16 de outubro, Dia Mundial do Pão, com alta procura e grande diversidade

Da Redação

Com ou sem casca, integral ou branco, na chapa, torrado e em tantas outras diversidades, o famoso pão de forma está presente na nossa cultura há mais de um século, especialmente, no cotidiano dos brasileiros. O alimento, que além de prático e versátil, também é uma das principais fontes de carboidrato, responsável por fornecer a energia que faz o corpo funcionar. Por todos esses motivos em 16 de outubro celebramos o Dia Mundial do Pão.

De acordo com a Associação Brasileira de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI) o pão de forma foi inventado em 1912, quando o norte-americano Otto Rohwedder criou a primeira máquina que chegava a cortar até quatro mil fatias por hora. Desde esta data até os dias atuais já se passaram 105 anos e o alimento não deixou de ser procurado e consumido pela população.

Os pães industrializados são produzidos em sua maioria à base de farinha de trigo, podem ser fermentados ou não e conter outros ingredientes, como sementes, castanhas e frutas secas.

Assim como as massas, batatas, mandioca e outros cereais, são alimentos ricos em carboidratos. De acordo com Bianca Naves, consultora em nutrição da ABIMAPI, uma dieta pobre neste nutriente pode trazer efeitos indesejados para a saúde. “Fraqueza, mal-estar, desidratação, perda de massa magra” e outros. Para explicar sobre os benefícios que tornam o tradicional pão de forma mais saudável, a especialista faz uma breve explicação:

Pão branco – elaborado a partir de farinha de trigo, é fonte de energia rápida e contém vitaminas como ferro e ácido fólico. Algumas pesquisas iniciais apontam que seu consumo estimula o desenvolvimento de bons microrganismo no intestino, os lactobacillus, que colaboram com a saúde intestinal.

Integral – parte ou 100% da massa é composta pela farinha integral. Pode ser acrescido de grãos que são ricos em fibras e gorduras boas.

Light – redução de pelo menos 25% de um dos seus componentes, que podem ser calorias ou a quantidade de sal. Verifique na embalagem.

Preto – elaborado a partir de uma mistura de farinhas, inclusive integrais, é uma boa fonte de fibra. Alguns pães podem conter mel na formulação. Se o objetivo é a perda de peso ou se você tem alguma restrição de açúcar, seu consumo deve ser orientado.

De centeio – o farelo do centeio é fonte de fibra insolúvel que colabora com o bom funcionamento do intestino e reduz o risco de câncer.

Com linhaça – por ser fonte de ômega-3, traz benefícios anti-inflamatórios, antioxidantes e auxiliam no bom funcionamento do coração. Além disso, contém uma substância chamada lignana, semelhante ao hormônio estrógeno produzido pelas mulheres, e pode ajudar na prevenção do câncer de mama e também auxilia o bom funcionamento do intestino.

Com aveia – a substância beta-glucana encontrada neste tipo de pão ajuda a reduzir os níveis de colesterol e triglicérides no sangue, e também colabora com o bom trabalho do intestino.

7, 9, 12 e 15 grãos – possui grãos variados, de diferentes combinações. Importante ressaltar que o número de grãos não corresponde a um teor maior de fibras. Vale a pena consultar o rótulo dos produtos para verificar.

A especialista destaca que o pão, por si só, não engorda. O que causa excesso de peso é o consumo exagerado de carboidratos, bem como de qualquer outro macronutriente, como proteínas e gorduras. “O ganho ou a perda de peso depende de diversos fatores, tais como a relação positiva com a comida, a diversidade de alimentos, prática de atividades físicas somados a outros hábitos saudáveis”, conclui Bianca Naves.

Mercado

O primeiro quadrimestre de 2020 registrou um aumento de 6,2% em faturamento e 7,1% em volume na categoria de pães industrializados. Os números representam, respectivamente, R$ 1,8 bilhão e 143 mil toneladas, segundo dados da Abimapi. Ainda, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP), o mercado de panificação e confeitaria faturou R$ 105,85 bilhões no país, o que representa um crescimento de 15,3% em relação a 2020.

