Governo diz que vai exigir à TAP que assegure ligações às comunidades portuguesas

Da Redação com Lusa

O Governo vai exigir à TAP que garanta, no processo de privatização da companhia, o serviço e as ligações às comunidades portuguesas, disse hoje o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo.

“Eu terei na segunda-feira de manhã uma reunião com o administrador da TAP, precisamente para acompanhar todo este processo de privatização, mas também para exigir que a TAP possa ligar as comunidades”, adiantou Paulo Cafôfo.

O secretário de Estado falava no Funchal, no Fórum Madeira Global 2023, uma reunião anual da diáspora madeirense, organizada pelo Governo Regional da Madeira, de coligação PSD/CDS-PP, que contou também com presença do chefe do executivo madeirense, Miguel Albuquerque.

Paulo Cafôfo, que é madeirense e ex-líder o PS/Madeira, apontou que as ligações aéreas são fundamentais “no reforço e vínculo com a diáspora”, defendendo que a TAP terá “um papel fundamental” em assegurar a ligação entre Portugal e as suas comunidades, independentemente da privatização.

O secretário de Estado reforçou que, “seja qual for o destino da TAP”, será “sempre uma companhia de bandeira portuguesa” e, como tal, tem de “garantir o serviço às comunidades portuguesas”.

“No caderno de encargos, isto deve ser um fator essencial nesta privatização da TAP”, enfatizou.

“Não por uma questão de favor. A TAP tem de aproveitar a oportunidade comercial onde temos grandes comunidades e a partir daí alavancar rotas que são rentáveis”, defendeu.

O governante acrescentou que “era muito importante” que a Madeira tivesse ligações aéreas diretas com a Venezuela e com a África do Sul.

Paulo Cafôfo sublinhou também que a diáspora portuguesa “é um exemplo para o país” e o Governo português “só tem o dever de apoiar este impulso e inspirar-se em gente que tem feito das adversidades uma oportunidade”.

“Tomara que quem vive no nosso país tivesse a coragem, a determinação, o empenho e a capacidade de trabalho que tem esta nossa diáspora”, frisou.

Antes do discurso do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, o diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa da Madeira, Rui Abreu, afirmou que “a TAP tem de cumprir com a sua função estratégica de ligação territorial” com a diáspora madeirense.

“Não se compreende que ainda hoje não haja uma ligação direta entre Caracas e o Funchal quando 90% dos portugueses da Venezuela são madeirenses e quando há três ligações regulares semanais para Lisboa. Bastava que uma delas tocasse na Madeira antes de seguir para Lisboa”, disse.

O diretor regional lamentou também que não existam, desde há 12 anos, voos diretos da TAP entre Portugal e África do Sul, um país “com quase meio milhão de portugueses”.

Rui Abreu pediu ainda ao secretário de Estado das Comunidades Portuguesas que “reduza a burocracia e agilize os processos de apoio social aos idosos carenciados e aos emigrantes carenciados”.

Por seu turno, numa conferência designada ‘O papel da diáspora, uma estratégia sustentável para Portugal’, o presidente do Conselho Consultivo do Conselho da Diáspora Portuguesa, Pedro Reis, vincou a importância de Portugal “gerar riqueza” e torna-se numa “potência exportadora”.

Apontando que “falta a Portugal uma visão”, Pedro Reis defendeu que o país deve captar o investimento em áreas como a logística, saúde, ecossistema financeiro, defesa e energia, e deve deixar de concentrar a sua energia “em agendas que não fazem diferença para as pessoas”.

“Nós temos de fazer pela diáspora e não a diáspora fazer por nós”, considerou.

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