Governo inicia tratativas para intercâmbio de formação no turismo entre Macau e Brasil

Mundo Lusíada

Qualificar cada vez mais os serviços e produtos para potencializar a ação do turismo no país é o objetivo do ministro do Turismo, Celso Sabino, que iniciou tratativas com o Instituto de Estudos de Turismo de Macau (IFTM) para estabelecer programa de intercâmbio de profissionais e estudantes do setor que atuam no Brasil e em Macau, na China.

A ação está inserida no Programa de Qualificação Profissional do MTur e faz parte do esforço do governo brasileiro em ampliar a capacitação profissional na atividade turística para permitir o desenvolvimento de um turismo forte, com capacidade de contribuir ainda mais com a geração de riquezas, emprego e renda no país. “A qualificação é imprescindível para os nossos profissionais e a parceria com o IFTM será muito rica, principalmente com a estrutura e troca de experiências que o local oferece”, ressaltou o ministro.

O Instituto de Estudos de Turismo de Macau atua localmente desde 1995 com o objetivo de proporcionar uma formação de qualidade para profissionais da indústria do turismo, oferecendo cursos que abrangem gestão hoteleira, turismo, serviços relacionados à gastronomia e restaurante e culinária. O instituto atrai estudantes de diferentes partes do mundo e, atualmente, conta com cerca de 2.000 estudantes de mais de 30 países, sendo que os principais são: China, Portugal, Brasil, Angola, Coréia do Sul e Japão.

Fanny Vong, presidente do IFTM ressalta que a presença de estudantes estrangeiros no IFTM tem enriquecido o ambiente acadêmico e promovido a troca de experiências culturais. “Ficamos muito honrados. Sentimos que há realmente algo que poderíamos pensar em desenvolver no futuro, para podermos ter alunos do Brasil, porque também queremos mais alunos internacionais no Campus”, afirmou. O instituto oferece suporte especializado para esses estudantes, incluindo orientação acadêmica, serviços de apoio e atividades extracurriculares para promover a integração e a diversidade cultural.

GTEF – Investir em qualificação foi uma das metas traçadas por líderes, profissionais e autoridades do turismo para a próxima década durante o 10º Fórum de Economia de Turismo Global (GTEF), que aconteceu até sábado (23) em Macau, arquipélago na China.

Com foco na atuação coletiva internacional, os participantes debateram sobre as oportunidades para promover a recuperação da economia global do turismo e garantir um ecossistema resiliente.

Um dos locais que já demonstra recuperação econômica após quatro anos de prejuízos causados pela pandemia da Covid é Macau, que foi destaque no Fórum pelo crescimento do turismo de lazer e de negócios.

Brasil: Ecoturismo sustentável

“Não existe como colocarmos em lados opostos a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento econômico através do turismo sustentável”. Essa foi a defesa brasileira levada pelo ministro do Turismo, Celso Sabino, para um dos painéis do 10º Fórum Global.

Com o tema “Rumo ao Destino 2030: Investindo nas Pessoas, no Planeta e na Prosperidade”, o debate contou com representantes da Organização Mundial do Turismo (OMT), de autoridades do turismo de Portugal, Espanha, Itália, França e de empresários do segmento com atuação internacional.

Na conferência, os líderes trouxeram a necessidade de desenvolver ações coletivas para avançar na conquista de um planeta saudável e próspero até 2030. A preocupação é com o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos na 17ª Assembleia Geral da ONU, em 2015.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, ressaltou que defender o meio ambiente é também pensar nas pessoas, principalmente nos que vivem perto de florestas, às margens de rios e os povos originários. “A partir do momento em que existe uma exploração econômica sustentável, o cidadão que mora nessas áreas terá a oportunidade de perceber que é possível se desenvolver economicamente e socialmente. E aí, ele passa a ser um defensor da floresta e um protetor dos rios porque ele vai perceber que ali é a sua fonte de renda, é a sua fonte de economia. E o turismo tem a possibilidade de promover isso!”, explicou o ministro.

Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços de Portugal, trouxe o conceito de sustentabilidade focado nos pilares: clima, compromisso e cooperação. “Sustentabilidade significa garantir o futuro e para isso é preciso ter uma perspectiva global focada nas mudanças climáticas; no compromisso de todos os cidadãos, turistas, empresas e entidades do governo e também da cooperação entre as várias entidades nas diferentes causas”, afirmou o secretário português.

Além da importância do desenvolvimento sustentável do setor, a Diretora Executiva da OMT, Natalia Bayona, chamou a atenção para a necessidade de se investir em mão-de-obra, já que a atividade turística depende e é centrada nas pessoas. “O desenvolvimento do turismo vai depender da qualidade dos serviços prestados pelas pessoas”, enfatizou.

O ministro também participou da abertura do Fórum, que neste ano realiza a sua 10ª edição e tem como tema “Destino 2030: Libertar o Poder do Turismo em Prol de Negócios e Desenvolvimento”.

Durante quatro dias, os debates giraram em torno das oportunidades para promover a recuperação da economia global do turismo e garantir um ecossistema turístico extremamente resiliente, a partir da cooperação internacional. A Organização Mundial do Turismo tem evidenciado esforços da China neste sentido.

A China é um dos maiores emissores de turistas do mundo. Em 2019, antes da pandemia, 170 milhões de chineses viajaram ao exterior. Já Macau é um centro mundial de turismo de lazer e a negócios. A cidade recebeu 11,6 milhões de turistas no primeiro semestre, contra 5,7 milhões ao longo de todo o ano de 2022.

Ao discursar no evento de abertura do GTEF, o Secretário Geral da OMT, Zurab Pololikashvili, defendeu como prioridade do setor para a próxima década o incentivo à formação. “A educação é a nossa maior aposta de futuro. Não é só atrair turistas, educação é a nossa palavra-chave, e a China tem um enorme potencial para formar trabalhadores mais qualificados, além de criar cursos para qualificar o turismo no mundo”, afirmou.

Salão do Turismo

Durante sua agenda em Macau, o ministro do Turismo brasileiro se reuniu com dois CEO’s de grupos de investimentos em turismo na Ásia. Além de apresentar as condições favoráveis que o Brasil reúne para atrair potencialidades turísticas, o ministro aproveitou o momento e convidou os investidores para o Salão do Turismo, que acontecerá no mês de dezembro, em Brasília (DF). O evento dará visibilidade a diversidade dos produtos e atrativos turísticos nacionais.

“O Brasil tem um grande mercado. Temos 6 biomas de natureza, temos uma extensa costa litorânea, praias belíssimas, rios navegáveis, a Amazônia, temos montanhas, cultura diversa, história, gastronomia e muitas regiões que ainda são pouco exploradas para o turismo. O Salão dará visibilidade ao mundo dos inúmeros roteiros que podemos oferecer”, ressaltou o ministro.

Pansy Ho, Presidente da Shun Tak Holdings Limited, um conglomerado listado em Hong Kong com negócios nos setores de propriedade, transporte, hospitalidade e investimento, e também embaixadora de negócios da Organização Mundial do Turismo (OMT) ressaltou a mudança do perfil da população chinesa, que está mais jovem e procurando novos destinos, tendências e, desta forma, renovando a procura de produtos turísticos.

“Queremos saber mais sobre o desenvolvimento do Brasil que é de longe o país mais importante da América Latina. Eu estava cheia de expectativas em conhecê-lo porque eu acho que você vai trazer inspirações para o novo desenvolvimento da indústria do turismo no Brasil”, ressaltou Pansy. Além de convidá-la para o Salão, o ministro também disse que o Brasil ficaria feliz em vê-la na COP 30, que acontecerá em Belém (PA) no ano de 2025. A executiva confirmou que vai se planejar para estar presente em algum momento da agenda do Brasil.

 

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