Lula tome posse como presidente e recebe chefes de Estado em Brasília

Da Redação com Agencia Brasil

Pela terceira vez presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse neste dia 01 de janeiro, e recebeu diversos chefes de Estado para a solenidade, como o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa, o ministro dos Negócios Estrangeiros João Cravinho, e o embaixador português Luis Faro.

A delegação portuguesa foi a primeira a cumprimentar o presidente brasileiro na sessão de cumprimentos no Palácio do Planalto, após seu segundo discurso. Seguiram-se, na sessão de cumprimentos, respectivas delegações da Argentina, de Timor-Leste, de Cabo Verde, da Alemanha e o rei de Espanha, além da Guiné-Bissau e diversas outras.

Antes, em discurso de posse no Congresso Nacional, o presidente Lula fez um relato sobre o Brasil que recebe e sobre os grandes desafios que estão por vir. “É sobre estas terríveis ruínas que assumo o compromisso de, junto com o povo brasileiro, reconstruir o país e fazer novamente um Brasil de todos e para todos”, prometeu.

Lula ressaltou que os direitos da população, democracia e soberania serão pilares do governo. E destacou a decisão das urnas de um sistema eleitoral internacionalmente reconhecido. “Hoje, nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução”, disse o presidente.

O discurso foi feito diante dos presidentes do Legislativo, Rodrigo Pacheco, que presidiu a posse, e do Judiciário, Rosa Weber. Ministros do Supremo Tribunal Federal como Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral, a ex-presidente Dilma Rousseff, e o ex-presidente José Sarney também estavam presentes, além de parlamentares, autoridades internacionais e futuros membros do governo.

A assinatura do termo de posse foi feita com uma caneta dada a Lula por um eleitor piauiense. “Em 1989 eu estava fazendo comício no Piauí. Foi um grande comício, depois fomos caminhar até a igreja São Benedito. Ao terminar o comício, um cidadão me deu essa caneta e disse que era para eu assinar a posse, se eu ganhasse as eleições de 1989”, disse. O presidente homenageou o estado, onde ele teve mais de 76% dos votos nas eleições de 2022.

Palácio do Planalto

Após ser empossado no Congresso Nacional, Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto, e recebeu a faixa presidencial de cidadãos que representam a diversidade do povo brasileiro. Entre eles estava o cacique Raoni Metuktire, de 90 anos, líder do povo Kayapó, o menino Francisco Carlos do Nascimento e Silva, o professor Murilo de Quadros Jesus, a vigília Jucimara Fausto dos Santos, o influenciador da inclusão Ivan Vitor Dantas Pereira, o metalúrgico Weslley Viesba Rodrigues Rocha e a catadora Aline Sousa.

A primeira-dama Janja Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e sua esposa, Lu Alckmin, acompanharam Lula e o grupo na entrada do palácio. A cadela vira-lata Resistência também subiu a rampa. Ela morava no acampamento de militantes do Partidos dos Trabalhadores em frente à Polícia Federal, em Curitiba, e foi adotada por Janja quando o presidente estava preso na cidade, em 2018.

Lula voltou a discursar no Parlatório da sede do Executivo federal. Ao se dirigir ao público de apoiadores que o aguardavam na Praça dos Três Poderes, o presidente iniciou o discurso agradecendo os eleitores que combateram a “violência política” durante na campanha eleitoral e disse que vai governar para todos os brasileiros.

E reassumiu o compromisso de cuidar dos brasileiros. Após ser empossado no Congresso horas antes, Lula disse que todas a formas de desigualdade serão combatidas durante o seu terceiro mandato.

“Reassumo o compromisso de cuidar de todos, sobretudo daqueles que mais necessitam. De acabar outra vez com a fome. Temos um imenso legado, ainda vivo na memória de cada brasileiro e brasileira”, afirmou.

O presidente agradeceu o voto de seus eleitores, mas afirmou que vai governar para todos os brasileiros.

“Vou governar para os 215 milhões de brasileiros e brasileiras, e não apenas para quem votou em mim. Vou governar para todas e todos, olhando para o nosso luminoso futuro em comum, e não pelo retrovisor de um passado”, disse.

Lula se emocionou ao pedir ajuda da população para combater a fome no país. Ele citou casos de pessoas que passaram a procurar ossadas em açougues para comer e considerou “inadmissível que os 5% mais ricos detenham a mesma fatia de renda que os demais 95%”.

“Há muito tempo não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas. Mães garimpando lixo, em busca do alimento para seus filhos. Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo. Fila na porta dos açougues, em busca de ossos para aliviar a fome. E, ao mesmo tempo, filas de espera para a compra de jatinhos particulares”, questionou.

O presidente também destacou que seu governo vai combater o racismo.

“Ninguém terá mais ou menos amparo do Estado, ninguém será obrigado a enfrentar mais obstáculos pela cor de sua pele. Foi para combater a desigualdade e suas sequelas que nós vencemos a eleição. Esta será a grande marca do nosso governo”, acrescentou.

Lula falou também sobre economia. O presidente disse que seus governos nunca foram irresponsáveis com dinheiro público. O presidente destacou que o Brasil foi reconhecido internacionalmente pelo combate à fome, mas com “total responsabilidade das finanças”.

“Nunca houve nem haverá gastança alguma. Sempre investimos, e voltaremos a investir, em nosso bem mais precioso: o povo brasileiro”, concluiu.

Foto Tania Rego/Agencia Brasil

O Presidente português marcou ainda presença, no Palácio Itamaraty, na recepção oferecida pelo Presidente brasileiro aos presentes na Cerimônia de Tomada de Posse. Marcelo Rebelo, que já anunciou uma cimeira luso-brasileira em abril, deve ser recebido por Lula nesta segunda-feira na capital federal.

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