Presidente português homenageia Eduardo dos Santos em Luanda

Da Redação com Lusa

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, recusou hoje comentar as queixas da oposição sobre as eleições de Angola e disse que está em Luanda para prestar homenagem ao ex-presidente José Eduardo dos Santos, mas terá uma agenda bilateral “muito intensa”.

Na sexta-feira, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), partido dado como derrotado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), rejeitou os resultados e pediu uma comissão internacional para contar os votos a partir das atas síntese que os partidos têm.

Confrontado com a possibilidade de os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ajudarem nesse processo, Marcelo Rebelo de Sousa limitou-se a dizer aos jornalistas, à chegada ao hotel em Luanda, que essa “é uma realidade que ainda não existiu, não vale a pena antecipar”.

Em Angola, “está em curso o processo eleitoral” e, “por maioria de razão não farei” comentários, disse Marcelo Rebelo de Sousa, não esclarecendo se irá reunir-se com o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior.

Sobre o dia das eleições angolanas, o chefe de Estado português elogiou a “tranquilidade do ato eleitoral em termos do que deve ser um momento de vivência normal democrática”.

O Presidente português confirmou que irá ter “um programa muito intenso” hoje de reuniões com os homólogos de São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique, países da CPLP que estão representados ao mais alto nível nas cerimônias fúnebres oficiais de homenagem a José Eduardo dos Santos, no domingo.

Ex-presidente

O ministro das Relações Exteriores angolano, Téte Antonio assinalou hoje o impacto internacional da ação do ex-presidente José Eduardo dos Santos, recordando em particular acontecimentos como a batalha de Cuito Cuanavale.

“É um dia triste e de consternação para a classe diplomática”, disse o ministro com a pasta da diplomacia, durante as cerimônias fúnebres que se iniciaram esta manhã, e em que recordou o papel de José Eduardo dos Santos nesta área, já que foi o primeiro-ministro das Relações Exteriores de Angola no pós-independência.

As exéquias vão contar no domingo com 21 delegações estrangeiras incluindo vários chefes de estado que já começaram a chegar a Angola incluindo o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, e os presidente de Cabo Verde, da Guine Bissau e Portugal, além de outros países africanos.

Uma presença que “Angola agradece por que é nos momentos difíceis que conhece os seus amigos”, realçou Téte Antonio.

O ministro apontou eventos marcantes que se passaram em Angola e nos quais José Eduardo dos Santos teve um papel de relevo, recordando acontecimentos como a batalha de Cuito Cuanavale “que, na verdade, foi uma viragem na África austral e no mundo”.

Para Téte António, José Eduardo dos Santos, foi a pessoa que levou Angola ao reconhecimento da comunidade internacional, numa presidência internacional que ficou marcada pelo papel “que teve na nossa própria região e pacificação da região”, bem como “no acompanhamento das lutas mais difíceis” que se passaram na África Austral como independência da Namíbia e fim do ‘apartheid’ na África do Sul.

“Podemos citar muitos feitos”, declarou, salientando que o ex-chefe de Estado, marcou as relações internacionais na política mundial.

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