Cerca de 30 jornalistas brasileiros estiveram reunidos em São Paulo para o Seminário "A imagem da Europa na mídia do Brasil". A iniciativa, do Embaixador de Portugal Seixas da Costa, com apoio da Delegação da Comissão Européia, integra-se nas atividades da presidência portuguesa da União Européia.
Na terça, 23 de outubro, representantes dos maiores jornais do país estiveram no Consulado Geral de Portugal expressando as suas opiniões perante diplomatas de diversos países europeus. A organização foi de órgãos portugueses, já que o país preside a UE durante este semestre.
De acordo com a embaixada, o objetivo foi estimular o debate sobre o modo como a Europa e os seus Estados Membros são analisados regularmente pela mídia brasileira e de que modo a Europa deve atuar para fazer compreender melhor as suas realidades. Entre os veículos de comunicação presentes estiveram representantes da Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, O Globo, Gazeta Mercantil, Valor Econômico, além das emissoras "Rede Globo" e "TV Cultura", bem como de publicações regionais da Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraná e do Rio Grande do Sul, segundo divulgou a Embaixada.
Além do chefe da Delegação da UE no Brasil, embaixador João Pacheco, estiveram também presentes na reunião representantes diplomáticos de vários países europeus e o cônsul-geral português. Cobertura limitada Para o editor do Portugal Digital, uma das conclusões do Seminário refere-se a uma cobertura limitada da mídia nas editorias internacionais.
"A cobertura pela mídia brasileira da União Européia ainda é muito limitada por razões ligadas a opções editoriais dos diversos veículos, que dedicam pouco espaço e visibilidade ao noticiário internacional, em geral. Uma condicionante que é potenciada pelas próprias deficiências de comunicação dos organismos da União Européia" escreve Alfredo Prado.
De acordo com ele, também presente na discussão englobando as questões internacionais e principalmente ligadas aos temas de atualidade da UE, foi observado que o espaço atribuído pelas diretorias dos veículos ao noticiário internacional é em geral é reduzido, "pela necessidade de dar cobertura jornalística ao que acontece de mais relevante não apenas nos dois grandes blocos – EUA e Europa – mas também no espaço da América do Sul e nos grandes países emergentes, como a China".
"Por outro lado, vários intervenientes na reunião enfatizaram também que a União Européia, enquanto unidade política e econômica, dá-se mal a conhecer, quer institucionalmente, enquanto bloco, quer país a país" refere. Para os jornalistas, o bloco europeu deveria trabalhar numa maior visibilidade do que é a UE "nas suas diversas vertentes institucionais e funcionais", e traçando uma comunicação atualizada e diversificada da instituição com a imprensa brasileira.