Mudanças de ciclo político em Portugal não alteram relação com Brasil – secretário de Estado

Da Redação com Lusa

Em visita ao Brasil, o secretário do Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação mostrou-se convicto de que uma alteração do Governo em Portugal não levará “a qualquer tipo de afastamento do Brasil”.

“Estou convicto que nenhuma alteração de circunstâncias políticas em Portugal levará a qualquer tipo de afastamento do Brasil” e “independentemente dos ciclos políticos, os países são próximos e os povos são próximos”, afirmou à Lusa Francisco André, à margem da inauguração de uma cátedra em homenagem à escritora portuguesa Lídia Jorge na Universidade Federal brasileira de Goiás, na terça-feira.

Um dia depois de se encontrar com o Presidente brasileiro, Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília, onde assinou os diplomas do Prêmio Camões 2023, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação ainda em funções frisou que “não teria lógica, não teria qualquer objetivo, não seria sensato sequer esse movimento”.

“Para lá daquilo que são os ciclos políticos, há os ciclos dos nossos povos e nós bem sabemos a quantidade de portugueses que encontraram no Brasil o país onde quiserem refazer as suas vidas e a quantidade que encontraram Portugal”, disse.

O responsável sublinhou ainda que não cabe aos políticos fazerem “o contrário daquilo que os cidadãos querem e já fazem na prática e portanto qualquer alteração de ciclo político não vai levar de certeza a nenhum afastamento entre os dois países”.

Sobre o encontro com Lula da Silva, Francisco André enfatizou que “há que celebrar esta revitalização muito profunda das relações entre o Brasil e Portugal, que tinham sofrido um arrefecimento e não pela vontade de Portugal”, numa alusão ao período em que Jair Bolsonaro foi chefe de Estado brasileiro (2019-2022).

“É bom encontrar este Brasil ativo, este Brasil amigo de Portugal, parceiro, com quem Portugal vai querer continuar a trabalhar no futuro”, concluiu.

Eleições em Portugal

A Aliança Democrática (AD), que junta PSD, CDS e PPM, com 29,49%, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, nas eleições legislativas de 10 de março, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).

A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.

Estão ainda por apurar os quatro deputados pela emigração, o que só acontece hoje. Só depois dessa data, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.

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