Da Redação
Com Lusa
Na ONU, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou a passagem de Nelson Mandela por Portugal, em 1993, e salientou a forma como assegurou a permanência e a paz aos portugueses na África do Sul.
O chefe de Estado, que falava durante a Cimeira de Paz Nelson Mandela, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, disse que o antigo Presidente sul-africano “não foi apenas um homem excepcional, ele foi claramente um dos melhores de todos nós” e defendeu que “o seu levado deve ser apoiado”.
Nesta cimeira, de homenagem ao líder da luta contra o ‘apartheid’ e primeiro Presidente negro da África do Sul, que nasceu há 100 anos e morreu em 2013, deverá ser adotada uma declaração política no sentido de redobrar esforços para a paz e a segurança internacionais.
Num discurso de três minutos, em português, Marcelo Rebelo de Sousa começou por referir que, “em 1993, Madiba esteve em Portugal, tinha acabado de ser libertado e pouco depois seria eleito livremente Presidente da África do Sul”, em abril de 1994.
“Em Portugal, foi recebido entusiasticamente, porque veio dar o seu testemunho da vitória sobre a opressão”, descreveu, acrescentando que “Portugal tinha acabado de vencer a opressão e tinha chegado ao fim do colonialismo através da Revolução dos Cravos” de 1974 e que “Nelson Mandela saudou essa revolução, dizendo que era inspiradora também para um povo que ainda continuava maioritariamente reprimido”.
Marcelo Rebelo de Sousa salientou, depois, que Mandela “garantiu a mais de meio milhão de portugueses a permanência, a paz, a integração na construção da África do Sul do futuro”.
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“Era assim Nelson Mandela, na sua coragem, na sua humanidade, na sua inteligência, na sua simplicidade, na sua compaixão, na sua grandeza de alma, no seu longo caminho para a liberdade. E foi essa inspiração que esteve presente na resolução de crises como a de Timor Leste. Ele mostrou ao mundo que vale a pena tentar, que nada é impossível”, elogiou.
Nelson Mandela mostrou que é possível “vencer através da esperança, vencer o medo, com o amor e o perdão, ultrapassar o ódio”, prosseguiu.
“O legado de Mandela, alinhado com a carta das Nações Unidas e com a Declaração Universal dos Direitos do Homem leva-nos a acreditar que podemos e devemos apostar no futuro. Não apenas em declarações, que são fundamentais, não apenas em palavras, mas através de obras. De tal forma que o mundo seja mesmo um lugar melhor, um lugar de paz, em que ninguém fique para trás”, concluiu.
Estátua de Mandela
A ONU e a África do Sul ergueram uma estátua de Nelson Mandela, que permanecerá na sede das Nações Unidas, para homenagear o antigo Presidente sul-africano.
A estátua de Nelson Mandela é um presente da África do Sul para as Nações Unidas, por ocasião do centenário do nascimento do líder histórico.
A estátua de Mandela foi erguida antes do início do encontro pelo Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, o português António Guterres, e a Presidente da Assembleia Geral, a equatoriana María Fernanda Espinosa.
“Nelson Mandela personificou os mais altos valores das Nações Unidas: paz, perdão, compaixão e dignidade humana. Era um defensor de todas as pessoas, com as suas palavras e ações”, afirmou António Guterres na cerimônia.
A África do Sul celebrou em julho de 2018 o centenário do nascimento de Nelson Mandela, que morreu em 05 de dezembro de 2013, aos 95 anos, depois de uma vida dedicada à luta contra a discriminação racial e contra as injustiças sobre a população negra.
He was a champion for all people – in his words and in his actions – @antonioguterres at the unveiling of Nelson Mandela’s statue at UN Headquarters this morning. Full remarks: https://t.co/bMLrB0MatP #Mandela100 #UNGA pic.twitter.com/mCq5MsxPd8
— UN Spokesperson (@UN_Spokesperson) September 24, 2018