Não é só no Brasil que o pão é bem consumido, a categoria alcançou o número de USD 39,5 milhões em exportações no 1º semestre de 2021. No total, houve 34% de crescimento em valor frente a 2020, representando um aumento em volume de 50% no mesmo período, somando pouco mais de 46 mil toneladas de produtos vendidos ao exterior, na comparação com o comercializado em igual período do ano passado (janeiro a junho).O resultado é consequência do trabalho desenvolvido pelos empresários do setor em conjunto ao projeto setorial de fomento às exportações Brazilian Biscuits, Pasta and Industrialized Breads & Cakes, mantido pela ABIMAPI, em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), que há 20 anos busca oportunidades que aproximem as empresas do segmento de seus clientes e potenciais parceiros no exterior.

A categoria registra seu melhor desempenho comparado aos últimos cinco anos. O resultado se deve principalmente ao aumento das exportações das misturas para pães e bolos, que representam mais de 70% das vendas ao exterior. Entre os 10 principais destinos, destaca-se 6 países que registraram aumento em suas importações de produtos brasileiros tanto em valor quanto em volume. Os mais expressivos sendo a Venezuela (acima de 50%) e Chile (acima de 190%).

De acordo com Claudio Zanão, presidente-executivo da ABIMAPI, apesar do cenário de instabilidade, com a pandemia e a atual situação econômica do país, além dos fortes impactos da crise no transporte marítimo global e a alta do preço da farinha, a desvalorização do real refletiu favoravelmente nas exportações da categoria de pães.

“Nossa indústria é bastante competitiva no mercado internacional, favorecida pelo forte mercado doméstico posicionado como o 10º maior do mundo. Temos volume que garante abastecimento constante aos compradores em mais de 100 destinos anualmente. Os estrangeiros sabem que os pães brasileiros têm marcas que variedade de oferta, o que propicia o alcance de nossas empresas nos mais diferentes mercados, desde os países do Mercosul, nossos principais parceiros na categoria, até países do Oriente Médio como Iêmen, Omã, Líbia e Arábia Saudita”, ressalta Claudio Zanão.

Até o final deste ano, a ABIMAPI espera um crescimento médio de 15% e 10%, respectivamente em valor e volume, a depender da estabilidade tanto cambial, quanto da logística com regularização de embarques e redução dos custos de frete internacional especialmente no transporte marítimo.

Linha saudável

Além do tradicional pãozinho francês, a cesta de saudáveis cresceu 32% e a categoria de pães saudáveis acompanhou esse movimento, principalmente com ganho de presença junto ao público jovem, aumentando o consumo e representando 30% dos consumidores da categoria. A especialista da Jasmine Alimentos desvenda mitos e verdades sobre o alimento que já foi cunhado como “vilão” na rotina de quem quer emagrecer e se alimentar de forma mais saudável.

O melhor pão é o pão verdadeiramente integral, livre de aditivos artificiais, sem excesso de gordura saturada e com o mínimo de ingredientes possíveis. O que caracteriza o pão ser realmente integral é a presença exclusiva de farinhas de cereais e/ou grãos integrais e nada de farinhas refinadas, respeitando de fato a integralidade dos alimentos.

Do ponto de vista nutricional, o pão branco possui uma preparação pobre, visto que sua receita básica leva farinha de trigo refinada, água, fermento biológico, açúcar e sal.

Atualmente, os reconhecidos pães de fermentação natural estão em alta e podem ser mais vantajosos, por serem livres de aditivos artificiais, como conservantes, emulsificantes e aromatizantes. “Como eles têm um processo natural de produção, um pão de fermentação natural com bons ingredientes pode ter melhor digestibilidade e preservação de nutrientes”, explica Adriana.

Por fim, o pão sem glúten é específico para uma dieta de restrição ou para quem deseja evitar o consumo do glúten, mas não possui menos calorias para uma dieta de emagrecimento. “Tudo depende da composição nutricional deste pão, pois pode ser que a farinha de trigo seja retirada e incluso ingredientes mais nutritivos, como a farinha de linhaça, assim temos um pão altamente benéfico.” Cabe lembrar, que o glúten é prejudicial para quem tem Doença Celíaca, sendo necessária a retirada completa da dieta. Há também pessoas com intolerância e sensibilidade ao glúten, sendo indicado a retirada ou a menor exposição possível ao componente.

“Definitivamente, o pão não é um alimento hipercalórico. Fato é que devemos consumi-lo com moderação e atentando para os recheios que podem acompanhá-lo. Lembre-se: emagrecer ou manter o peso depende do equilíbrio entre a ingestão e o gasto calórico. A dica é escolher pães nutricionalmente ricos, com maior concentração de fibras e grãos, como os integrais”, finaliza.

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