Co-proprietário do imóvel que abriga o Consulado recebeu carta de rescisão do contrato. José Duarte diz que Portugal deve reparar este erro num futuro próximo.
Mundo Lusíada
O presidente da Sociedade União Portuguesa afirma que um dos objetivos da luta dos dirigentes lusos em Santos é para a permanência do Vice-Cônsul Rogério Vieira na cidade em um escritório consular. “Nessa altura as forças foram quase todas esgotadas, não sei se será possível mas de qualquer jeito ele fará muita falta se for embora. Eu ainda acredito até o último dia na permanência, que o governo de Portugal se vire para a comunidade santista e deixe um homem que dignifica Portugal atender a comunidade da Baixada”, reluta José Duarte.
Ele, como co-proprietário do imóvel que abriga o Consulado de Portugal em Santos, recebeu um pré-aviso sobre a rescisão do contrato. “Tentamos de tudo, foi um trabalho incansável desde o ano passado. Ainda temos um fio de esperança que o nosso vice-cônsul fique por aqui, porque realmente é uma injustiça”.
Ao Mundo Lusíada, Rogério Vieira lamentou o futuro encerramento do Consulado, sem esperanças de continuar à sua frente. “Seu eu fosse convidado para continuar à frente de um escritório é obvio que eu aceitaria”, afirma, “mas quem sou eu para dar essa opinião. Não pertence a mim essa decisão, a mim só pertence dar cumprimento àquilo que Lisboa [Ministério dos Negócios Estrangeiros] quer que eu faça”.
Segundo Duarte, a unidade consular da Baixada atende cerca de 90 mil portugueses e luso-descendentes, sendo muitos de idade já avançada, e que com o fechamento do Consulado de Santos, estes deverão se deslocar até São Paulo para atendimento. “Lutamos, os empresários, os conselheiros das Comunidades Portuguesas, todos os presidentes das entidades, as próprias comunidades se manifestaram”, diz. Na sua opinião, o governo português ainda irá reparar este erro “num futuro próximo”.
De acordo com Duarte, o vice-cônsul trabalha especialmente em prol dos idosos carenciados, na Baixada Santista. “Ele é uma pessoa muito preocupada no Consulado, é uma pessoa dinâmica, um verdadeiro diplomata e embora seja vice-cônsul é uma pessoa que ama e dignifica Portugal no trabalho que faz”.
Extinção do CCPAlém da polêmica Reestruturação Consular com diminuição de Consulados de Portugal em todo o mundo, o governo português já aprovou a nova lei referente ao CCP (Conselho das Comunidades Portuguesas). Com ela, os conselheiros em todo o mundo também serão em um número menor, entre eleitos e nomeados pelo próprio governo.
Para o conselheiro em Santos, Antonio de Oliveira Lopes, Portugal pretende “extinguir” o CCP Mundial, órgão criado para funcionar como consultor do governo sobre as Comunidades. “Já estava difícil com 96 conselheiros, e agora vai ficar mais difícil com menos. É muito complicado, a comunidade está perdendo mais”.Ao Mundo Lusíada, Lopes opinou que o governo português “está querendo acabar com o Conselho”. Debaixo de criticas, a partir de agora o órgão contará com 73 conselheiros, e as próximas eleições do órgão acontecem em 17 de fevereiro.