Primeiro-Ministro diz que relação de Portugal com Brasil não se altera após vitória de Bolsonaro

Mundo Lusíada
Com agencias

O primeiro-ministro, António Costa, assegurou numa entrevista à agência Efe que as relações entre Portugal e o Brasil não se alteram depois da vitória de Jair Balsonaro nas eleições presidenciais no país sul-americano.

“Independentemente de quem governa em Portugal ou quem presida no Brasil, a relação entre os nossos países é uma relação que está unida pela história”, disse Costa, quando questionado sobre o impacto nas relações bilaterais com a chegada de Bolsonaro à presidência brasileira.

O chefe do governo português, que realçou os laços culturais, econômicos e familiares que os dois países partilham, lembrou que a relação “nunca variou com a mudança de regime político, e muito menos com a mudança de governo em Portugal ou de presidente no Brasil”.

“Tivemos uma longa ditadura que não deixou de ter relações de grande proximidade com a democracia brasileira. Tivemos duas ditaduras que tiveram uma relação próxima. Nós felizmente recuperamos a democracia mais cedo e não deixamos de manter um excelente relacionamento com o Brasil que ainda vivia em ditadura”, disse o primeiro-ministro português.

António Costa acrescentou que, desde que os dois países recuperaram a democracia, têm tido “uma relação sempre de excelência” e deu o exemplo de como essa ligação se manteve com os últimos quatro presidentes brasileiros (Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer).

O candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro, de 63 anos, capitão do Exército brasileiro na reforma, filiado no Partido Social Liberal (PSL), foi eleito em 28 de outubro último 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,1% dos votos, no segundo turno das eleições presidenciais, e toma posse dia 01 de janeiro, sucedendo a Michel Temer.

Equipe de governo

Nesta terça-feira, Bolsonaro, confirmou mais um nome do futuro governo, Wagner de Campos Rosário continuará como ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) em sua gestão.

Wagner Rosário está no cargo desde maio do ano passado quando, na época, assumiu interinamente a pasta substituindo Torquato Jardim, que foi para o Ministério da Justiça.

Ex-secretário executivo da pasta desde 2016, Rosário também é servidor de carreira e ex-capitão do Exército. Tornou-se o primeiro servidor de carreira da CGU a assumir o cargo de secretário-executivo e ministro da pasta. Graduado em ciências militares, ele ainda tem na sua formação mestrado em corrupção e estado pela Universidade de Salamanca.

Bolsonaro avisou que pretende reduzir de 29 para até 15 o número de ministérios, extinguindo pastas e fundindo outras. Entre os nomes já escolhidos estão Onyx Lorenzoni, para a Casa Civil; General Augusto Heleno, para a Defesa; Paulo Guedes, para a Economia; Tereza Cristina, para a Agricultura, e Sergio Moro, para a Justiça.

No Itamaraty, também o diplomata há 29 anos, Ernesto Fraga Araújo será o futuro ministro das Relações Exteriores. Com 51 anos, é o atual diretor do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty. Nasceu em Porto Alegre e é formado em Letras. Mais recentemente, o diplomata serviu na Alemanha, no Canadá e nos Estados Unidos. Atuou como subchefe de gabinete do então chanceler Mauro Vieira, de 2015 a 2016. Trabalhou nas áreas de integração regional, Mercosul, União Europeia e negociações extra-regionais, e autor de trabalhos sobre o Mercosul e negociações extra-regionais.

O economista Roberto Campos Neto, de 49 anos, comandará o Banco Central. Executivo do banco Santander e neto do ex-ministro Roberto Campos, Campos Neto é formado em economia, com especialização em finanças, pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Entre 1996 e 1999, ele trabalhou no Banco Bozano Simonsen, onde ocupou os cargos de operador de Derivativos de Juros e Câmbio, operador de Dívida Externa, operador da área de Bolsa de Valores e executivo da Área de Renda Fixa Internacional.

Neste dia 20, o presidente eleito desembarca novamente em Brasília para ficar três dias. Ele vai conversar com a procuradora-geral, Raquel Dogde, visitar o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União. Há ainda a previsão de encontro com os governadores do Nordeste e reuniões no gabinete de transição.

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