outra solução se não reagir, e reagir com firmeza e imediatamente, porque é um precedente que se traduz numa violação de regras de direito internacional”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas em Cascais, no distrito de Lisboa.
Segundo o chefe de Estado, as instalações da embaixada de Portugal foram “indiretamente atingidas” pelos ataques russos, “não se pode dizer que tenha sido um míssil dirigido contra a embaixada, mas teve efeito na embaixada, e noutras chancelarias de países representados que utilizam o mesmo edifício”.
Interrogado se interpreta estes ataques como uma resposta da Rússia ao apoio que países europeus têm dado à Ucrânia, respondeu: “Não sei, eu não tenho que me pronunciar sobre isso. O que tenho que dizer é que Portugal não tinha outra solução se não reagir, e reagir com firmeza e imediatamente”.
Através de comunicado, o Governo condenou “de forma veemente os ataques desta os ataques desta madrugada a Kiev, que causaram danos materiais em diversas missões diplomáticas, incluindo a chancelaria da embaixada de Portugal” e anunciou que o encarregado de negócios da Federação Russa foi chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para a apresentação de um protesto formal.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que foi contactado hoje de manhã pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, sobre esta matéria.
“O senhor ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros entendeu, em conjunto com o senhor primeiro-ministro e também comigo, que devia ser feita uma diligência junto do país em causa, e que isso seria comunicado publicamente por uma nota”, adiantou.
Europa
A presidente da Comissão Europeia afirmou hoje que o “desrespeito de Putin pela lei internacional atingiu um novo patamar”, na sequência de um ataque com mísseis russos que danificou a embaixada de Portugal em Kiev.
“Mais um ataque horrendo da Rússia contra Kiev. Desta vez contra um edifício que alberga a embaixada de Portugal e outros serviços diplomáticos. O desrespeito de [Vladimir] Putin [Presidente russo] pela lei internacional atingiu um novo patamar”, escreveu Ursula von der Leyen na rede social X.
“Solidariedade com Portugal”, escreveu, em português, a presidente do executivo comunitário.
A alta-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, condenou hoje o “ataque bárbaro” na Ucrânia.
“Mísseis russos danificaram a embaixada de Portugal em Kiev. Nenhuma representação diplomática ser um alvo ou ser atingida. Isto é mais um ataque bárbaro da Rússia contra alvos civis que indica que não há qualquer vontade de paz”, escreveu Kaja Kallas na rede social X.
A ex-primeira-ministra da Estônia apresentou “total solidariedade para com os funcionários diplomáticos” portugueses.
O Palácio das Necessidades informou que um representante da Federação Russa “foi já chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que seja apresentado um protesto formal junto” de Moscou.