Da redação com Lusa
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, evocou hoje no Dia de Portugal “a garra lusitana” que inspira “a não desistir perante as adversidades”, defendendo que o Governo está a construir um país “com ambição e esperança humanista e progressista”.
Numa mensagem divulgada nas suas redes sociais, o primeiro-ministro assinala o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, neste 10 de Junho.
“Evocamos a garra lusitana que nos inspira a não desistir perante as adversidades e a lutar por um amanhã melhor. A alma portuguesa que junta a história e o futuro, que junta a ambição e a esperança”, afirmou.
Montenegro defendeu que o país que o executivo PSD/CDS-PP está a construir – tomou posse em 02 de abril – assenta numa “ambição e esperança humanista e progressista”.
“O país que estamos a construir é isso tudo, é dignidade, é mérito, é justiça, é educação, é conhecimento, é saúde, é habitação, e é imigração regulada”, afirmou.
E acrescentou: “É economia, é elevador social, é classe média e melhores salários. E é solidariedade intergeracional, mais oportunidades para os jovens, valorização de quem trabalha e gratidão aos reformados”.
O primeiro-ministro salientou que tal está a ser feito “em democracia, com tolerância e diversidade”.
Montenegro defendeu que a celebração do Dia de “Portugal junta todos os portugueses “de norte a sul, no continente, nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, e de uma forma muito especial,” toda a comunidade portuguesa que se encontra no estrangeiro espalhada pelos quatro cantos do mundo”.
“Celebramos a nossa identidade, a nossa língua e o nosso poeta maior, Luís de Camões (…) Viva Portugal viva a portugalidade, viva este privilégio que é ser português”, conclui o primeiro-ministro, que se juntará a partir de hoje às comemorações oficiais do 10 de junho.
Neste ano, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu assinalar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em três concelhos do distrito de Leiria afetados pelos incêndios de 2017: Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera.
Oportunidades
Em Pedrógão Grande, Luís Montenegro disse que é uma prioridade garantir que todos os portugueses têm iguais oportunidades independentemente do local onde vivam e considerou que houve expectativas frustradas no passado.
“O objetivo de termos um país coeso do ponto de vista social e territorial e é uma prioridade e é uma prioridade garantir que todos os portugueses têm as mesmas oportunidades independentemente da terra onde vivem e da condição familiar e econômica que têm”, afirmou Luís Montenegro aos jornalistas, no final da cerimônia militar do Dia de Portugal.
O chefe do executivo comentava o discurso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que pediu um futuro mais igual e menos discriminatório para todas as terras do país, sem novas tragédias como os incêndios de 2017.
“Que este 10 de Junho de 2024 queira dizer: tragédias como as de 2017 nunca mais, futuro mais igual e menos discriminatório para todas as terras, e para todos os portugueses, dever de missão, lugar para a esperança, a confiança, e o sonho, sempre, mesmo nos instantes mais sofridos da nossa vida coletiva”, afirmou o chefe de Estado.
Sobre o discurso do bombeiro Rui Rosinha, que ficou gravemente ferido nos incêndios de junho de 2017, considerou que foi um testemunho do “sofrimento e também a esperança das populações desta região, que foram gravemente afetadas em 2017, mas que, apesar de tudo, reclamam, e bem, dos poderes públicos o cumprimento das expectativas que foram criadas nessa altura”.
“É uma recorrência em muitas das ocasiões em que vim aqui, senti que nem todas as expectativas foram cumpridas”, reconheceu o primeiro-ministro, também líder do PSD, prometendo que o Governo tentará “fazê-lo, agora, nos próximos anos”.
A primeira deslocação de Luís Montenegro enquanto líder do PSD foi a Pedrógão Grande, em julho de 2022.
Rui Rosinha pediu hoje ao Governo e à oposição um “compromisso sério” com a coesão e criticou medidas que não saem do papel.
“Neste Dia de Portugal, aproveitamos o foco desta celebração para, na presença do Governo e representantes da oposição, apelar a um compromisso sério com estes territórios de baixa densidade”, afirmou Rui Rosinha, considerando que “pouco chegou ao território”, e “a burocracia é pesada e demorada”.
Já o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, corroborou que “as políticas públicas devem precisamente visar a coesão do território e, quanto mais coeso for o território, mais formas temos de evitar tragédias como aquelas que já aconteceram”.
“Mas também quanto mais coeso for o território, mais próspero e mais oportunidade há para todos, e é nisso que nós estamos apostados no Governo nesta nova legislatura, em fazer todo o território mais próximo, mais coeso e mais unido”, declarou à Lusa Hugo Soares.
Segundo o deputado, “o Governo deve governar e o parlamento deve escrutinar o Governo”, frisando que é “assim que deve ser e é assim que tem acontecido”.
As comemorações do Dia de Portugal foram este ano centradas em Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, os concelhos mais afetados pelos fogos de junho de 2017, que provocaram 66 mortos e 253 feridos, além da destruição de casas, empresas e floresta. Depois de Coimbra, o primeiro-ministro e presidente segue para comemorações na Suíça.