Panificadores participam de programa para reduzir desperdício

Da Redação

O processo de implantação do PAS, que visa conscientizar e orientar os empreendimentos sobre as boas práticas durante a produção, o transporte, a manipulação e a estocagem de alimentos, já está em fase de conclusão em 22 padarias do Grande ABC. A previsão de aplicar o PAS em outras 30 padarias da região era até o final de setembro

As padarias filiadas ao Sipan-ABC – Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Grande ABC – participam do Programa Alimento Seguro (PAS), desenvolvido pelo Sebrae-SP, com o objetivo de conscientizar e orientar os empreendimentos sobre as boas práticas durante a produção, o transporte, a manipulação e a estocagem de alimentos. A aplicação do PAS, que teve início há seis meses, já está em fase de conclusão em 22 padarias do Grande ABC. “Esperamos que, até o fim de setembro, outras 30 padarias da região participem do programa. A implantação do PAS é de suma importância pois eleva a qualidade da higiene, do atendimento, da gestão das padarias e dos produtos oferecidos ao consumidor final e, consequentemente, aumenta nossa competitividade até mesmo contra concorrentes indiretos que oferecem os mesmos produtos que oferecemos”, ressalta Antonio Carlos Henriques, vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Panificação (Abip) e presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Região do ABC.

A aplicação do PAS nas padarias do Grande ABC é parte do “Projeto Multiplicando os Pães”, desenvolvido pelo Sebrae e que conta com o apoio do Sipan-ABC, do Senai, da Vigilância Sanitária da região e da Souza Cruz. Recomendado por organismos internacionais como OMC (Organização Mundial do Comércio), FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e OMS (Organização Mundial de Saúde), o PAS foi desenvolvido para garantir a produção de alimentos seguros à saúde do consumidor, tornando as micro e pequenas empresas competitivas e ampliando as possibilidades de conquista de novos mercados, principalmente o externo.

O PAS oferece treinamento para capacitar os pequenos negócios para as boas práticas que abordam higiene pessoal, higiene do local de trabalho, dos utensílios utilizados, armazenamento dos ingredientes utilizados nas preparações, qualidade dos produtos adquiridos de fornecedores e temperaturas adequadas. Como benefícios, podem ser citados a melhoria da qualidade e da segurança dos alimentos oferecidos ao consumidor e, principalmente, a redução dos custos operacionais dos estabelecimentos devido ao menor desperdício dos produtos alimentícios por manipulação e armazenamento inadequados, redução de retrabalho e do índice de reclamação dos clientes. Além disso, os estabelecimentos participantes do PAS cumprem as exigências e normas de Higiene e Manipulação de Alimentos da Vigilância Sanitária.

O programa, por meio do Sebrae-SP, disponibiliza diversas modalidades de implantação, de acordo com as necessidades de cada tipo de empresa. As padarias enquadram-se no PAS Mesa, que atende os estabelecimentos que trabalham diretamente com o preparo de alimentos prontos para consumo. Na prática, o trabalho desenvolvido no PAS engloba treinamento em sala de aula, com consultores cadastrados no programa e visitas de consultoria do Sebrae-SP nos pontos de venda dos Ambulantes ou nas empresas. Em sala de aula, os participantes aprendem quais são os perigos mais freqüentes que envolvem os processos de produção, transporte, manipulação e estocagem de alimentos ocorrem dos alimentos e como fazer para evitá-los. Com as visitas, os consultores podem observar as práticas e propor ações de melhoria. Para a inserção do PAS nas padarias da região, houve um custo de R$ 4 mil por estabelecimento, sendo que 80% do montante foi financiado pelo Sebrae-SP e 20% pelo Sipan-ABC, com o apoio da Souza Cruz.

Histórico do PAS

No início do século passado, a indústria de alimentos tinha poucos métodos e atividades de controle de segurança e da qualidade de produtos e serviços. A partir da década de 1950, as principais indústrias do segmento adaptaram em sua rotina atividades de Boas Práticas para atender as crescentes exigências do mercado consumidor e dos órgãos reguladores. Porém, somente com o início dos vôos tripulados da NASA que os cuidados com a segurança dos alimentos aumentaram significativamente. A NASA desenvolveu um sistema de segurança de alimentos que evitava o desperdício, o retrabalho e reduzia ou eliminava os custos.

Na época, este sistema foi apresentado para empresas de alimentos como uma excelente ferramenta para produção e manipulação de alimentos seguros. Ao longo dos anos, estas ações foram se desenvolvendo e, hoje, grande parte desse conhecimento é disponibilizado às micro e pequenas empresas através do Programa Alimentos Seguros (PAS) oferecido pelo Sebrae-SP.

Em 1998, ciente das exigências crescentes do mercado consumidor e órgãos regulamentadores em relação às micro e pequenas empresas brasileiras, o Sebrae e outras entidades criaram um projeto focado exclusivamente para as empresas de alimentos que foi inicialmente implantado nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Em 1999, o projeto se entendeu a outros estados brasileiros, incluindo São Paulo, e novas modalidades de atuação foram criadas como “Campo”, “Mesa” e “Indústria”. Em 2002, o projeto foi batizado com o nome PAS – Programa Alimentos Seguros – e teve sua estrutura de atuação ampliada para atender todos os setores da cadeia produtiva de alimentos.

Histórico do Sipan

O Sipan é uma entidade sem fins lucrativos constituída para estudo coordenação, proteção e representação legal da categoria econômica dos Industriais de Panificação e Confeitaria baseados nos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. O sindicato, como órgão representativo, dispõe aos seus associados cursos de qualificação e requalificação aos funcionários, e ainda, suporte ao empresário em todas as áreas – jurídica, comercial entre outras.

O Sipan surgiu de uma associação de panificadores do município de Santo André, criada no ano de 1942. Em 1944, teve sua carta de reconhecimento legal fornecida pelo Ministério do Trabalho – na época, sediado no Rio de Janeiro –, transformando-se assim em sindicato.

Em 62 anos de história, o sindicato foi dirigido por seis presidentes: Jair Gronchi, Geraldo Dias de Camargo, José Luiz de Miranda, Carlos Alberto Ferreira, Antonio Henrique Afonso e Antonio Carlos Henriques, presidente atual. A diretoria do Sipan estatutariamente é composta de sete membros efetivos ou diretoria executiva, quatro suplentes e ainda, de um Conselho Fiscal composto por dois membros efetivos e dois suplentes, eleitos a cada triênio.
 

Sipan – Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Grande ABC
Endereço: r. Marechal Hermes, 187 – Bairro Jardim – Santo André – SP
Telefone: (11) 4994-8177

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