Pesquisa mostra situação econômica desconfortável

Da redação com agências internacionais

Apesar das eleições presidenciais coincidir com os 20 anos de integração de Portugal na União Européia, não há muito que os portugueses comemorar. O que existe é um certo desconforto geral quanto à posição do país na Europa.

Comparado aos outros 14 países da UE, Portugal foi classificado como o país mais pobre da Europa, segundo pesquisas divulgadas pela mídia portuguesa. Cerca de 20% de sua população vive com menos de 350 euros por mês (menos de 985 reais). O ano de 2006 é o sexto consecutivo em que Portugal estará abaixo da média, com um crescimento de 0,8%.

O balanço a ser feito no momento traz o histórico de 15 anos de aproximação com a Europa e cinco anos de estagnação, como divulgou o jornal Público. Entre os anos 1985 e 2004 o PIB (Produto Interno Bruto) per capita foi de 53% a 76% da média européia. Os fundos europeus auxiliaram, dos anos 80 e 90, na construção de estradas, e atraiu investidores por causa da mão-de-obra de baixo custo, mas as taxas de juros que caminhou com o euro prejudicou o país.

Em 2001 a economia foi desmoronando. A Espanha começava a se erguer distanciando-se de Portugal. O país estava pagando o preço pela entrada na zona do euro. Principalmente no governo de Antonio Guterres, que pediu demissão em 2001, as despesas públicas aumentaram fazendo Portugal cair na desestabilidade. Os déficits públicos chegaram a 4,2%. José Manuel Durão Barroso tentou corrigir a economia quando congelou os salários públicos, e recorreu as receitas extraordinárias.

Em março de 2005, José Sócrates prometeu reaquecer a competitividade, baseando-se na pesquisa científica. Lisboa obteve um prazo adicional de três anos, em Bruxelas, para reduzir o déficit público (6,2% do PIB para 2005) e trazê-lo abaixo do limite dos 3%. Os fundos europeus, de 2% do PIB, estão garantidos para Portugal até 2013.

Este ano será o ano dos reajustes na economia. Para alguns economistas, Portugal tem muito a sofrer para normalizar a situação frente à UE, e “sobreviver” após 2013. Não será fácil, mas há necessidade de mexer em muito o que não se faz há anos no país. Para eles, a alteração na administração pública pode e deveria ser o começo. Com ou sem ajuda de Bruxelas.

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