Da Redação Com Lusa
A vitória do MPLA, partido no poder em Angola, nas eleições legislativas mereceu destaque em alguns títulos da imprensa mundial, em países como Brasil, China, Espanha, França e África do Sul. As eleições contaram com representantes da Missão de Observação Eleitoral da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), que consideraram as eleições livres e transparentes. Sob o título "Partido governista lidera eleição em Angola", O Globo apresenta os valores adiantados pela Comissão Nacional Eleitoral angolana, que atribui 82% ao MPLA e apenas 10% à Unita, quando estavam apurados 61% dos votos. Citando a agência Reuters, o jornal diz ainda que uma eventual contestação dos resultados por parte da Unita, devido a supostas fraudes, "ameaça romper a frágil estabilidade política existente desde o fim da guerra civil", em 2002. O governo brasileiro também divulgou "satisfação" com o esforço de Angola em "assegurar a realização de processo eleitoral no espírito do compromisso dos países-membros da CPLP com a democracia, o Estado de Direito, os direitos humanos e a justiça social". China Na China, tanto a agência Xinhua, quanto jornal South China Morning Post, noticiam a vitória eleitoral do MPLA. Sem nenhum comentário, a Xinhua noticia somente o total de votos apurados e assinala que para "demonstrar ao mundo que Angola optou pela democracia, o governo convidou 1.200 observadores eleitorais estrangeiros, de 17 organizações internacionais e de dez países". O South China Morning Post afirma que o partido no poder "reivindicou vitória nas eleições, apesar dos esforços da oposição para contestar os resultados". Europa O jornal espanhol El Mundo noticia na sua edição eletrônica que "o partido no poder em Angola ganhou as primeiras eleições realizadas em 16 anos". "O maior problema foi a falta de cadernos eleitorais em algumas assembléias de voto", destaca ainda o El Mundo, acrescentando que os "partidos da oposição condenaram a votação e exigiram a sua repetição". Na França, o Le Monde ressalta que o MPLA "se encaminha para uma robusta vitória nas eleições legislativas" e afirma que a oposição contesta a validade da votação. O governo português também "regozija-se" pelas eleições constituírem uma "aposta firme e decidida na consolidação da democracia" em Angola. "O governo português tem acompanhado com atenção a realização das segundas eleições legislativas em Angola e saúda o povo angolano pela forma cívica e tranquila em que decorreu este processo, com tanto significado histórico para a democracia em Angola", trouxe a nota. África O jornal sul-africano The Star titula que o "partido dominante prepara-se para consolidar o poder em Angola". Embora os resultados eleitorais citados sejam ainda provisórios e digam a respeito a cerca de 60% dos votos apurados, a publicação conclui que "o partido do presidente José Eduardo dos Santos, no poder há 30 anos, vai conseguir atingir uma maioria de dois terços, suficientes para rever a Constituição". "As eleições legislativas são também encaradas como um teste à popularidade de [José Eduardo] dos Santos diante das eleições presidenciais previstas para o próximo ano", diz ainda no jornal sul-africano. Outro jornal sul-africano, o Mail & Guardian, escreveu na sua edição eletrônica que o "MPLA saboreia a vitória enquanto prossegue a contagem dos votos". "O partido no poder em Angola, MPLA, saboreou a estrondosa vitória alcançada nas primeiras eleições realizadas em período de paz, apesar de ainda faltar contar um quarto dos votos", prossegue o jornal. O Mail & Guardian ressalta ainda que a Unita e outros partidos da oposição questionam a validade da votação e, numa sumária descrição de Angola, destaca que o país "tem uma economia próspera que assenta em vastas reservas petrolíferas e de diamantes, que contribuíram para o crescimento econômico de dois dígitos". "Contudo, mais de dois terços dos angolanos continuam atolados na pobreza, vivendo com menos de dois dólares diários", conclui o jornal. O porta-voz do MPLA, Norberto dos Santos “Kwata Kanawa”, admitiu que o partido não esperava uma vitória tão expressiva nas eleições legislativas. “Não esperávamos que fosse assim tão ampla”, disse "Kwata Kanawa” à Rádio Nacional de Cabo Verde. O partido obteve mais de 80% dos votos (resultados provisórios). “Estava nos nossos horizontes que íamos ganhar, faltava-nos só saber ganhar por quanto”, disse o secretário nacional para a Informação, acrescentando que a vitória do MPLA aumenta as responsabilidades do partido. Negado pedido de impugnação Segundo disse "Kwata Kanawa” o partido foi um dos prejudicados em Luanda com os problemas ocorridos em zonas eleitorais. O processo de votação em Luanda foi contestado pela UNITA, que apresentou a impugnação das eleições na capital. "Verificamos algumas insuficiências [na capital] que foram corrigidas pela direção da Comissão Nacional Eleitoral (CNE). Todos reconhecemos que no início houve problemas, mas não há razão para pôr em causa todo o processo", disse em entrevista à Lusa. A CCNE de Angola indeferiu o pedido de impugnação das eleições legislativas angolanas na província de Luanda apresentado pela Unita, justificando que o partido não enviou "elementos de prova" junto com o processo. A decisão da reunião plenária da CNE sobre o pedido de impugnação é justificada ainda com a informação de que a "apresentação de provas" constitui o "pressuposto" para que o pedido de impugnação seja "apreciado pela CNE". A decisão da CNE, anunciada pelo seu porta-voz, Adão de Almeida, explica que "o pedido de impugnação do ato eleitoral apresentado pela Unita não é acompanhado de qualquer elemento de prova, nem tão pouco das atas das assembléias de voto em que as alegadas insuficiências se verificaram, conforme o disposto no art. Nº 165 da Lei Eleitoral". Já antes de terminar a apuração dos vostos, o partido do poder MPLA mantinha-se na liderança das eleições legislativas angolanas com 81,62%, abrindo distância em relação à UNITA (principal representante da oposição), com 10,47%.
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