O candidato à liderança socialista José Luís Carneiro defendeu hoje que o PS, por ter tido mais votos do que o Chega, manteve-se como a “segunda força mais importante na relação de confiança com os portugueses”.
Em declarações aos jornalistas após um encontro com a direção da UGT, José Luís Carneiro afirmou que a “maioria dos portugueses escolheu o PS para segundo partido” e que, na definição de quem é a segunda força política, o que conta são o número de votos – porque “cada voto conta” – e não o número de deputados eleitos.
“Se nós valorizamos o princípio ‘um homem, um voto’, significa que valorizamos cada voto. E nessa aritmética de que cada voto conta, o Partido Socialista foi o segundo partido com maior número de votos da parte portuguesa”, acrescentou, questionado sobre se os socialistas, apesar de terem menos deputados do que o Chega, se mantêm como a segunda maior força política.
Carneiro disse que esta não é uma opinião sua, mas sim uma questão “aritmética”, concluindo que se o PS teve a candidatura com o segundo maior número de votos é a “segunda força mais importante na relação de confiança com os portugueses”.
O Chega tornou-se esta quarta-feira a segunda força política em termos de representação parlamentar, ultrapassando o PS, ao eleger dois dos quatro deputados dos círculos da emigração.
O Chega venceu em ambos os círculos da emigração, Europa e Fora da Europa, e elegeu dois deputados, o mesmo número de eleitos da AD – coligação PSD/CDS.
O partido de André Ventura alcança, assim, 60 deputados, enquanto o PS se fica pelos 58, ao passo que, em número de votos, os socialistas continuam à frente. O PS teve 1.442.194 votos e o Chega 1.437.881 votos.
Na quarta-feira, o PS defendeu que os partidos com responsabilidades governativas devem “reconstruir a relação de confiança com os emigrantes”, depois de o Chega ter voltado a ganhar na emigração, considerando que “na democracia ganha-se e perde-se”, disse Pedro Vaz, secretário nacional para a organização.
“O Chega já tinha ganho as eleições nos círculos da emigração. Não há uma novidade nesta matéria. Aquilo que é necessário, a todos os partidos com responsabilidades governativas no nosso país, é reconstruir a relação de confiança com os nossos emigrantes”, defendeu Pedro Vaz, passando essa reconstrução pela resolução dos problemas destas pessoas.