Centenas de pessoas aplaudem cortejo fúnebre de Rui Nabeiro à entrada de Campo Maior

Mundo Lusíada com Lusa

Centenas de pessoas, a maioria funcionários do Grupo Nabeiro – Delta Cafés, receberam hoje o cortejo fúnebre do empresário Rui Nabeiro na rotunda de entrada em Campo Maior, com palmas e muita emoção.

No centro da rotunda foi colocado um cartaz com a inscrição “Obrigado, Sr. Rui” e as pessoas que quiseram prestar esta última homenagem na passagem do cortejo fúnebre ladearam a entrada da vila onde o empresário nasceu, no distrito de Portalegre.

Mal o carro funerário entrou na rotunda ouviram-se as palmas da multidão. Com muitas das pessoas vestidas de preto em sinal de luto, as lágrimas foram visíveis em muitos rostos, em especial nos dos funcionários de empresas do grupo identificados por um pin da Delta ao peito.

O cortejo fúnebre rumou para o complexo fabril do grupo – onde se situam a fábrica Novadelta, o Centro de Ciência do Café e a Adega Mayor – e vai percorrer outras unidades fabris do grupo espalhadas pela vila.

As pessoas que se concentraram na rotunda dispersaram, depois, pela vila e, um pouco mais à frente, no Jardim Municipal, muitos foram os que se posicionaram para assistir novamente à passagem do cortejo, rumo à Igreja Matriz.

Numa das pontas do jardim está a estátua do comendador Rui Nabeiro. Na base, a agência Lusa observou várias velas acesas e flores, colocadas por populares, e, nas mãos da escultura que representa o empresário, uma coroa de flores branca.

“Desde ontem [domingo, dia em que o empresário morreu] que as pessoas começaram a meter aí as flores na estátua, até as velhinhas”, contou à Lusa Natividade Pereira, de 60 anos, nascida e criada em Campo Maior.

Depois de já ter estado na rotunda, Natividade aguardava no jardim para ver novamente o cortejo fúnebre e recordou à Lusa que conhecia “o senhor Rui desde pequena”.

“Os meus pais moraram onde ele vivia, na Praça da República, quando era criança, e lembram-se de o ver descalço muitas vezes”, evocou.

Rui Nabeiro, de origens humildes e que veio a tornar-se num dos maiores empresários em Portugal, “sempre foi uma pessoa bem simples”, disse a habitante. “Se houvesse mais empresários assim no país era bem bom”, argumentou.

No jardim, enquanto esperavam, muitos eram os populares que aproveitavam para tomar um café – da marca Delta – num dos quiosques.

O empresário Rui Nabeiro, fundador do Grupo Nabeiro – Delta Cafés, morreu no domingo, aos 91 anos, vítima de doença, no Hospital da Luz, em Lisboa.

Voto Pesar

A Câmara de Vila Nova de Gaia aprovou, por unanimidade, um voto de pesar em homenagem ao “inspirador” empresário Rui Nabeiro, o primeiro cidadão que recebeu as chaves daquele concelho do distrito do Porto.

Rui Nabeiro, que morreu no domingo aos 91 anos, recebeu, a 17 de novembro de 2021, a distinção honorífica “Chave da Cidade de Vila Nova de Gaia”.

De acordo com o Regulamento Municipal, todas as Chaves da Cidade são numeradas, sendo a primeira propriedade do município. A segunda foi entregue a Rui Nabeiro, o primeiro cidadão a receber esta distinção.

“Quando cá veio receber a chave, lembro-me de o ver ter o cuidado de visitar os cafés de Gaia, onde começou a vender café há muitos anos. Ter falecido no Dia do Pai [domingo, 19 de março] é uma coincidência que nos comove também porque sabemos que muitas pessoas o consideravam um ‘pai’. Era um homem extraordinário que nos inspira”, disse o vice-presidente da Câmara de Gaia, Patrocínio Azevedo, que hoje presidiu à reunião camarária.

O voto de pesar proposto pelo executivo socialista de Gaia foi aprovado por unanimidade, sendo acompanhado pelos vereadores sociais-democratas.

Já o município de Campo Maior decretou cinco dias de Luto Municipal (de 19 a 23 de março de 2023) pelo falecimento do Comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro, o primeiro presidente eleito democraticamente da Câmara Municipal de Campo Maior, em 1977, cargo que ocupou até 1986.

“Figura nacional incontornável e um homem que dedicou a sua vida a Campo Maior e aos campomaiorenses, contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento econômico, social, cultural e humano do nosso concelho.
Rui Nabeiro inspirou milhões de portugueses ao longo de várias décadas e o seu legado de dedicação ao trabalho, consciência social e, acima de tudo, humanismo, continuará a perdurar no tempo e a servir de guia para as gerações vindouras, de forma muito especial entre os campomaiorenses” informa o município.

Também no Brasil, instituições lembraram do exemplo do empresário como a Câmara de Comércio portuguesa no Rio de Janeiro:

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