Eleições na Madeira: PSD e JPP celebram resultados, PS e Chega saem derrotados

MIguel Albuquerque, cabeça de lista e presidente do PSD Madeira, candidato a deputado à Assembleia Legislativa da Madeira, festeja após o PSD ter vencido hoje as eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira Funchal, Madeira, 23 de março de 2025. GREGÓRIO CUNHA/LUSA

O PSD, que ficou perto da maioria absoluta, e o JPP, segunda força política, foram os vencedores das legislativas antecipadas da Madeira deste domingo, enquanto PS, agora no terceiro lugar, e Chega, que perdeu mais votos, saíram derrotados.

Segundo informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI), os sociais-democratas obtiveram 43,43% dos votos (62.085 votos) e 23 lugares na Assembleia Legislativa Regional, constituída por um total de 47 deputados.

O JPP alcançou 21,05% dos votos (30.094 votos) e 11 mandatos no parlamento regional, enquanto o PS teve 15,64% (22.355) e oito lugares na Assembleia Legislativa Regional, seguindo-se o Chega, que elegeu três deputados, a IL e o CDS-PP, que obtiveram um cada. Ao círculo eleitoral único do arquipélago, com 47 assentos parlamentares, concorreram 14 listas: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

A Assembleia Legislativa da Madeira passar a ser composta por 23 deputados do PSD (ficou a um da maioria absoluta) 11 do JPP, oito do PS, três do Chega, um do CDS-PP e outro da IL.

O líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, celebrou a “maior votação de sempre” desde que assumiu a chefia do partido, que elegeu 23 deputados ao parlamento regional, a um lugar da maioria absoluta, alcançando 43,43% dos votos (62.085 votos), mais 12.981 que nas eleições regionais de maio de 2024 e mais quatro eleitos.

O atual presidente do governo regional considerou que o resultado mostra que “não há qualquer equívoco” em relação àquilo que os madeirenses querem, e adiantou que não falou com mais nenhum partido na noite de domingo, quando precisa de pelo menos um deputado para alcançar a maioria absoluta. O PSD venceu na freguesia onde nasceu o líder Miguel Albuquerque, e também na freguesia de onde o cabeça de lista dos socialistas, Paulo Cafôfo, é natural.

O JPP – Juntos pelo Povo também teve motivos para festejar, ao subir a segunda força política, com 11 assentos na assembleia regional madeirense, mais dois que no mandato atual, obtendo 15,64% dos votos, num total de 30.094 votos, mais 7.135 que no anterior sufrágio.

O secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, garantiu que, seja como líder da oposição ou num governo alternativo, vai intensificar a fiscalização ao PSD.

Em sentido contrário, o PS assumiu a derrota nas eleições deste domingo, após ter descido para o terceiro lugar, com oito eleitos, menos três que em 2024, ao receber 22.355 votos, menos 6.626 que há dez meses. O líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, anunciou que, depois das autárquicas deste ano, irá “abrir um processo para a liderança” da estrutura partidária.

O Chega, que apresentou a moção de censura ao governo de Miguel Albuquerque que desencadeou estas eleições antecipadas, as terceiras em menos de ano e meio, foi o mais penalizado em termos de votos: no total, o partido perdeu o correspondente a 38% dos votos obtidos em 2024, obtendo agora 7.821 votos, menos 4.741.

Com 5,47% dos votos, o Chega perdeu um dos quatro deputados que tinha elegido em 2024, embora durante esta legislatura uma eleita se tenha tornado independente.

O CDS-PP, que já governou com o PSD e que nesta legislatura tinha um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas, tem um deputado (perdeu um), com 4.288 (3,00%). O deputado democrata-cristão eleito, José Manuel Rodrigues, mostrou disponibilidade para negociar, remetendo a decisão sobre um eventual acordo de governo para “os próximos dias”.

A Iniciativa Liberal manteve um eleito, com 2,17%, com o cabeça de lista, Gonçalo Maia Camelo, a instar o PSD a encontrar uma solução estável de Governo, rejeitando qualquer colaboração com Miguel Albuquerque.

O PAN falhou a reeleição da deputada única, ao alcançar 1,62% dos votos, num total de 2.322, menos 209 que nas últimas eleições.

Em 2023, Mónica Freitas foi eleita pela primeira vez deputada, tendo celebrado um acordo parlamentar para assegurar a maioria absoluta da coligação PSD/CDS-PP. Seis meses depois do acordo, a deputada única do PAN forçou a de demissão de Miguel Albuquerque, constituído arguido numa investigação sobre corrupção, após lhe ter retirado a confiança política.

Também CDU (PCP/Verdes) e Bloco de Esquerda voltaram a não conseguir alcançar nenhum mandato.

No continente, o presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou que a “extraordinária vitória” social-democrata mostra que o povo “mais uma vez provou” saber “resolver nas urnas aquilo que os políticos não foram capazes de resolver na Assembleia Legislativa”.

O líder social-democrata afirmou que “esta vitória corresponde, também, a uma derrota em toda a linha de uma oposição concertada e destrutiva do PS e do Chega”, após os socialistas terem viabilizado a moção de censura do Chega.

Mais de 255 mil eleitores foram chamados a votar nas legislativas regionais antecipadas da Madeira, as quartas antecipadas da região, para escolher a nova composição do parlamento do arquipélago, com 14 candidaturas na corrida.

O sufrágio ocorreu 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega – que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) – e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

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