O presidente do CDS afirmou hoje que se fez justiça à AD, que reforçou a legitimidade para continuar a governar, e que o PS deve aprender a lição da pesada derrota e assumir “outro sentido de responsabilidade”.
“Hoje é um grande dia na medida em que se fez justiça para a AD com grande vantagem para Portugal. A AD voltou a vencer as eleições reforçando o resultado de há um ano em percentagem, em votos e em mandatos” apontou o atual ministro da Defesa Nacional.
Além do crescimento em termos eleitorais, segundo Nuno Melo, o resultado das eleições “reforçou a legitimidade e a credibilidade do projeto político da AD, que junta PSD e CDS.”
“Desde logo, também, a credibilidade e legitimidade do Governo do seu líder, Luís Montenegro”, completou.
Neste contexto, o presidente do CDS invocou os resultados eleitorais para criticar o PS, responsabilizando-o pela crise política, mas não falando especificamente no Chega.
“Fica demonstrado que a crise política aberta pelas oposições era totalmente desnecessária. E o PS que lhe deu causa foi fortemente penalizado sofrendo uma pesada derrota”, disse.
Nuno Melo afirmou depois esperar que o resultado da noite eleitoral de hoje “sirva de lição” ao PS.
“O aumento da diferença entre a AD e PS é um sinal de que os portugueses esperam dos socialistas sentido de responsabilidade. Se souberem tirar do que aconteceu boa lição, sejam capazes de fazer em relação ao futuro aquilo que deles se espera”, acrescentou.
PS
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu hoje que não lhe cabe ser “o suporte deste Governo” e “este papel também não deve caber ao PS”.
“Não me cabe ser o suporte deste governo e penso que este papel também não deve caber ao PS”, disse, depois de anunciar que já tinha ligado a Luis Montenegro a felicitá-lo pela vitória.
Segundo Pedro Nuno Santos, estes são “tempos duros e difceis para a esquerda e para o PS”.
Pedro Nuno Santos, que discursou já depois da meia-noite no quartel-general do PS para esta noite eleitoral, em Lisboa, reagiu assim à pesada derrota do PS nestas legislativas.
De acordo com os resultados provisórios, o PS ficou em segundo lugar, mas a uma curta distância do Chega e com o mesmo número de deputados do partido de André Ventura, perdendo 20 deputados em relação há um ano, ainda sem os resultados da emigração.
Pedro Nuno anunciou que demite-se de secretário-geral do PS e não será recandidato.
IL
O líder da IL descartou hoje vir a integrar num Governo com AD, frisando que as “maiorias estão constituídas” e o seu papel será na Assembleia da República, mas manifestou-se disponível para dialogar.
Numa declaração aos membros da IL no Palácio Xabregas, em Lisboa, onde decorreu a noite eleitoral do partido, Rui Rocha recordou que, nesta campanha, tinha dito que seria “garantia de governabilidade” e de “solução para o país”, na medida em que isso dependesse do partido.
“Mas, olhando para os resultados, o que vemos nesta altura é que as maiorias possíveis estão constituídas. Portanto, o nosso papel será o papel de, no parlamento, continuarmos a defender as nossas ideias, de continuarmos a dizer aos portugueses: têm aqui um partido de confiança que os vai defender e que vai querer levar Portugal para a frente, a partir do parlamento, onde teremos maior representação”, referiu.
O líder da IL disse que, “obviamente”, estará disponível “para as conversas que houver a ter nos próximos dias, para todos os contactos”.
“Mas essa é a nossa posição: a confiança que merecemos, que temos dos portugueses, é a confiança de sermos fiéis a nós próprios, por muito que isso às vezes nos leve a caminhar mais devagar do que queríamos. Mas nós não vamos ser populistas, não vamos oferecer tudo a todos, não vamos trair a confiança daqueles que hoje votaram em nós”, referiu.
Numa análise ao resultado eleitoral do partido – que aumentou o número de deputados, de oito para nove –, Rui Rocha referiu que a IL cresceu em número de votos, de deputados e de percentagem, mas assumiu que ambicionava mais.
Esquerda
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, reconheceu hoje que a esquerda teve uma “derrota importante” e o seu partido uma “grande derrota”, mas garantiu que vai manter a sua candidatura à liderança na convenção de novembro.
“A esquerda tem uma derrota importante, o BE tem uma grande derrota esta noite e é importante reconhecermos essa derrota com toda a humildade e frontalidade. Porque assumir é o primeiro passo para fazermos em conjunto a reflexão que temos que fazer”, reconheceu Mariana Mortágua
O secretário-geral do PCP afirmou hoje em Lisboa que a CDU teve “um resultado de resistência”, perante um quadro marcado pelo perigo “da intensificação da agenda retrógrada, neoliberal e antissocial”.
Paulo Raimundo disse que a eleição de três deputados pela CDU (coligação que junta comunistas e “Os Verdes”) é “um resultado de resistência”, admitindo que o carinho e respeito com que foram acolhidos durante a campanha não se traduziu nos votos que precisavam.
“Nós precisamos de resistir para avançar. O primeiro passo está dado. Resistimos e agora vamos procurar avançar”, disse o secretário-geral do PCP, que começou a falar à comunicação social acreditando na eleição do quarto deputado, que não se viria a confirmar ainda no decorrer das suas declarações, perdendo um mandato face a 2024.
Chega
O presidente do Chega, André Ventura, considerou que o partido teve uma “grande noite” e tornou-se “o segundo maior partido” nas eleições legislativas de domingo, representando o fim do bipartidarismo.
André Ventura afirmou que “o Chega tornou-se nestas eleições o segundo maior partido”, assinalando que o seu partido fez “o que nunca nenhum partido tinha feito em Portugal”.
André Ventura disse que tinha falado momentos antes com o líder do PSD, Luís Montenegro, e que o felicitou pela vitória nestas eleições legislativas.