Em férias no Brasil, Durão Barroso elogia BC europeu

 

Da Agencia Lusa

Antonio Cotrim/Lusa

O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, disse em 10 de agosto, no Rio de Janeiro, que as medidas adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE) no dia anterior, vão reforçar a confiança dos mercados.

A instituição injetou uma quantidade alta de euros para fazer face à procura de dinheiro por parte dos bancos europeus e responder à instabilidade causada pela crise no mercado hipotecário nos EUA. O BCE anunciou que emprestaria todo o dinheiro que os bancos quisessem a 4%, depois da taxa de juro de mercado (“overnight”) ter atingido os 4,9% no início do dia.

“Em termos de economia global a mensagem é de tranqüilidade. A intervenção permitiu repor a confiança dos mercados”, assinalou o presidente do braço executivo da União Européia (UE). Durão Barroso, que esteve de férias no Rio até dia 26, afirmou que as bases da economia da União Européia são sólidas e que há um crescimento econômico e de emprego na região maior do que nos Estados Unidos.

Doha -O ex-premiê português instou ainda os membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) a concluir o mais rapidamente possível as negociações da Rodada de Doha, que serão retomadas em setembro. “Se não conseguirmos um acordo agora, provavelmente não o conseguiremos nos próximos anos”, alertou, lembrando que haverá eleições presidenciais nos Estados Unidos em 2008, o que impedirá qualquer tipo de acordo.

Durão Barroso defendeu também que o Brasil, um dos líderes do G-20, grupo de países em desenvolvimento que têm forte interesse no tema agrícola, tenha uma posição de abertura no que se refere ao setor de bens e serviços industriais para que possa haver um acordo entre as partes.

UE-Mercosul O representante europeu admitiu ainda que a parceria estratégica entre União Européia e Brasil, firmada em 4 de julho na cúpula de Lisboa, tende a facilitar as negociações para um acordo de livre comércio entre o bloco europeu e o Mercosul.

Na avaliação de Durão Barroso, uma maior aproximação da Europa ao Brasil vai acelerar o acordo com o Mercosul e permitir uma associação que faça frente a “idéias protecionistas e isolacionistas de muitos países”. Questionado sobre o temor de setores industriais brasileiros de que a adesão da Venezuela como membro pleno do Mercosul, ao lado da Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, possa atrapalhar as negociações com a UE, Durão Barroso esquivou-se. “Não nos compete decidir. Só posso dizer que respeitaremos a decisão”, comentou. Os Parlamentos da Argentina e do Uruguai já ratificaram o processo de adesão da Venezuela ao Mercosul, mas falta ainda a aprovação dos Congressos do Brasil e do Paraguai.

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