Chefe da ONU pede à União Europeia que ajude o mundo a “voltar aos trilhos”

Da Redação com ONUNews

O secretário-geral da ONU, António Guterres, participou de uma cúpula da União Europeia em Bruxelas, Bélgica, nesta quinta-feira.

Guterres está buscando apoio para ações sobre mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e abordando os desafios relacionados à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Falando a jornalistas ao lado do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, Guterres pediu que líderes da União Europeia ajudem o mundo a “voltar aos trilhos” para alcançar aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.

Ele lembra que atualmente o progresso da Agenda 2030 está sendo revertido em diversas partes do mundo. Assim, o chefe da ONU reforçou que as ações para acelerar as metas devem ser priorizadas.

Guterres também destacou a necessidade de reformas no sistema financeiro e ações climáticas urgentes.

Ucrânia
Sobre o conflito na Ucrânia, ele disse que a invasão russa está causando “enorme sofrimento” ao povo ucraniano, mas também gerando impactos em todo o mundo.

De acordo com comunicado divulgado após sessão fechada com os membros do Conselho Europeu, o escritório do porta-voz do chefe da ONU afirmou Guterres enfatizou a necessidade de uma “paz justa” de acordo com a Carta da ONU, o direito internacional em geral e a resolução da Assembleia Geral.

O texto adiciona que ele trouxe atualizações sobre o aumento da segurança alimentar global por meio da Iniciativa de Grãos do Mar Negro e dos esforços para facilitar as exportações de alimentos e fertilizantes russos.

Guterres também elogia os cidadãos da União Europeia que demonstraram solidariedade com os milhões de refugiados ucranianos que deixaram a zona de guerra.

O secretário-geral da ONU avalia que o encontro proporcionou uma “oportunidade oportuna para discutir questões globais urgentes”.

No texto, Guterres agradece à União Europeia pelo seu apoio à ONU e ao multilateralismo em geral, pedindo mais cooperação na implementação da “Nossa Agenda Comum” e na Cúpula do Futuro em 2024.

Sobre as mudanças climáticas, Guterres enfatizou a importância em implementar as recomendações do relatório do Ipcc desta segunda-feira e evitar que o aquecimento global supere a marca de 1,5ºC.

Ele celebrou o Acordo Verde Europeu como um passo significativo para a questão climática e encorajou a União Europeia a ampliar sua cooperação financeira e tecnológica com economias emergentes e em desenvolvimento.

Segundo Guterres, esta colaboração ajudaria a fechar a lacuna de emissões e oferecer justiça climática na forma de empregos verdes, fortalecendo a adaptação, implementando o fundo de perdas e danos, bem como protegendo comunidades vulneráveis em todos os lugares.

“Tempestade perfeita”
O secretário-geral expressou preocupação com a “tempestade perfeita” que muitos países em desenvolvimento enfrentam devido à crise do Covid-19, somada ao aumento de custo de vida e da aceleração das mudanças climáticas.

Ele ressaltou a importância de implementar medidas para um sistema econômico e financeiro mais equitativo, inclusive por meio de reforma bancária, alívio da dívida mais eficaz e um estímulo aos ODS.

Estratégia

O Conselho Europeu discutiu estratégia para reforçar a economia da União Europeia, segundo governo português.

“Este Conselho Europeu foi mais de debate estratégico que de tomada de decisões, e muito focado nas questões da competitividade da economia, do crescimento e da proteção do emprego”, disse o Primeiro-Ministro António Costa no final da reunião dos Chefes de Estado ou de Governo da União Europeia de 23 e 24 de março, em Bruxelas.

António Costa afirmou que “a primeira mensagem é que registramos com agrado a mensagem de grande confiança da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, quanto à solidez do sistema financeiro europeu e as razões pelas quais podemos ter confiança na sua estabilidade”.

Na sua intervenção sobre este ponto, o Primeiro-Ministro sublinhou «que essa estabilidade e confiança seriam certamente reforçadas se pudéssemos acelerar a conclusão da união bancária, em particular com o sistema de garantia de depósitos, o que, associado à união de capitais, seria fundamental para reforçar o investimento das empresas e nas empresas para que acelerem o seu processo de modernização e de participação na dupla transição digital e energética».

“Com a garantia de suficiente liquidez no sistema bancário, é muito importante que esta liquidez seja orientada para o investimento produtivo, para a transição energética, para a criação de mais e melhor emprego e não continue a ser consumida no investimento em imobiliário, mas sim na capacidade produtiva e na produção de bens transacionáveis”, sublinhou.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: