Encontro busca vias pacíficas para fim do conflito em Angola

Um encontro orientado pelo secretário-geral da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) e presidente do Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD), António Bento Bembe, teve lugar em Ponta Negra, Congo Brazzaville, com intuito de findar o conflito que persiste em Cabinda, Angola.

O encontro situou os vários intervenientes sobre a detenção de Bento Bembe na Holanda, em 24 de junho de 2005, a sua libertação provisória em 4 de outubro e a subseqüente saída daquele país. António Bento Bembe nega ter sido alvo de corrupção por Angola e afirmou que “continuar a guerra em Cabinda é um ato suicidário”. A reunião aconteceu num espírito de “fraternidade e unidade”, privilegiando a análise dos assuntos relacionados com o processo de paz. O encontro trouxe a questão da necessidade de se tornarem públicas as negociações com o Governo angolano, num diálogo sério e transparente.

O local escolhido para o encontro, chamado de Congo-Brazzaville para o distinguir da vizinha República Democrática do Congo, é um país africano limitado a norte pelos Camarões e a sul por Cabinda.

Bento Bembe- A partida súbita da Holanda de Bento Bembe quando decorria o seu processo no Tribunal de Haia, sobre a extradição para os Estados Unidos, motivou vários rumores sobre o presidente do FCD. Segundo Bembe, “não é segredo o que a delegação do Governo de Angola e o Ministério dos Negócios Estrangeiros fizeram” falou sobre a intervenção do Governo de Angola no caso.

“Toda a gente sabe que o que o Governo de Angola fez foi manifestar ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Holanda que está preocupado em negociar e foi por essas razões que fez certas diligências falando a meu favor como presidente do Fórum, onde chamou à atenção das autoridades holandesas para a minha possível libertação para podermos juntos, e no quadro do Fórum, engajarmos um diálogo”, sublinhou.

Bembe disse que o importante é a construção de uma nação em paz, afirmando que “quando se fala de paz em política só existem duas vias, a via militar ou a via pacifica através diálogo”. Para ele é “suicidário” privilegiar a via militar.

 

30 Anos de Independência em Angola

Jorge Sampaio recebido em Luanda pelo presidente angolano

Em comemoração ao 30º aniversário de independência de Angola, o presidente de Portugal, Jorge Sampaio, esteve em Luanda, capital angolana. Num encontro de mais de uma hora  entre o presidente Sampaio e o presidente angolano José Eduardo dos Santos, no Palácio Presidencial da Cidade Alta, na quinta-feira, 10 de novembro, foi discutido o reforço das relações bilaterais entre as duas nações.

O ministro angolano das Relações Exteriores, João Bernardo de Miranda, disse que o presidente português transmitiu ao seu homólogo, José Eduardo dos Santos, a vontade do país europeu de cada vez mais aprofundar a cooperação bilateral. Além de encontro com autoridades, Sampaio esteve reunido com a comunidade portuguesa radicada na capital, na residência do embaixador português em Luanda, Francisco Xavier Esteves.

O Estádio da Cidadela foi o palco central das comemorações de aniversário. Em seu discurso, o presidente Eduardo dos Santos disse que a memória daqueles que lutaram para a independência de Angola, proclamada há exatamente 30 anos, deve manter-se sempre presente no seio do povo angolano. Entre várias referências, o chefe de Estado realçou a necessidade do aumento da rede escolar, do número de professores, em todo o país, devido aos estragos causados pela guerra. É a primeira vez que Jorge Sampaio se desloca a Angola. O presidente português permaneceu até a data festiva de comemoração de independência, na sexta-feira. Jorge Sampaio regressou a Lisboa no final da tarde. PNN

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