Brasil recebe encontro internacional de Gastronomia Social

Brasília. Foto Igor Lopes. Arquivo/Ilustração

Da Redação

De 4 à 11 de novembro, a Gastromotiva promove o “Social Gastronomy Summit” no Rio de Janeiro e em São Paulo, com participantes de todas as partes do mundo.

Oitenta convidados brasileiros e estrangeiros, entre chefs, empreendedores sociais, ativistas, professores, representantes de governos e agências internacionais e líderes empresariais se reúnem para dar continuidade a estruturação e articulação do Movimento da Gastronomia Social (MGS).

Em janeiro deste ano, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos na Suíça, Gastromotiva e Cargill, anunciaram juntas o lançamento do Movimento e seus 8 princípios norteadores. Parte dos convidados para o encontro no Brasil, participou do primeiro Summit em Miami (EUA), em abril. Em comum, todos acreditam e vivem na prática o potencial da gastronomia como uma ferramenta para adereçar desafios globais e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU.

Todo encontro de Gastronomia Social começa com as mãos na massa. Nesta edição, a Jornada de Aprendizagem se fragmenta em quatro temas: desperdício de alimentos, nutrição infantil, cadeia produtiva alimentar e conflitos e a fome. Cada grupo vai explorar uma temática a partir da vivência e troca com projetos e empreendedores sociais cariocas que trabalham focados na área conectados a gastronomia.

“Das 815 milhões de pessoas vivendo em estado de fome crônica no mundo, 60% vivem em zonas de conflito, segundo ONU. Precisamos nos unir urgentemente para co-criar as soluções para desafios globais como a fome, o desperdício de alimentos, a falta de oportunidade e a má nutrição. Nossa plataforma é Gastronomia Social”, afirma David Hertz, co-fundador do Movimento da Gastronomia Social.

Além do fundador da Gastromotiva, estão também no time de co-criadores do Movimento, a CEO da Gastromotiva, Nicola Gryczka, a coordenadora Charlotte Schaus, o chef e empreendedor social Patrick Honauer e Charles Holmes, que ajudou na fundação do Dalai Lama Centre for Peace and Education.

Após a Jornada de Aprendizagem, o Summit segue com dois dias inteiros dedicados ao trabalho de identificação e compartilhamento das melhores práticas dos mais de 300 projetos de Gastronomia Social já mapeados no mundo, elencando questões relacionadas a governança, comunicação, captação, marketing e plataformas digitais.

Informações apuradas nesta etapa do encontro alimentarão uma Plataforma Online open source , que está sendo desenvolvida por uma startup no Vale do Silício para conectar todas essas iniciativas ao redor do planeta. O Movimento tem o objetivo de conectar as iniciativas também fora do mundo digital, através de HUBs – pontos de contato – físicos.

Além do Refettorio Gastromotiva, no Rio de Janeiro, outros HUBs em pelo menos outras seis cidades na Europa, Estados Unidos e Ásia serão em breve anunciados. A agenda do Social Gastronomy Summit tem sequência no ColaborAmérica, maior evento de novas economias da América Latina, que acontece dias 9 e 10 de novembro.

O encontro, que acontece na Fundição Progresso, também no Rio de Janeiro, tem dois dias gratuitos dedicados ao tema da Gastronomia Social. No dia 9, com curadoria da Gastromotiva, acontecem sessões de palestras, painéis e debates que contam com a participação de chefs como João Diamante (Fazenda Culinária), Janaina Rueda (Dona Onça) e Katia Barbosa (Aconchego Carioca), Bela Gil (do programa Bela Cozinha) e Thiago Castanho (Remanso do Bosque) e de organizações como a Junta Local e Maré de Sabores e empresas como Coca-Cola, Carrefour e Cargill.

No dia 10 é a vez da criançada, que terá uma oficina aberta sobre educação nutricional infantil com a SuperLiga da Comida Gastromotiva e apoio da HomeChefs. No mesmo dia, os líderes do Movimento da Gastronomia Social partem para São Paulo e participam do Mesa Tendências, fórum promovido pela revista Prazeres da Mesa com chefs de todo o Brasil e convidados internacionais.

1 Comment

  1. Parabéns à iniciativa da Gastronomia Social, em especial, porque tenta criar uma rede de possibilidades de combate à fome, má nutrição com a criatividade da cozinha sustentável. Fazer com que conecte o sustentável, o alimento seguro, o equilíbrio nutricional, a urgência social, o ativismo alimentar ao prazer sensorial é talvez a nova face da gastronomia em sua pluralidade social. Há muito o que fazer!

    Prof. Dr. Luiz Escouto
    Chef & Sommelier

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: