Guia Michelin destaca em Lisboa dinamismo da alta gastronomia portuguesa

A secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho (E), acompanhada pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (2-D), posam para uma fotografia com os Chefs de Cozinha Henrique Sá Pessoa (2-E), que alcançou a segunda Estrela Michelin no seu restaurante Alma, António Loureiro, d’A Cozinha, Pedro Almeida (D), do restaurante Midori e Óscar Gonçalves (3-E), do G Pousada, que venceram todos a primeira Estrela Michelin, na Gala de apresentação no Pavilhão Carlos Lopes em Lisboa, 21 de novembro de 2018. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Da Redação
Com Lusa

Em noite de Gala, o diretor internacional dos guias Michelin destacou em Lisboa o “forte dinamismo” da alta gastronomia de Portugal, através do trabalho de “jovens chefs” que aliam o respeito pelas raízes e a criatividade.

“Com o lançamento do Guia [Michelin Espanha e Portugal] 2019, podemos confirmar que temos assistido a um forte dinamismo na alta gastronomia deste país, que tem sido geralmente proporcionado por chefs jovens e talentosos, que não receiam explorar as raízes e usam a criatividade para aproveitar ao máximo os excepcionais produtos, marcando a sua identidade com a sua paixão pela cozinha”, afirmou Gwendal Poullennec, na cerimônia de apresentação da edição do próximo ano do guia ibérico, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa.

Poullennec, que assumiu em junho passado o cargo, sucedendo a Michael Ellis, declarou que a cozinha tradicional portuguesa sempre foi muito apreciada quer pelos habitantes locais, quer pelos visitantes estrangeiros.

Referindo-se à gastronomia dos dois países, o responsável dos guias Michelin defendeu que “este nível de excelência só é possível graças à criatividade e talento dos chefs talentosos e dos fabulosos produtos que vêm da terra, rios, mares de Espanha e Portugal”.

No país vizinho, destacou, “a paisagem gastronômica também está a evoluir”, onde se observa uma “mistura de influências dos jovens e dos principais chefs”, com “tipos de cozinha que refletem a diversidade das diferentes regiões e as paisagens do país”.

“A nossa equipe de inspetores tem percorrido, incansavelmente, a Península Ibérica, procurando novos estabelecimentos que despertem o desejo dos leitores e levem estes ‘foodies’ a aldeias para experimentar algumas das melhores experiências de refeição disponíveis no mundo de hoje”, comentou.

Por seu lado, a diretora da Michelin Travel Partner Espanha e Portugal, Mayté Carreño, destacou que este ano é “muito especial”, porque se assinala o 10.º aniversário da gala de apresentação dos guias ibéricos, e que decorre pela primeira vez em Portugal. Lisboa é “uma localização verdadeiramente ideal”, observando que demorou mais de dois anos organizar a realização da gala em Portugal.

“2017 e 2018 foram anos recorde, anos históricos para a restauração e a gastronomia portuguesa e espanhola. Em 2019 continuará esta tendência”, antecipou.

Nuno Ferreira, diretor da Michelin Portugal, disse ser “uma responsabilidade e orgulho” que a gala se tenha realizado pela primeira vez em território nacional, arrancando aplausos da plateia, com mais de 500 convidados, entre chefs portugueses e espanhóis, representantes institucionais e empresários.

“O guia ajuda-nos a que os clientes nos relacionem com momentos agradáveis, saborear as criações de grandes chefs, dormir num hotel acolhedor, escolher um local onde ter um simpático almoço em família, afinal, relacionarem-nos com verdadeiros prazeres da vida”, referiu.

Estrelas

Nesta noite do dia 21, o restaurante Alma, em Lisboa, conquistou a segunda estrela no Guia Michelin Espanha e Portugal 2019, que atribuiu ainda uma estrela a três restaurantes portugueses, incluindo o primeiro de cozinha japonesa.

O Alma, do português Henrique Sá Pessoa, que recebeu a primeira estrela na edição de 2017, alcança agora a segunda estrela (‘uma cozinha excepcional, vale a pena desviar-se’), anunciou a Michelin.

“O Alma, situado no boêmio e turístico Chiado, criou uma muito boa impressão junto dos inspetores. O ‘chef’ Henrique Sá Pessoa cativou-os com uma proposta muito técnica, divertida e repleta de matizes. Cada pedaço levou-os a viajar no tempo e no espaço, graças aos sabores tradicionais e autênticos, que transportam para paragens mediterrâneas ou de outras latitudes”, refere a Michelin, no comunicado oficial distribuído durante a gala.

Recebe ainda a primeira estrela o Midori, em Sintra (‘chef’ Pedro Almeida), sendo o primeiro restaurante de cozinha japonesa em Portugal a receber uma distinção do ‘guia vermelho’, como destaca a Michelin.

Em Portugal, os inspetores “encontraram pepitas de ouro gastronômicas em locais por vezes insólitos e isolados”, refere a empresa, apontando os exemplos dos outros dois restaurantes que alcançam a primeira estrela: o G Pousada, em Bragança, dos irmãos Óscar e António Gonçalves, que “valoriza a cozinha moderna da região de Trás-os-Montes”, e o restaurante A Cozinha, em Guimarães, “onde o ‘chef’ António Loureiro surpreendeu com uma cozinha moderna, que demonstra equilíbrio e sensibilidade”.

Na edição do próximo ano do Guia Michelin da Península Ibérica, Portugal passa a contar, no total, com seis restaurantes com duas estrelas e vinte com uma estrela.

Além das novidades, em 2019, Portugal mantém todas as distinções anteriores e continua a não ter nenhum restaurante com a classificação máxima (três estrelas, ‘uma cozinha única, justifica a viagem’).

Em Portugal há ainda dois novos “Bib Gourmand” (boa qualidade/preço abaixo dos 35 euros por refeição) – a Tasca do Zé Tuga (Bragança) e Avenida (Lagos).

No total, Portugal contém, no guia de 2019, 167 restaurantes referenciados, dos quais 36 são Bib Gourmand e 105 estão distinguidos como Prato Michelin (‘uma cozinha de qualidade’), além dos 26 com estrelas Michelin. Constam ainda 165 hotéis e turismos rurais.

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