Jornalista português intimidado no Brasil diz que PF mentiu e que fará denúncia de ‘crime político’ no Tribunal Penal Internacional

Por Odair Sene

O repórter independente português Sérgio Tavares (do canal que leva seu nome) acabou ganhando destaque em vários países após sofrer intimidação, interrogatório e detenção por algumas horas, por parte da Polícia Federal do Brasil no desembarque em São Paulo, na manhã do dia 25 de fevereiro, quando veio fazer a cobertura do “Ato pela Democracia” que aconteceu na Avenida Paulista.

Após o episódio, o português foi recebido com grande recepção na chegada em Portugal, por seguidores, pela notoriedade que acabou tendo no episódio.

Neste dia 1º de março, Sérgio Tavares publicou um vídeo em seu canal mostrando o inquérito da Polícia Federal e provas (segundo ele) que a PF mentiu, “cometeu perseguição política e será acusada no Tribunal Penal Internacional por advogados de Portugal, Espanha, Itália e Brasil”, referiu ele.

Reação política

O partido português Alternativa Democrática Nacional (ADN) divulgou nota exigindo que o Governo de Portugal se posicione sobre a intimidação do cidadão lusitano quando desembarcou em São Paulo no dia 25 de fevereiro para fazer a cobertura do evento na Avenida Paulista.

Em comunicado divulgado à imprensa o ADN (presidido por Bruno Fialho) tratou do assunto como “perseguição fascista de uma extrema esquerda” e acusou o governo português de ser complacente com o governo de Lula da Silva.

Contando com apoio da Bancada Evangélica para as eleições deste ano, a legenda pretende apoiar Sérgio Tavares “no que for necessário”. E publicou nas redes sociais que “Lula deve ser responsabilizado pelo ataque político a um cidadão português”.
Acusações de abuso – Vários jornalistas brasileiros tem denunciado em instâncias internacionais, que atualmente existam centenas de presos políticos no Brasil, estima-se que ultrapassa dois mil.

Tem jornalistas censurados, banidos de redes sociais, auto-exilados no exterior, empresários, juízes, professores, promotores de justiça e políticos de oposição ao atual regime de esquerda. Pessoas são acusadas em inquéritos ilegais, e sem que os advogados tenham acesso aos autos.

Em nota, a PF justifica interrogatório e diz que alegação do “indivíduo” é falsa

Em nota, a Polícia Federal disse que – “Em relação ao vídeo que circula em redes sociais de um cidadão português alegando que foi indevidamente impedido de entrar no Brasil, a Polícia Federal informa que tal alegação é falsa”. Segue:

“A PF está conduzindo o procedimento padrão para avaliar a situação do indivíduo verificando se ele está no país a turismo ou a trabalho e por quanto tempo pretende permanecer no país, seguindo o protocolo regular de admissão de estrangeiros. Tal indivíduo teria publicado em suas redes sociais que viria ao país para fazer cobertura fotográfica de um evento. Todavia, para isso é necessário um visto de trabalho, o que ele não apresentou”.
“Além disso, o estrangeiro foi em indagado sobre comentários que fez sobre a democracia no Brasil, afirmando que o país vive uma ‘ditadura do judiciário’ além de outras afirmações na mesma linha postadas em suas redes sociais”.
“Vale ressaltar, que as mesmas medidas são adotadas por padrão na grande maioria dos aeroportos internacionais”, diz a PF.•

 

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