Timor-Leste: democracia e desenvolvimento sustentável devem florescer juntos

Da Redação

A pandemia da Covid-19, os desastres naturais, guerras e conflitos têm afetado principalmente as populações e países mais pobres.

E a comunidade internacional tem uma obrigação moral de agir para combater esses males sociais, políticos e econômicos.

Isso foi o que disse o presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta, em seu discurso na Assembleia Geral, nesta sexta-feira, feito na língua inglesa.

O chefe de Estado timorense afirmou que num mundo com conflitos e com catástrofes causadas por mãos humanas de Mianmar ao Afeganistão, ao Iêmen, à Ucrânia, o Timor-Leste é “um verdadeiro oásis sem assaltos e crime organizado”.

Para o presidente da nação de língua portuguesa, no sudeste da Ásia, a democracia e o desenvolvimento sustentável devem estar de mãos dadas, crescendo juntos.

Ramos Horta elogiou o papel da ONU e do secretário-geral António Guterres ao assegurar o Acordo de Grãos do Mar Negro e encerrou o discurso pedindo o fim da guerra na Ucrânia.

Para ele, a Rússia, a Ucrânia e os países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Otan, têm que “engolir o orgulho, rever suas políticas passadas que levaram a esse suicídio mútuo, se afastar das respectivas fronteiras, para que os ucranianos possam reconstruir suas vidas e seu país, e os russos possam se retirar em segurança às suas próprias fronteiras.”

Ao terminar o discurso, ele falou em entrevista que trazia múltiplas mensagens à Assembleia Geral.

“Várias mensagens: uma mensagem obviamente sobre a situação interna de Timor-Leste ou a situação pacífica com Timor-Leste ou a tranquilidade da paz de segurança. E outra mensagem para a comunidade internacional a assumir as suas responsabilidades morais em relação aos países mais afetados do chamado Sul Global. Como consequência da crise internacional das guerras da Ucrânia, da pandemia de Covid-19 e também a consequências de muitos outros fatores que são mais de natureza natural, como os terremotos e inundações geradas que se repetem. Em todo o mundo.”

Durante a intervenção na Assembleia Geral, Ramos Horta afirmou que sua presidência é aberta e não conta com seguranças armados. Ele contou que doa metade de seu salário como presidente para famílias carentes. Com uma política austera, ele proibiu a compra de novos carros para o gabinete e suspendeu o uso de carros oficiais por seus funcionários.

No Timor-Leste, a pesca é vista como um fator alternativo para o setor petrolífero ue domina a economia gerando cerca de 70% do PIB

Segundo ele, a delegação timorense que veio a Nova Iorque para a Assembleia Geral tem apenas sete pessoas que estão hospedadas nos “hotéis mais baratos” perto da ONU.

Ramos Horta falou dos desafios que seu país está enfrentando com desastres naturais e as consequências da guerra na Ucrânia após a invasão russa, e o impacto econômico e global do conflito.

Ele agradeceu o apoio das agências da ONU, do mecanismo Covax de vacina contra a Covid-19, e da Austrália, o país vizinho, que socorreu o Timor-Leste com pessoal de saúde para enfrentar a pandemia.

Ao citar a Indonésia, que ocupou o Timor-Leste por mais de duas décadas, Ramos Horta disse que a nação vizinha está cooperando com o seu país em questões de verdade e reconciliação assim como educação.

O presidente disse esperar que o Timor consiga entrar para a Organização Mundial do Comércio, OMC, no próximo ano, assim como para a Asean, a Associação das Nações do Sudeste Asiático.

Em entrevista a ONU News, Ramos Horta declarou que até 2030, metade da população do Timor-Leste deve falar português:

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: