Custos são principal diferença para quem decide morar no interior de Portugal

Da Redação

 

O crescimento da comunidade brasileira em Portugal tem se destacado, especialmente em grandes cidades como Lisboa, que liderava com 77.110 residentes brasileiros em 2021, seguida pelo Porto, com 27.496, e outras importantes como Setúbal, Faro, Braga, Aveiro e Coimbra. Porém, frente ao aumento do custo de vida e à crise habitacional nas áreas urbanas mais densas, muitos brasileiros têm buscado alternativas no interior do país, trazendo um marcante deslocamento desses imigrantes para o interior, em busca de um custo de vida mais acessível.

De acordo com Leônia Pinheiro, sócia diretora da CV Assessoria Internacional, empresa especializada em imigração, nacionalidade e negócios internacionais, uma análise do período de dez anos, de 2011 a 2021, revelou que distritos como Braga, Beja, Castelo Branco, Porto, Viana do Castelo, Bragança e Leiria experimentaram um crescimento proporcional de imigrantes maior do que Lisboa, refletindo uma tendência de descentralização da imigração brasileira no país. “Ao pensar em Portugal, a imagem que vem à mente é frequentemente a das grandes cidades como Lisboa ou Porto. No entanto, o interior oferece uma experiência de vida distinta e encantadora que pode surpreender muitos”, comenta.

Essas províncias mais distantes dos grandes centros oferecem uma qualidade de vida excepcional, com custos significativamente mais baixos e uma tranquilidade raramente encontrada nas metrópoles.

Outra vantagem é que Portugal, com sua dimensão compacta, permite que mesmo aqueles que residem no interior estejam a uma distância confortável das grandes cidades. A integração de transportes facilita o acesso, tornando a vida no interior uma alternativa econômica e pacífica.

“A vida no interior português destaca-se pela sua riqueza e interesses variados. As pessoas estão descobrindo que viver ali não apenas reduz custos, mas também melhora a qualidade de vida”, completa a especialista. Para ela, essa é uma escolha inteligente para quem busca tranquilidade e acessibilidade.

Apesar da excelente infraestrutura em algumas cidades, como Viseu, Beja, e Covilhã, é importante que futuros moradores pesquisem bem, pois algumas áreas podem oferecer acessos mais limitados. No entanto, a maioria dos lugares dispõe de bons serviços públicos, hospitais eficientes e escolas de qualidade, com algumas abrigando também universidades reconhecidas.

O desafio do emprego pode ser mais presente no interior, onde alguns residentes optam por trabalhar nas cidades maiores ou aproveitam a aposentadoria. Regiões como Évora, além de oferecerem uma vida tranquila, são destinos turísticos conhecidos, o que pode proporcionar oportunidades no setor de serviços e turismo.

Já Viseu, com sua boa acessibilidade e vida cultural ativa; Beja, conhecida por seu clima ameno e vida comunitária diferenciada; e Covilhã, localizada próximo à Serra da Estrela, são outras boas sugestões. “Essas cidades proporcionam um excelente ambiente para viver e também uma oportunidade de experienciar uma Portugal autêntico e acolhedor, distante do frenesi das grandes cidades”, aponta.

Foto divulgação

Costa

Segundo Leônia Pinheiro, Portugal oferece um equilíbrio perfeito entre qualidade de vida, oportunidades profissionais e belezas naturais, fazendo dele um destino ideal para viver e investir. “Além dos benefícios da cidadania, é conhecido por suas praias isoladas e paradisíacas que atraem turistas e moradores locais em busca de tranquilidade e beleza natural”, acrescenta.

Ao passear por toda a costa, é possível encontrar algumas praias selvagens escondidas, sem toldos ou tendas. Quase todas de difícil acesso, o que permite uma maior privacidade para o público, principalmente em altas temporadas. “Para encontrá-las, é preciso paciência e disposição para seguir caminhos de terra batida ou trilhos na falésia. Ao mesmo tempo, são perfeitas para aventurar-se pelo país”, pontua.

Algumas dessas regiões de beleza única incluem Brejos da Carregueira, em Grândola; Brejo Largo, em Odemira; Murração e Ponta Ruiva, em Vila do Bispo; Barranco, em Vila do Bispo; Barranco Martinho, em Lagos; Almargem e Cavalo Preto, em Loulé; e a Ilha Barreta ou Deserta, em Faro. Cada uma dessas praias oferece uma experiência de isolamento e beleza natural, longe das multidões e da agitação urbana.

E não só dentro de Portugal. Morar em Portugal significa uma vantagem geográfica na hora de conhecer outros lugares pelo mundo a um baixo custo. “O estilo de vida europeu, com sua rica oferta cultural e infraestrutura de transporte eficiente, é ideal para quem busca uma experiência internacional dinâmica”, diz.

Os Benefícios de Ser um Cidadão Português
Morar no local como cidadão traz uma série de benefícios importantes para quem opta pelo país. Como membro da União Europeia, os residentes com nacionalidade têm acesso a uma ampla gama de vantagens, desde a liberdade de viajar e trabalhar em outros países até oportunidades educacionais e financeiras exclusivas.

Além de poder viajar e trabalhar em qualquer um dos países membros, cidadãos portugueses estão isentos da necessidade de obter vistos para ingressar em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão, lembra a especialista.

A nacionalidade portuguesa também proporciona acesso a preços diferenciados em escolas e universidades, oportunidades de trabalho em diversos países da Europa, participação em concursos públicos em Portugal e acesso a crédito para aquisição de imóveis e financiamento de veículos com taxas de juros mais baixas. “Esses benefícios oferecem ainda maior liberdade de movimento, acesso a oportunidades educacionais e profissionais ampliadas e facilidades financeiras”, conclui.

 

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