Papa espera que Lisboa seja inspiração para enfrentar “em conjunto grandes questões” mundiais

Mundo Lusíada com Lusa

O Papa Francisco chegou a Portugal, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e disse esperar que Lisboa seja uma inspiração para “enfrentar em conjunto as grandes questões” que se colocam à Europa e ao mundo.

O líder da Igreja Católica deixou esta mensagem no Livro de Honra da Presidência da República, antes de um encontro a dois com o chefe de Estado português, no Palácio de Belém.

“Peregrino da esperança em Portugal, rezo e faço votos para que este país de coração jovem continue a fazer-se ao largo rumo a horizontes de fraternidade”, indicou.

O Papa Francisco escreveu também que espera que “Lisboa, cidade do encontro, inspire modos de enfrentar em conjunto as grandes questões da Europa e do mundo”. A mensagem, que redigiu tendo ao lado Marcelo Rebelo de Sousa, termina com a data de hoje e a sua assinatura – “Francisco”.

O Papa chegou ao Palácio Nacional de Belém às 11:00 numa viatura ligeira branca, sentado no banco da frente, ao lado do condutor, e de vidro aberto, tendo cumprimentado pessoas que esperavam nos passeios para o ver passar.

Após uma cerimônia de boas-vindas no exterior, subiu na mesma viatura a rampa de acesso ao Palácio Nacional de Belém, para uma visita de cortesia ao Presidente da República, tendo sido recebido por uma guarda de honra do esquadrão presidencial da GNR, antes de entrar no edifício.

Francisco saiu da viatura e sentou-se numa cadeira de rodas, na qual subiu pelo elevador até à Sala das Bicas. O Presidente da República e o Papa Francisco tiraram a fotografia oficial, ladeados por dois conjuntos de bandeiras de Portugal e do Vaticano.

Após este momento, o líder da Igreja Católica assinou o livro de honra e os dois seguiram para a varanda do palácio onde cumprimentaram alguns funcionários da Presidência e seus familiares.

Os dois chefes de Estado encaminharam-se depois para a Sala dos Embaixadores, para um encontro privado entre os dois, que durou cerca de meia hora, e quando trocaram presentes.

De acordo com fonte oficial da Presidência da República, o Papa ofereceu a Marcelo Rebelo de Sousa, como presente oficial, uma medalha comemorativa da Jornada Mundial da Juventude e, a título pessoal, um medalhão de ouro do pontificado.

Segundo a informação divulgada pela Santa Sé, a medalha da JMJ tem ao centro, “entalhada na esfera armilar”, a Catedral Patriarcal de Santa Maria Maior (Sé de Lisboa), e principal local de culto católico da capital.

“Ao seu redor, em sentido circular, desenvolve-se a expressão latina ‘DIES MVNDIALIS IVVENTVTIS LISBONAE MMXXIII’ e, acima, entre as duas torres, destaca-se o logótipo da JMJ”.

Já em círculo, “em direção, ao lado externo, as efígies dos 13 padroeiros” da JMJ, todos santos ou beatos, que dedicaram as suas vidas ao serviço dos jovens”.

Já o Presidente da República ofereceu ao Papa, como prenda oficial, um presépio de barro de Estremoz, artesanato classificado pela UNESCO como patrimônio cultural imaterial da humanidade e, a título pessoal, um registro de São Francisco de Assis, uma peça do século XIX.

O Papa Francisco saiu do Palácio de Belém às 12:00, rumo ao Centro Cultural de Belém, para um encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático, onde vai discursar pela primeira vez desde que chegou a Lisboa, hoje de manhã.

Esta é a sexta ocasião em que o Presidente da República se encontrou com o Papa Francisco.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a JMJ, que decorre até domingo.

De braços abertos

O Presidente afirmou que Portugal recebe o Papa Francisco de “braços abertos”, acolhendo o seu testemunho de “dignidade das pessoas” e de que “nunca é tarde para olhar para o outro”.

“Santo Padre, hoje, em Lisboa, Portugal acolhe-vos de braços abertos por cinco dias inesquecíveis”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, na cerimônia com o Papa Francisco e entidades oficiais, civis, membros do corpo diplomático e líderes de partidos políticos.

Sentado num cadeirão branco e tendo a seu lado o líder da Igreja Católica, o Presidente da República referiu que Portugal acolhe o testemunho do Papa de “dignidade das pessoas, entre elas e na relação com a natureza, de esperança, de paz, de fraternidade, de procura das periferias, de luta contra fomes, misérias, opressões, abusos, xenofobias, intolerâncias, exclusões dos deserdados destes tempos”.

“E, convosco, acolhe também de braços abertos os jovens católicos e também crentes de várias crenças, e não crentes, vindo ao apelo das vossas palavras. Porque convosco a Vossa voz tornou-se maior do que o vosso povo”, frisou.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: