Ministro: professores foram desvalorizados durante décadas pelos sucessivos governos

Da Redação com Lusa

O ministro português da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, afirmou nesta terça-feira que a profissão de professor foi “muito desvalorizada” durante décadas pelos sucessivos governos e sublinhou a necessidade de começar a olhá-la com outros olhos.

Em declarações aos jornalistas em Barcelos, à margem da tomada de posse de Maria José Fernandes como presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Fernando Alexandre adiantou que na quinta e na sexta-feira vai reunir-se com 12 sindicatos do setor para receber os seus “cadernos de encargos”.

“Temos de perceber onde estão os problemas e o que é que [os professores] esperam (…). Temos de saber exatamente o que é que os sindicatos esperam de nós”, referiu.

Uma das questões é a recuperação do tempo de serviço, que o programa da Aliança Democrática prevê que seja feita ao longo a legislatura mas que alguns sindicatos querem que seja acelerada.

“O programa de Governo tem uma proposta, vamos ouvir os sindicatos e depois vamos ver como é que o processo negocial vai decorrer”, disse o ministro.

Para Fernando Alexandre, urge valorizar a profissão de professor.

“Temos de olhar para a profissão do professor, que de facto foi muito desvalorizada nos últimos anos, nas últimas décadas”, referiu.

Lembrou que, “durante décadas, houve dezenas de milhares de portuguesas e portugueses que queriam ser professores e que estavam disponíveis para percorrer o território todo para dar aulas e os sucessivos governos desvalorizaram a profissão porque, no fundo, desaproveitaram essa disponibilidade”.

“Hoje não estamos nessa situação e temos uma instabilidade nas escolas que não é adequada para uma dimensão tão importante para as famílias e para a formação das pessoas”, acrescentou.

Plano

O ministro ainda anunciou que o Governo vai apresentar “em breve” um plano de emergência para resolver o problema da falta de professores, uma situação que classificou de “gravíssima”.

Fernando Alexandre sublinhou que em meados de março ainda havia 1.172 alunos que tinham pelo menos uma disciplina sem professor desde o início do ano letivo.

“É uma situação gravíssima, um problema que é estrutural e que tem de ser resolvido rapidamente. Vamos apresentar um plano de emergência para resolver o problema da falta de professores em breve”, referiu.

O ministro ressalvou que o problema dos professores “não se resolve de um dia para o outro”, mas adiantou que o Governo, com o plano de emergência que será apresentado em breve, tentará evitar que, no próximo ano letivo, haja uma repetição do que aconteceu este ano.

“As falhas foram muito significativas”, vincou.

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